O programa “Ayrton – Retratos e Memórias”, do Canal Brasil, reuniu diversas personalidades importantes da vida do piloto para relembrar histórias e falar do passado. Entre sorrisos e lágrimas, o último capítulo contou com revelações importantes sobre as ainda misteriosas relações pessoais do ícone da fórmula 1. Entre depoimentos de amigos como Nuno Cobra, da cabeleireira Walderez Zanetti, do piloto executivo Owen O’Mahony, Galvão Bueno e Reginaldo Leme, a ex-assessora de Ayrton, Betise Assumpção, declarou que o namoro com Adriane Galisteu o transformou em uma pessoa melhor. “Ela era uma mulher alegre, autêntica, expansiva. Falava o que queria, ria de tudo e trouxe uma leveza que acho que mudou ele substancialmente. Apesar dos 19 anos e da vida difícil – ela não tinha as facilidades dele, era batalhadora, ajudava a mãe e o irmão, ela estava sempre com palavras boas e isso afetava ele. Adriane o ajudava a relaxar e esquecer de tudo”, contou.
Betise não foi a única que reparou a mudança do piloto. Mesmo quem não convivia diariamente com ele podia notar. Walderez Zanetti é prova disso mas ressaltou que, nas últimas vezes que o viu, Ayrton estava triste e tenso. “Quando ele conheceu a Adriane Galisteu virou outra pessoa, mais alegre, falante e solto. As últimas vezes que ele foi cortar o cabelo o vi muito nervoso, falava muito no celular e até chegou a comentar comigo como era ruim não poder dizer a verdade. Mas eu o deixava em paz, com privacidade”, explicou.
Owen O’Mahony, que dirigia o jato de Ayrton, afirmou que ele era diferente dos outros: “Geralmente essas pessoas são egocêntricas e ele era tão discreto que chegava a ser tímido. Quando entrava no avião eu não sabia dizer se tinha ganhado ou não a corrida. Ele foi uma das três pessoas mais corretas com quem já trabalhei. Eu chamava ele para pilotar o jatinho e não tinha que ensinar muita coisa. Ele já dirigia helicóptero e tinha muita sensibilidade com isso”, contou, sem deixar de citar a namorada do piloto. “Ayrton passava muito tempo no rádio do avião conversando com Adriane, que estava no Brasil. Quando acabava, me devolvia o microfone e eu sempre dizia ‘sei ver um cara apaixonado’, ele ria. Não acredito que Adriane Galisteu fosse a pessoa com quem a família queria vê-lo”, opinou.
A história com Xuxa não foi muito lembrada durante o programa. Betine Assumpção disse que Ayrton pouco mencionava a apresentadora. “A única vez que ele falou dela pra mim foi em 1994. Estávamos no escritório fazendo mil coisas e, em um jornal em cima da mesa, ele viu a foto da Xuxa e fez um único comentário: ‘Ela continua vivendo a vida nos jornais’. Não era uma crítica, nem nada. A impressão que eu tenho dos outros contando é que a Xuxa queria ter uma vida em público e ele não. Tudo que ele pudesse preservar da privacidade ele fazia. A vida dela era na mídia, exposta. Ele não gostava”, contou.
Se essa foi o motivo do término entre os dois não se sabe, mas a assessora garantiu que a relação dele com a imprensa era conflituosa. “Ele falava besteira, a relação era meio drástica. Se alguém publicava algo que ele não gostava, ele ficava brabo, queria tomar satisfação. Ele achava que ia ter uma relação de discutir as coisas, sabe? Quando comecei a trabalhar com ele, Ayrton já tinha tido experiências ruins. Ele me dizia que ia falar algo e eu respondia: ‘você quer saber a minha opinião ou ouvir o que você quer?’”, relembrou.
Ao lado de Reginaldo Leme, Galvão Bueno recordou outro fato marcante da vida do piloto: o convite para a Ferrari. “Ele ia fechar com a Williams e a Ferrari estava atrás dele. Mesmo sabendo, ele disse que só iria depois que ganhasse dois títulos mundiais. Ele estava há dois anos sem ganhar campeonato e disse que não tinha o direito de passar mais um sem ganhar. Acabou que o Schumacher foi campeão no carro que a Ferrari ia dar para o Ayrton”, lamentou o narrador.
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