Sem rodeios, Taís Araújo, a Michele de “Mister Brau” (Globo) é tácita ao falar do racismo ainda latente no Brasil: “Todo e qualquer negro sofre preconceito neste país. Mesmo depois de famoso e da ascensão social. (…) As pessoas ficam impressionadas quando a gente fala que o Brasil é preconceituoso. É um país muito atrasado nesse sentido, mas estamos aqui, tentando mudar isso”, falou ela à Revista Estilo do mês de dezembro, da qual é capa e recheio,
Palavras de quem, como próprio discurso corrobora, sofreu na pele a intolerância e ódio. Taís, na primeira quinzena de novembro deste ano, teve de ler comentários racistas (“entrou na Globo pelas cotas” e “escuridão” estavam entre alguns) em sua página oficial no Facebook. À época, ela disse que não iria se “intimidar, tampouco abaixar a cabeça” e fez um pedido: “(…) Sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado”.
Pouco menos de 30 dias depois do episódio, Taís falou à reportagem da revista enquanto posava para as lentes de Karine Basílio que adora “ser um ícone para outras meninas negras”. “Quando eu era mais nova, era carente de ícones. Você só via aquelas bonecas louras e de olhos azuis no mercado e esse era um padrão de beleza impossível de alcançar. Isso é cruel. Sinto-me orgulhosa em ser uma referência”, declarou a atriz.
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