Desde que foi anunciada, “Babilônia” e seus bastidores têm despertado o interesse do público: seja pelas crises na audiência, as crueldades de Beatriz (Glória Pires) e Inês (Adriana Esteves), o beijo entre Fernanda Montenegro e Nathália Timberg ou até as supostas desavenças do elenco por trás das câmeras. Durante o 1º Prêmio Reverência, HT encontrou Dennis Carvalho, indicado na categoria de Melhor Diretor por seu trabalho em “Elis, a Musical”, e foi saber com o responsável pela novela como tem sido a expectativa para essa reta final durante a última semana de exibição, seu envolvimento com o espetáculo, o revival de “Brilhante” com Fernanda Montenegro e mais. Vem com a gente!
“Fiquei apavorado quando me chamaram para dirigir ‘Elis’, porque é uma responsabilidade imensa e o mais difícil é como retratar uma personagem que é tão conhecida pelo público. Mas a Laila [Garin, protagonista do musical] caiu do céu e deu tudo certo”, comenta o diretor, que se prepara para montar um espetáculo baseado na obra “Pode ser que seja só o leiteiro lá fora”, de Caio Fernando Abreu, logo após o fim de “Babilônia”. E, claro, ele também não deixou de opinar sobre o boom dos musicais: “É uma geração de novos artistas que não existia há uns 10 anos. A maior dificuldade atual de se trabalhar com esse gênero é a dificuldade para conseguir dinheiro e produção. Mas as coisas estão bem, no fim das contas. Eu espero que, com o Reverência, surjam mais espetáculos originais no Brasil, ao invés de adaptações. Eu não tenho nada contra trazer um musical da Broadway, mas temos capacidade de desenvolver nosso próprio produto”.
Em um dos episódios da trama, por sinal, Dennis saiu de trás das câmeras e assumiu os holofotes para interpretar o filho de Fernanda Montenegro, que não mantinha contato com a mãe há mais de 30 anos, por não aceitar sua homossexualidade. Coincidência? Não, não, não. Mais um jogo de escrita de Gilberto Braga, que reuniu a dupla em uma espécie de ‘acerto de contas’ pendente desde “Brilhante”, de 1981, quando os atores também viveram mãe e filho, mas, no caso, com Fernanda rejeitando a orientação sexual de Dennis. “Foi muito legal quando eu vi que o Gilberto tinha feito essa brincadeira na cena. Sou fã incondicional da Fernanda, a chamo de mãe até hoje e ela ajudou bastante a carregar a novela nessa reta final”, desabafou.
É impossível não perguntar o que Dennis, acostumado a dirigir novelas que estouram o IBOPE da Rede Globo, pensa sobre a reação do público que rejeitou “Babilônia” no início. “Nós chegamos muito fortes, logo de cara. O problema é que a gente vive num país conservador e preconceituoso. Acabamos tendo que mexer com a novela. Mas, bola para frente, agora é focar na próxima”. É, Dennis, e tomara que, na próxima, a maneira com que o público encara a diversidade já tenha melhorado.
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