Conhece a inglesa Iskra Lawrence? Linda e engajada, a modelo plus size se tornou rapidamente uma formadora de opinião. Estrela de campanhas da Aerie, porta-voz da NEDA (Associação Nacional de Disturbios Alimentares) e nova editora-chefe do site Runway Riot, que, de acordo com ela, tem como objetivo ser um local para mulheres que não são bem representadas pelos padrões da moda, Iskra não tem medo de falar o que pensa. Por isso, o site contará com editoriais de modelos com os mais variados visuais, e-commerce e séries de vídeos especiais com a própria Iskra, que comentará sobre como a indústria da moda pode ser preconceituosa, com preços discriminatórios e estilistas que ainda pensam que as modelos devem se espremer em tamanhos pequenos.
Ela, que se tornou conhecida quando ilustrou a campanha da Aerie, contou que passou a usar mais as mídias sociais para alertar jovens sobre distúrbios alimentares após o trabalho com a marca. “A Aerie é formada por pessoas realmente apaixonadas por essa causa. Algumas delas têm filhas que já tiveram problemas com alimentação e, quando eu comecei a trabalhar lá, vi que a minha vida mudou e quis ajudar outras meninas. Comecei a colocar fotos sem retoques nas minhas redes sociais e a falar sobre isso e, atualmente, recebo muitas mensagens e faço questão de responder”, disse, em entrevista recente para a Glamour americana. Em um dos eventos do NEDA, Iskra foi parada por uma mulher que contou que sua filha morreu por distúbios alimentares e que estava feliz de ver que tinham modelos como ela mudando o mundo. “Isso me tocou muito. Eu acordo todos os dias, me olho e penso o que vou fazer para mudar a vida dessas meninas, para que ninguém passe pelo que eu passei quando tentava me encaixar nos padrões, olhando aquelas roupas apertadas e desejando que meu corpo mudasse”, contou.
Na Runway Riot, ela controla, ao lado de Dan Abrams, a direção editorial, estilo, conteúdo e produtos disponíveis para compra. De acordo com Iskra, a ideia não é chamar atenção para o conceito plus-size, mas, pelo contrário, fazer com que tamanhos maiores sejam normais. “Não vamos falar o termo ‘plus size’. Nós queremos que seja um lugar inspirador, sem retoques. Quero falar mais do que sobre moda, mas sobre cuidados e saúde mental. Vamos vender roupas em tamanhos categorizados, mas também queremos criar a nossa própria linha no futuro. As peças em tamanhos maiores não devem parecer feias ou diferentes, elas devem se adequar a moda universal”, disse ela, ressaltando que pretende provar para as marcas, através de números, que as mulheres são engajadas na causa e consomem luxo. “Obviamente vamos começar com marcas comerciais menores, mas, eventualmente, eu vou querer chegar perto de empresas como Chanel e Dior e dizer ‘olha, essas mulheres estão consumindo bens mais caros e elas querem fazer compras, por isso, certifiquem-se de criar tamanhos maiores’”, afirmou.
Iskra acredita que seu maior desafio será a falta de experiência como escritora, mas ela garantiu estar cercada de ajuda. “Eu tenho o Dan e outros escritores maravilhosos na minha equipe. Além disso, tenho experiência em vários lados da indústria da moda, desde os tamanhos normais aos plus-size. Estou em contato direto com meu público-alvo, sei o que eles querem e vou ouvir, responder e pedir opinião do que os leitores gostariam de ver no site. Todos eles vão me ajudar e falar comigo”, contou.
Sua grande motivação é alcançar as pessoas. “Quero ser mais do que a minha aparência e quero ajudar as pessoas a acordarem e, em vez de se preocuparem com coxas finas, pensem no que podem atingir”, disse. Quem duvida que ela consegue?
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