*Por Karina Kuperman
A 24ª Vara Cível condenou João Marcelo Gilberto por continuar “ofendendo e caluniando” sua meia-irmã Bebel Gilberto. Explicamos: desde que interditou judicialmente o pai, João Gilberto, em 2017, é Bebel quem cuida da vida financeira do compositor. Mas parece que nem toda a família está de acordo com a situação. Em entrevista ao jornal “O Globo”, no final de abril, João Marcelo Gilberto resolveu quebrar o silêncio e afirmou que ela estaria “roubando dinheiro do pai” e sonegando informações tanto sobre as condições físicas, quanto sobre as finanças do pai da bossa nova.
“Bebel me excluiu completamente, e está espalhando muitas mentiras sobre mim e a minha família. Eu estou conversando com meu pai todo dia, e ele me deu permissão para falar. Avisei: ‘pai, vou falar horrores para a imprensa’, e ele disse para eu fazer isso mesmo. Meu pai me chama de ‘John Junior’, eu sou como ele, reservado. Nunca quis estar nos holofotes, mas preciso falar”, contou. Em outra entrevista, à revista “Veja“, João Marcelo disse que o pai “está nos seus últimos dias de vida e não merece passar pelo que está passando”.
Até então, Bebel só havia se pronunciado por meio de uma nota, dizendo que “o processo corre em segredo de Justiça” e que espera que o irmão a procure “para dividir a responsabilidade de zelar pela privacidade e bem estar do nosso pai ao invés de usar suas mídias e redes sociais para fins pessoais”. Agora, porém, ela resolveu explicar a história nas redes sociais. “Como muitos já sabem, meu irmão João Marcelo postou uma série de ataques a mim e a minha falecida mãe, proferindo calúnias e nos difamando. Eu tentei, até onde foi humanamente possível, evitar um confronto judicial com João Marcelo, pelo fato de ele ser meu irmão e filho do meu pai. No entanto, chegou a um ponto em que meu silêncio passou a ser mais vergonhoso do que essas atitudes infames, e não tive opção, senão a de buscar no Judiciário a proteção a que todos os cidadãos do mundo tem direito”, disse.
“Esse direito foi reconhecido, mediante uma decisão que determinou que João Marcelo retirasse, imediatamente, todas as manifestações insidiosas contra mim e minha mãe, proibindo-o, adicionalmente, a voltar a proferir essas ofensas, calúnias e difamações contra nós duas, em qualquer meio. Pela primeira vez na vida fui obrigada a buscar essa proteção judicial e constatei que, sim, a justiça protege aqueles que sofrem abusos morais que se tornaram tão mais frequentes depois da invenção das redes sociais”, explicou.
“Resolvi compartilhar essa informação para que todos saibam que uma tela de computador não é salvo conduto para atacar quem quer que seja, e nem um escudo que esconda o agressor. Infelizmente, minha experiência não foi com um estranho, mas com uma pessoa que divide o sangue de meu pai comigo”, lamentou.
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