Angelina Jolie: casamento com discussões, medo da nudez pós-mastectomia e críticas: “Já estou acostumada com ataques pessoais”


Em entrevista ao “New York Times”, Jolie ainda falou sobre a disparidade do salário entre homem e mulheres na indústria cinematográfica: ‘Machismo é parte de toda indústria”

Como escritora, diretora e atriz do longa metragem “By the sea” (“À beira-mar”), que estreia semana que vem, Angelina Jolie teve o poder de cortas cenas à vontade. Principalmente as de nudez, logo depois que sua mastectomia dupla (a atriz não tem os seios) foi revelada. Mas não o fez. “Havia muitas cenas que eu queria mudar ou cortar. Eu me dei conta de que eu iria ficar nua na banheira. Mas eu disse para mim mesma: ‘Coloque tudo isso para fora’. Você não pode mudar ou cortar uma cena por que você fez mastectomia ou por que você é casada e as pessoas vão querer analisar isso ou aquilo. Isso seria roubar”, revelou em entrevista ao “The New York Times”.

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Angelina voltará às telonas como diretora e atuando ao lado do marido (Fotos: Reprodução)

Vivendo a mulher de seu marido, Brad Pitt, em cena (a última vez que esse encontro aconteceu foi em 2005, com “Sr e Sra Smith”, e eles se casaram na sequência), Angelina pôs fim a imagem de comercial de margarina do casal. “Se o público quiser saber que nós temos brigas terríveis, somos imperfeitos, temos inseguranças e podemos ficar deprimidos ou emotivos, é claro que é verdade. Nós temos problemas e discussões. Nós dois somos seres humanos com defeitos. E eu acho que isso é uma coisa boa de mostrar”, opinou ela que, no longa, vive uma mulher em crise no casamento.

Nesse caso, aliás, a realidade difere bem da ficção. Mãe de Shiloh Jolie-Pitt, Vivienne Marcheline Jolie-Pitt, Pax Thien Jolie-Pitt, Zahara Jolie-Pitt, Maddox Jolie-Pitt e Knox Leon Jolie-Pitt, Angelina ainda contou ao jornal que seu casamento foi “bem casual”, e que o momento mais especial da relação, até agora, foi quando adotaram as duas primeiras crianças. “Foi algo bom. Essa foi uma decisão de criar filhos juntos, de se compromissar a fazer parte um da vida do outro pelo resto de nossos dias. Então, o casamento não chega nem perto em comparação”, disse.

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Ícone da sensualidade na sétima arte, a exposição do corpo virou uma questão para Jolie depois da mastectomia dupla

Vida pessoal à parte, Jolie falou pela primeira vez sobre o vazamento de e-mails da Sony após um ataque hacker como forma de protesto pelo lançamento do filme “A Entrevista”, em que dois jornalistas planejam a morte do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Nas conversas reveladas, a atriz foi chamada de “garota mimada” em um e-mail enviado pelo produtor Scott Rudin para a executiva Amy Pascal. Como Jolie reagiu? “Há algumas coisas que me incomodam e algumas que não. Ataques pessoais a mim? Acho que já estou acostumada com isso. Honestamente, meu primeiro instinto foi me preocupar com Amy. Pedi para alguém ligar para ela para saber se estava bem. Não por que sou uma santa, mas porque acho que precisamos olhar para o quadro maior. Ela tem filhos. Sabia que iria desembocar nela”, disse.

No mesmo episódio, a disparidade do salário entre homem e mulheres na indústria cinematográfica americana também ganhou os holofotes. Situação que, para Jolie, deve ser debatida. “Machismo é parte de toda indústria. Mas tento focar não no negativo, mas no lado positivo do que podemos trazer. Quero apoiar outras mulheres por causa das oportunidades que eu tive. E eu tive muitas. O que eu tento, como uma diretora mulher, é fazer o melhor trabalho que posso e, neste meio tempo, trazer atenção para outras tantas diretoras e roteiristas que puder”, explicou.