Então, gringo vem ao Rio para se dar bem no amor?


Na esteira das celebridades estrangeiras que acabam namorando – ou deixando rolar um affair – com brasileiros, mesmo sendo atores pornôs, circulamos pelo Fashion Rio e perguntamos o que o pessoal acha disso

A partir do comportamento de Justin Bieber e até mesmo da atitude antissocial de Karl Lagerfeld, semana passada no evento da Chanel, em São Paulo, e da primadonice de Uma Thurman que, em um enlouquecido delírio tropical, resolveu bater retirada do Brasil, antes mesmo de marcar presença no mesmo evento, novas questões pipocam no ar. Afinal, se as celebridades internacionais não querem estar no nosso país, o que elas vem fazer aqui então? Arrumar companhia?

Desde que a  moderna sociedade de costumes se configurou com o surgimento da imprensa e os cronistas especializados no registro da vida mundana se tornaram arroz de festa, o mundo nunca mais foi o mesmo. Na velha França dos Luízes, os amantes (eles e elas) de personalidades da corte participavam dos festejos – e gracejos – sociais, mesmo quando a grande maioria dos abastados só lhes dirigisse a palavra para obter favorecimentos junto aos consortes. Esses párias sociais, inseridos na vida palaciana somente por estarem em conluio – amoroso e sexual – com figurões da corte, acabaram ganhando o apelido de parvenus.

Será que os gringos vêm ao Rio para arrumar acompanhantes? Dizem as más linguas que a praia da Farme e a Feira Hippie, ambas em Ipanema, são dois lugares onde o babado é quentíssimo e que um famoso estilista americano já andou se dando bem por ali, quando experimentava uma rasteirinha de couro, ao invés do sapatinho de cristal da Cinderella. No meio dos agitos do Fashion Rio, fomos conferir o que as pessoas pensam a respeito disso.  Confira!

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Carlo Porto (modelo brasuca que todos pensam que é gringo): “Não tenho nenhuma dúvida de que eles vêm para cá para fazer turismo sexual. Inclusive, isso é algo muito sério e muito grave. Falo com certa propriedade, porque onde eu moro, na Bahia, minha família tem uma propriedade dentro da Ilha de Itaparica, e lá a gente vê e fica sabendo de coisas que são babado quente. Tenho certeza que isso não acontece só no Nordeste, acredito que aqui no Rio a parada seja complicada também”.

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Flavia Oliveira (top que acredita no acaso): “Não acho que os gringos venham para cá com essa intenção. O que acaba acontecendo é coincidência, o clima da cidade é um convite ao amor. Acredito que eles venham a trabalho mesmo”.

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Dandynha Barbosa, (it girl carioquérrima): “Eles vem, aproveitam para conhecer as cariocas e chupam até o bagaço. Nós temos um DNA marcante, já as curvas, nem se fala… Acho que rola muito, mas não creio que os gringos venham especificamente com essa ideia negativa”.

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Claudio Gomes (produtor executivo  e lorde): “Não acho que o intuito seja o turismo sexual e nem que o Brasil seja a maior vítima nessa caso. As celebridades querem se divertir em qualquer lugar por onde elas passam, aqui e no mundo inteiro. O brasileiro é muito sexy e, principalmente, muito seguro. É o único lugar do mundo em que as pessoas vão à praia de biquíni e de sunga, sem mais nada. Aqui a gente já sai de casa de roupa de banho, sem ter vergonha do próprio corpo”.

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Marcelle Oliveira (estudante de moda lolita): “A grande maioria das pessoas que vem de fora não tem esse interesse, mas que isso acaba rolando, isso rola. O corpo da brasileira é algo ao qual eles não estão acostumados, chama muita atenção”.

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Rafaela Monerá (estudante especialista em glúteos): “Por mais que a gente não esteja vendo, acho que rola sim. Nosso país atrai um pouco esse tipo de público que procura por isso, mas é claro que não é a maioria. De tudo aquilo que a gente vê na moda, tanto modelos quanto mulheres comuns, todas possuem características muito sedutoras, pouco comuns ao que se vê lá fora. Não existe derrière igual à da brasileira! Existem até malhações lá fora que se chamam ‘brazilian fitness‘, porque somos um modelo de beleza admirada no mundo inteiro”.

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Loli Menezes (cineasta que tem a calculadora na lingua): “Acredito que, muitas vezes, o propósito da viagem não seja exatamente esse, mas existe esse mito de que, no Brasil, o turismo sexual é super acessível, de ótima relação custo-benefício”.

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Larissa Thomé (jornalista com olho clínico): “Sabemos que os modelos vivem em um meio no qual se lida com esse tipo de comportamento. Quando acontece, é uma oportunidade para crescer nesse métier, na profissão. Creio que é um fato não só do Brasil, mas em outros países também. Só que aqui é fortíssimo”.

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Cinthia Kottwitz (aeromoça globetrotter): “Acho que muita gente têm essa intenção. Como moro em Dubai, acabo não sabendo muito do que acontece por aqui; lá é tudo controlado e censurado! Mas já morei nos Estados Unidos, então sei que rola esse preconceito sobre as mulheres brasileiras. Outro dia mesmo, estava em um bar com uma amiga, em Dubai, um turista canadense veio conversar com a gente e, quando falei que era brasileira, ele insinuou que nós fossemos prostitutas! Fiquei tão revoltada que chamei a segurança para retirá-lo do local.”

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Luiza Fichtner (estudante de moda): “A fama do Brasil lá fora é bem complicada. Estudei no exterior e as pessoas realmente tinham uma visão sobre o nosso país ser selvagem. Mas não acredito que seja o principal interesse deles quando visitam o país”.