No embalo dos hits de Branford Marsalis, qual a levada do jazz na terra do samba?


Fechando o penúltimo dia do Sesc Amplifica – Bossa & Jazz, o saxofonista tocou sucessos do álbum mais recente, ‘Four MFs Playin’ Tunes’

Desde 18h da tarde, enquanto Rosa Passos abria a noite do segundo dia de festival, Branford Marsalis já era a atração mais esperada do evento. O saxofonista, três vezes vencedor do Grammy, encerrou o penúltimo dia do Sesc Amplifica – Bossa & Jazz com um show memorável para os fãs cariocas, presentes no Parque dos Patins, na Lagoa. Apresentando a turnê do último álbum, ‘Four MFs Playin’ Tunes‘, lançado em 2012, o Brandford Marsalis Quartet trouxe uma formação semi-nova: além de Marsalis (saxofone), Joey Calderazzo (piano) e Eric Revis, o grupo recebeu, no ano passado, o baterista Justin Faulkner, substituindo o emblemático Jeff Tain Watts. No repertório, baseado no novo disco, não faltaram sucessos como, ‘The mighty sword‘, ‘As summer into autumn slips‘, ‘Endymion‘, entre outros.

Sendo o mais velho de cinco irmãos – três, além dele, são músicos jazzistas -, Marsalis iniciou sua carreira profissional no início dos anos 80, tocando saxofone barítono com a Art Blakey’s Big Band e com os Blakey’s Jazz Messengers. Durante três anos, ele fez parte do grupo do seu irmão mais famoso, Wynton Marsalis. Atualmente, o compositor americano é um dos instrumentistas mais reverenciados do jazz – talento reconhecido que já lhe rendeu parcerias musicais com feras como, Sting e o trompetista Miles Davis.

Se de uns anos para cá o estilo jazzístico começou, timidamente, a conquistar o coração da massa brasileira, nós fomos ao festival para saber, do público presente, qual é a levada do jazz na terra do samba. Para a estudante de Artes Cênicas, Juliana Freire, é a turma de Vinicius de Moraes quem comanda a festa: “Acho que os grupos brasileiros como o Bossacucanova e o próprio Hamilton de Holanda  traduzem bem a visão do jazz no Brasil. São muito mais dançantes, parecem com o blues e, geralmente, são inspirados em clássicos da bossa nova”. Já a RP Bárbara dos Santos  acredita que os brazucas abraçaram o ritmo, de verdade, e deram, digamos, uma abrasileirada no estilo: “O jazz brasileiro é descalço, com roupas confortáveis e pode ser visto em uma pracinha. Diferente dos músicos americanos, que costumam tocar de roupa social para fazer bonito ao lado daqueles instrumentos elegantes”. Qual é o seu palpite?

Em tempo: Quem estiver passando o feriado na Região Serrana, ainda pode conferir o show do Marsalis e sua banda no Sesc Quitandinha, em Petrópolis, hoje, sábado (16).

Fotos: Vinícius Pereira