Chico Buarque, Marcelo Rubens Paiva, Gregório Duvivier, Laerte e cia aderem à manifesto contra “qualquer tentativa de golpe”. Vem saber tudo!


“Escritores e profissionais do livro” defendem: “Não podemos imaginar a livre circulação de ideias em outra ordem que não seja a da diversidade democrática, gozada de forma crescente nas últimas décadas pela sociedade brasileira”

“Dizemos não a qualquer tentativa de golpe e, mais forte ainda, dizemos sim à democracia”. Esse é o fio condutor de um manifesto assinador por “escritores e profissionais do livro” no momento em que o cenário político do país está em polvorosa. Na lista de adesão já constam nomes como Chico Buarque, Milton Hatoum, Bernardo Carvalho, Marcelo Rubens Paiva, Raduan Nassar, Antonio Candido, Gregório Duvivier, Fernando Morais, Laerte, Slavoj Žižek, Domenico Losurdo, Leonardo Padura, Elisa Lucinda, Angelica Freitas, Lira Neto, Davi Arrigucci Jr., Emir Sader e companhia ilimitada.

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Com a assinatura, eles buscam se “manifestar pela defesa dos valores democráticos e pelo exercício pleno da democracia em nosso país, de acordo com as normas constitucionais vigentes, no momento ameaçadas” pelo pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) e pela prisão do ex-presidente Lula e o vazamento de gravações provenientes de grampos por decisão do juiz federal Sérgio Moro. “A necessária investigação de toda denúncia de corrupção, envolvendo a quem quer que seja, deve obedecer às premissas da legalidade e do Estado democrático de direito. O retrocesso e a perda dos valores democráticos não interessam à maioria do povo brasileiro, no qual nos incluímos como profissionais dedicados aos livros e à leitura”, diz o manifesto.

O documento ainda cita – apesar de não direcionar remetentes – abuso de poder, violação dos direitos à privacidade, à livre manifestação e à defesa, combinadas à agressividade e intolerância de alguns, e à indesejada tomada de partido por setores do Poder Judiciário. “Não podemos imaginar a livre circulação de ideias em outra ordem que não seja a da diversidade democrática, gozada de forma crescente nas últimas décadas pela sociedade brasileira, que é cada vez mais leitora e tem cada vez mais acesso à educação. (…) Ainda podemos nos recordar facilmente dos tempos obscuros da censura às ideias e aos livros nos 21 anos do regime ditatorial iniciado em 1964”.

Um dos organizadores do manifesto é Daniel Louzada, da tradicional livraria carioca Leonardo Da Vinci. Para assinar o manifesto pelo site de petições eletrônicas “Avaaz” é só clicar aqui. Até o fechamento deste texto, o número de adesões já se aproximava da meta inicial – de cinco mil assinaturas.