Potentes vozes da música brasileira inspiraram a criação da comédia romântica musical Canções que eu guardei para você, que tem sua estreia carioca no dia 17 de janeiro, no Teatro Clara Nunes. O projeto tem idealização de Felipe Heráclito e Marco Griesi, texto de Bernardo Marinho e Valentina Castello Branco, direção de Zé Henrique de Paula, direção musical de Fernanda Maia e elenco formado por Bruna Guerin, Felipe Hintze, George Sauma, Guilherme Magon, Karen Junqueira e Marília Lopes. A ideia de montar a peça surgiu de um término de um relacionamento. É o que conta o idealizador da montagem, Felipe Heráclito. “Eu já estava com vontade de fazer uma peça leve, descomplicada que falasse sobre amor com humor e sensibilidade. Tinha recém terminado um relacionamento e tocou uma música que traduzia exatamente o que eu estava sentindo naquele momento. E, para além de traduzir, parecia que de certa forma ela potencializava o meu sentimento de inconformidade por não existir mais “você e eu”, mesmo ainda existindo amor. A trama é costurada por todas essas vozes poderosas da música brasileira, com foco especial em canções dos anos 2000, que ficaram conhecidas na voz de cantoras lésbicas e bissexuais. As músicas ainda estão guardadas em segredo pela produção.
“Canções que eu guardei pra você” acompanha três casais em uma divertida ciranda de desejos, surpresas, frustrações e algumas descobertas. Esses temas todos foram escolhidos pela diretora musical Fernanda Maia, junto com o coautor Bernardo Marinho. “Nós escolhemos as músicas que pudessem dialogar com o texto e com a cena, levando em conta possibilidades de arranjos. Estou fazendo novos arranjos para este repertório, que será tocado ao vivo por uma formação de bateria, baixo, piano, violino e violoncelo. Vamos ter arranjos vocais e instrumentais completamente diferentes dos originais, feitos especialmente para o elenco”. O espetáculo segue em cartaz até o dia 24 de fevereiro, com apresentações de sexta a segunda, às 20h.
“Tínhamos uma vontade de fazer uma peça na qual pudéssemos falar amor de uma forma leve, com humor e, ao mesmo tempo, com sensibilidade, trazendo para a dramaturgia questões que provavelmente todos nós vivenciamos ou pelo menos conhecemos alguém que as tenha vivenciado. A música entrou em segundo plano, mas acredito que, de certa forma, sempre tenha estado lá, porque faz parte da minha vida de uma forma muito intensa – Felipe Heráclito.
A PEÇA
Na história, Miguel e Malu moram juntos e vivem um relacionamento estável e duradouro. Ele é um romântico convicto, que gosta dos prazeres cotidianos e deseja oficializar a união de ambos. Mas ela, apesar de gostar da previsibilidade e do controle, anseia por novidade e aventura. Cozinheiro de mão cheia, todo mês Miguel promove um tradicional jantar ao qual comparecem Renata e Túlio.
Renata é amiga de longa data de Malu e sua união com Túlio é um bem-acabado exemplo de uma vida regrada e funcional: namoraram, noivaram, casaram-se e acabaram de ter um filho. Pais de primeira viagem, Renata e Túlio são inteiramente devotados ao bebê, que comparece com eles à casa de Miguel e Malu.
Na noite em que o conhecemos, porém, o quarteto está prestes a receber para jantar um novo convidado, vindo diretamente do passado. Pietro foi o melhor amigo de juventude de Malu e namorado de Renata durante a adolescência e os anos de faculdade. Desde então, Pietro se tornou um solteiro incorrigível e autocentrado, que mora há uma década fora do país. Ao retornar, porém, declara-se apaixonado e apresenta Bárbara, sua nova namorada, a suas amigas do passado.
Assim, a chegada de Pietro e Bárbara vai abalar irreversivelmente, e de formas distintas, os relacionamentos de Malu e Miguel e de Renata e Túlio. Em um carrossel de novos encontros e alguns desencontros, os seis personagens verão nascer sentimentos inéditos e insuspeitos, reviverão afetos do passado e descobrirão, cada um a seu modo, novas dimensões do sentimento amoroso.
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