Após acusações de assédio, “Pânico na Band” enfrenta petição – com mais de 30 mil adesões – para sair do ar


Em recente reportagem, os repórteres Lucas Maciel e Aline Mineiro estiveram na feira Comic Con, em São Paulo, e Lucas lambeu o braço da jovem Myo Tsubasa, que desabafou na internet: “ Não tem palavras que descrevam o ódio e o nojo que me bateram na hora”

O “Pânico na Band” pode estar com seus dias contados. É que, após anos de muitas piadas, polêmicas e notícias, uma reportagem em especial desagradou muitos espectadores e gerou revolta na internet, com direito até a uma petição – que já conta com mais de 30 mil assinaturas (até o fechamento dessa matéria), para tirar o programa do ar. A matéria em questão foi gravada na Comic Con, um evento que reúne milhares de fãs de games, filmes, seriados e quadrinhos de super-heróis e, durante a cobertura, o repórter Lucas Maciel abordou uma cosplayer e a lambeu. A petição tem como objetivo alcançar 700 mil assinaturas com a justificativa: “Remover devido ao conteúdo exibido nesse último domingo, dia 6 de dezembro, na qual os repórteres desrespeitaram e até ofenderam grande parte das pessoas que estavam na Comic Con. Já faz um tempo que o programa faz incentivo ao bullying e ao assédio físico e moral seja dos entrevistados, participantes e até mesmo telespectadores. Muito tempo já se passou, nada aconteceu e muitas pessoas foram ofendidas, está na hora de dar um basta nisso, antes que os assédios desse programa continuem”.

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O momento em que o repórter lambe a participante do evento (Foto: Reprodução)

À época, a jovem em questão, Myo Tsubasa, desabafou nas redes sociais: “Me aparece um homem e uma menina, caracterizados já de uma forma ridícula, e nos puxam com a maior grosseria do mundo, sem nos perguntar se queríamos dar alguma entrevista ou fazer aparição, simplesmente nos agarraram grosseiramente para frente de uma câmera com uma luz absurda de intensa já na nossa cara”, disse, emendando que, ainda assim, agiu de forma simpática e chegou a explicar sua fantasia. “A menina começou a perguntar sobre meu cosplay, já num tom de deboche. Perguntou quem era, e eu respondi: Estelar, dos Jovens Titãs, na maior boa possível, sorrindo pra câmera. Então eles me pedem para ir um pouco à frente e dar uma “giradinha” para a câmera, o que eu fiz sem cerimônia. E aí recebi o seguinte comentário do suíno que estava agarrando meu amigo: ‘Parece aqueles bronzeados artificiais de panicat quando dá errado’. Minha paciência já estava quase no zero, se já não estava. A criatura ignóbil me dá uma dedada na minha pele para tirar a minha tinta e logo em seguida mete a língua nojenta em mim. Me lambeu”, relatou, indignada. “Não tem palavras que descrevam o ódio e o nojo que me bateram na hora. Que coisa escrota, repugnante. Invasão de privacidade, falta de respeito. Nojo”, protestou.

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Myo Tsubasa desabafou nas redes sociais e sua postagem chegou a ter mais de mil comentários, a maioria contra o programa (Foto: Reprodução)

O desabafo gerou tanta repercussão que os organizadores da Comic Con proíbiram o “Pânico na Band” de fazerem matérias lá e lançaram uma nota de repúdio. Em um dos parágrafos, chegaram a dizer: “É com tristeza e um sentimento de desgosto, então, que assistimos à maneira como o programa ‘Pânico na Band’, incapaz de lidar com o diferente, traz para dentro da CCXP seus preconceitos de gênero e seu franco desrespeito, entrevistando cosplayers com grosseria – chegando a lamber uma visitante. Assédios moral e sexual são temas seríssimos e preocupações constantes em convenções de cultura pop no mundo inteiro – assim como fora delas. As atitudes do Pânico na Band dentro da CCXP representam um retrocesso que não podemos aceitar. Ninguém pode, não mais”, publicaram.

O “Pânico na Band” ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.