Exclusivo! Um papo com o ator Sidney Sampaio, que integra o Circuito Banescard de Teatro no Espírito Santo


HT marcou presença no coquetel de lançamento do evento em Vitória, bateu um papo com o rapaz e antecipa o que os palcos capixabas receberão nesta sétima temporada do Circuito.

*Por Léo Fávaro

Criado em 2009, o Circuito Banescard de Teatro cresceu e se consolidou como um dos mais importantes roteiros culturais do Espírito Santo e, na noite da última segunda-feira (9/3), deu as boas-vindas às peças que se apresentam em sua sétima edição. Reunindo seis montagens nacionais, dentre as quais uma é capixaba, o evento passará pelas cidades de Afonso Cláudio, Cachoeiro de Itapemirim e Vitória, às quais levará aos palcos muitos atores conhecidos do público geral.

O début da edição 2015 fica por conta de Débora Falabella, que vive uma funcionária sufocada pelo autoritarismo do mundo corporativo na peça “Contrações”, que já passou pelo Centro Cultural Banco do Brasil, no ano passado, como você viu aqui. A atriz, que se apresenta em Vitória entre os dias 27 e 29 de março, não esteve presente no coquetel de lançamento, mas gravou um vídeo convidando a todos para a peça.

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Também sobem ao palco pelo Circuito Banescard de Teatro Andreia Beltrão, Antônio Fagundes com o filho, Bruno Fagundes, Sidney Sampaio, Felipe Cunha e Malvino Salvador. Além deles, uma turma bem conhecida também estará nos palcos: a do Sítio do Picapau Amarelo. Voltado para o público infantil, o musical inspirado na obra de Monteiro Lobato foi lançado em fevereiro de 2014 e já atingiu mais de 1,5 milhão de espectadores em todo o Brasil. Agora, é a vez do público capixaba assistir à trupe.

Fruto da parceria entre o Banestes e a WB Produções, o circuito tem a expectativa de alcançar neste ano um público de 15 mil pessoas, em 25 apresentações. O roteiro teatral foi um dos principais fomentadores culturais no Espírito Santo e trouxe, desde sua primeira edição, 33 espetáculos teatrais, totalizando 93 apresentações, com público estimado em 60 mil espectadores.

O Diretor de Relacionamento com Investidores do Banestes, Celso Nunes, ressalta que o banco investe neste projeto por acreditar que, dessa forma, seja possível fomentar e difundir a cultura no Espírito Santo e, assim, impactar positivamente a sociedade. E de fato o é, uma vez que a demanda por atividades como o teatro tem crescido exponencialmente no estado, ainda que falte estrutura para receber grandes montagens. Não são raras, aliás, as peças que têm seus ingressos esgotados.

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Seja drama ou comédia, as salas de espetáculo lotam de pessoas que buscam ser tocadas pela representação do palco, o que reflete um amadurecimento tanto do público quanto das produções que chegam ao estado. “Por mais que já estejamos no sétimo ano, é sempre um desafio trabalhar com a emoção das pessoas”, ressalta a diretora executiva da WB Produções, Bruna Dornellas. Ela afirma que o público pode esperar peças e atores excelentes, muitas risadas, muito choro e, claro, muitas emoções.

Além dos responsáveis pelo circuito, quem também esteve presente no coquetel de lançamento foi o ator Sidney Sampaio, que se apresentará na peça “As sereias da Zona Sul”, ao lado de Felipe Cunha. Frequentador assíduo do território capixaba, onde já desfilou, se apresentou e também veio para passear, Sidney se diz empolgado para cumprir temporada no Espírito Santo – e brinca dizendo que só falta comprar uma casa aqui! Confira o bate-papo exclusivo de HT com o ator:

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HT: Sidney, você já é praticamente capixaba, né?

Sidney Sampaio: Eu adoro Vitória! Sempre venho para cá querendo ficar mais, e dessa vez vou conhecer o interior do estado, onde me apresento. Só falta comprar uma casa aqui! Estou bem contente. É um privilégio para qualquer artista estar numa edição como essa, que fomenta a cultura e apoia e incentiva o teatro. Tenho certeza de que seremos novamente muito bem recebidos.

HT: Os capixabas são conhecidos por ser um público exigente. Isso torna seu trabalho mais desafiador?

SS: O público tem o direito de exigir uma boa atuação e merece um espetáculo de qualidade. Todo artista quando sobe ao palco tem de fazer o melhor possível. Sendo o público exigente ou não, eu tenho essa filosofia de trabalho, eu tenho respeito pelo público. Vou me esforçar, sim, seja onde for, para que o espetáculo corra da melhor forma possível. Quero que as pessoas se divirtam e tenham um retorno do que esperavam. Estamos viajando com esse espetáculo há seis meses e, por onde temos passado, o público tem gostado bastante. Quero que chegue logo julho para que a gente troque sorrisos com a galera do Espírito Santo.

HT: Há alguma cena da peça que você goste mais?

SS: A peça é dividida em três partes, e a parte da sauna é a queridinha do espetáculo. Nela, duas socialites de caráter bem duvidoso que se reencontram na sauna de um condomínio de luxo vão contando episódios absurdos de suas vidas; falam atrocidades como se estivessem pedindo um copo d’água. É hilário! O público pode esperar coisas surpreendentes.

HT: E como é dar vida a uma mulher no palco?

SS: Foi bem complexo entender esse universo. O homem é muito direto, muito objetivo, e o pensamento da mulher é algo contínuo. Ela vai arrumar o cabelo e termina no salto; ela tá falando com você e pensando em três mil coisas (risos). A mulher é um ser muito complexo. Ela tem essa capacidade de pensar, fazer, desenvolver varias atividades ao mesmo tempo.  Eu acho que as mulher são infinitamente superiores aos homens (risos). Foi um desafio, mas no espetáculo a gente não pretende enganar o público, fica claro que são homens interpretando mulheres. Isso traz uma leveza, é a brincadeira da comédia.

HT: A interpretação então não é tão fiel…

SS: Não. Até porque eu tenho 1,80m, o Felipe também, e a gente sobe num salto de 20 centímetros. Ficamos como duas muralhas com costas largas (risos). E eu também estou fazendo a peça de barba, por causa da novela. É uma brincadeira muito divertida! O texto é bem gostoso, tanto para nós que fazemos quanto para o público.

HT: E além dos palcos, quais são os projetos que você tem pela frente?

SS: Eu vou começar a gravar em abril a novela “Os dez mandamentos”, na Record. Além disso, tenho um projeto independente de um programa de entretenimento num canal fechado, mas não posso falar muito. Mas já está dando tudo certo, deve entrar na grade da programação esse ano ainda. Pretendo tirar mais ideias do papel e colocá-las em prática. Eu quero trabalhar!