No Rio Moda Rio, Vanessa da Mata fala sobre a ditadura da chapinha: “Fui oprimida por uma mãe que alisava meu cabelo”


A cantora ainda criou uma conta no instagram para dar dicas para quem quer se livrar dos alisamentos e assumir o cachos: “Digo que é importante apreciar seus próprios traços. Ter autoestima te ajuda sempre a fazer boas escolhas”

Prestes a embarcar para uma turnê na Europa, a cantora Vanessa da Mata aproveitou uma folguinha na agenda para prestigiar a primeira noite de desfiles da Rio Moda Rio, nesta quarta-feira. Emponderada desde que surgiu no cenário musical, a artista, que também já foi modelo no início da carreira, ainda se lembra bem da época em que assumir os cabelos naturais significava lutar contra diversas críticas e preconceitos.

Vanessa da Mata (Foto: AgNews)

Vanessa da Mata (Foto: AgNews)

“Eu fui uma menina extremamente oprimida por uma mãe que alisava meu cabelo. Até que um dia eu comecei a me questionar o porquê de ela estar fazendo isso e, mais adulta, resolvi assumir meu cabelo natural quando quase ninguém ainda fazia. Houve muito bullying na época. As pessoas me xingavam na rua”, recorda a cantora. “Eu tinha um questionamento de tudo. Eu era uma mulher pós-feminista. Aquela que já nasce, sabe? Eu gostava de mim como eu era e dos meus traços, era difícil aceitar aquela situação. Eu achava colonizadora e opressora, então, comecei a soltar aquilo como maneira de me expressar mesmo”, revela.

Com os fios naturais desde que apareceu no holofotes da fama, ela logo se tornou referência para meninas com o mesmo tipo de cabelo. A procura das fãs fez com que ela, há uma semana, criasse a conta no Instagram chamada @eugostoedevolume, onde dá dicas para quem quer distância da ditadura da chapinha.

Cantora criou uma conta no Instagram para dar dicas para quem deseja abolir a chapinha (Foto: AgNews)

Cantora criou uma conta no Instagram para dar dicas para quem deseja abolir a chapinha (Foto: AgNews)

“Digo que é importante apreciar seus próprios traços. Ter autoestima te ajuda sempre a fazer boas escolhas, seja de um namorado a um livro”, defende ela, que ainda conta sobre sua relação com o mundo fashion. “A minha relação com a moda é muito mais por atitude e da expressão do que o consumismo em si. Como fui modelo, eu venho desenvolvendo o meu figurino eu tenho tido mais intimidade com a moda, não no sentido das tendências, porque eu não gosto de tendências, mas no sentido de criar minha própria identidade”, afirma.

Presente no evento para o desfile de Lino Villaventura, Vanessa lembrou da importância do estilista na sua carreira. “Usei o vestido dele da primeira vez que toquei com Caetano Veloso e Maria Bethânia, quando tinha 22 anos. Foi a coisa mais linda. Desde então, o acompanho. Acho que ele tem uma coisa muito especial, de misturar referências regionalistas com um ar mais cosmopolita”, conta ela, que seguiu correndo  para não perder o desfile do estilista e amigo.