Rock in Rio: Nickelback traz maratona monótona de baladas e legitima poder dos ‘haters’


Entre a arma apontada pelos milhões de críticos e o carinho dos milhões de fãs, banda canadense comprova todas as expectativas

Por Pedro Willmersdorf

Dona do título simbólico (e nada invejável) de ‘banda mais odiada do mundo’, o Nickelback veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez disposto a contestar a láurea. Missão relativamente fracassada após a performance dos canadenses no Palco Mundo, neste quinto dia de festival.

Com aura (e apenas aura) de representantes de um rock pesado, a trupe liderada pelo fanfarrão Chad Kroeger entregou uma verdadeira maratona de seus hits melosos, entre alguns gritos repetitivos pelo frontman ao microfone e o populismo barato de declarações como “Queremos voltar logo ao Rio”, enquanto a apresentação mal havia começado. Um tanto quanto contrastante com a toada intensa de riffs de guitarra iniciais. Bad boy gone good.

No repertório, a extensão de faixas que sempre comprovaram o potencial do Nickelback para as paradas de sucessos das rádios, com seu ‘rock coxinha’ de primeira. Não à toa, Chad e seus companheiros já venderam mais de 30 milhões de álbuns ao redor do planeta. Entre uma brincadeira e outra do bom -moço-com-cara-de-mau que comanda o grupo, hits como ‘Photograph’, ‘Someday’, ‘Too Bad’ e, claro, ‘How You Remind Me’.

Uma apresentação que durou cerca de 75 minutos e traduziu intensamente a relação do Nickelback com seus milhões de haters. E também com seus milhões de fãs. Para os primeiros, a comprovação de que a farofa entregue pelo marido de Avril Lavigne não serve como acompanhamento para uma freguesia mais exigente. Para os segundos, a comprovação de que a opinião dos primeiros pouco importa, não é mesmo?

Fotos: Vinícius Pereira