‘Queremos mulheres em todos os espaços’, frisa Roberta Sá aos 18 anos de carreira com o show SambaSá


A cantora jogou serpentinas e confetes abrindo a Casa Bloco, programação paralela aos desfiles das escolas de samba no Rio. “O samba é uma potência, tem uma energia transformadora. Eu tenho ouvido muito as pessoas falarem sobre o quanto essa turnê lava a alma”, diz a artista, acrescentando: “Eu acho fantástico, estava morrendo de saudades do Carnaval. Estou amando tudo o que vejo e fazendo e espero que ano que vem voltemos com força total, principalmente com apoio para o Carnaval de Rua”.

Roberta Sá completa 18 anos de carreira e lança o disco SambaSá, uma roda com clássicos do samba (Foto: Bel Acosta)

*Por Rafah Moura

“E se a dor é de saudade/ E a saudade é de matar/ Em meu peito a novidade/ Vai enfim me libertar”. O trecho da canção ‘Samba de Um Minuto’, de Roberta Sá traduz muito o sentimento atual de reencontro, essa catarse de felicidade de poder ‘tirar as máscaras’ e abraçar as pessoas. “Tem sido mágico poder voltar a abraçar, beijar e reencontrar essas pessoas. O samba é uma potência, tem uma energia transformadora. Eu tenho ouvido muito as pessoas falarem sobre o quanto essa turnê lava a alma. Lava a minha alma também e me faz um bem enorme”, frisa a artista que comemora 18 anos de carreira e presenteou o público na Casa Bloco, com o show ‘SambaSá’, projeto de clássicos do samba e pagode.

A musa do samba, nascida em Natal, baila entre a MPB, samba e bossa nova, sempre exaltando a bandeira da nossa cultura e da força feminina nessas vertentes musicais que, por muitos anos, foram dominado pelo homens. “Nessa jornada, eu percebo que o respeito e a valorização das mulheres no samba, por exemplo. Estamos em crescente evolução e devemos muito as que vieram antes como: Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Clara Nunes, Leci Brandão, que ocuparam esses espaços abrindo as portas para nós. Até o sucesso de nomes mais jovens como Nilze Carvalho, Samara Líbano, Marina Iris, Marcelle Motta, que chegam com força. Queremos mulheres em todos os espaços”, destaca.

Roberta tem o samba pulsando em suas veias, assim como a Tabaraja do Samba, a bateria da Portela, a Azul e Branco de Madureira, sua escola de coração e alma e revela estar extasiada em ver as pessoas voltando às ruas e os sorrisos nos rostos. “Eu acho fantástico, estava morrendo de saudades do Carnaval. Estou amando tudo o que vejo e fazendo e espero que ano que vem voltemos com força total, principalmente com 0 apoio para o Carnaval de Rua”.

Celebrando esses 18 anos, a artista fala sobre o show ‘SambaSá’, que é um projeto de clássicos do samba e pagode. “São canções que eu gosto de cantar, que as pessoas sabem cantar. Tem músicas do meu repertório, da Alcione, Jovelina Pérola Negra, Mumuzinho, Xande de Pilares, Só Pra Contrariar, para que vivamos essa catarse juntos, essa troca com o público é o que nos alimenta como artista”, pontua. E acrescenta: “Escolher um repertório é difícil, mas ao mesmo tempo prazeroso, é uma das coisas que eu mais gosto de fazer na vida. E esse show tem uma caraterística em que era muito aberto, com todos os sambas de todos os tempos que eu gosto de ouvir. Acabo me divertindo muito e a receptividade do público tem sido incrível”.

A primeira noite da CasaBloco contou ainda com o bloco Filhos de Gandhy, que fez uma apresentação exaltando a ancestralidade e fazendo a lavagem da pista. O Dj Mam, o bloco Kizomba que faz 20 anos, em 2022. O sempre lindo e emocionante baile da Orquestra Imperial que nos transporta para os carnavais antigos e o batidão do Dj Marlboro, a grande referência do funk no Brasil e no mundo.