A primeira edição do evento Sinfonia Samsung Rock reúne grandes nomes do rock e a Orquestra Juvenil de Heliópolis mostrando que é possível juntar gêneros diferentes


O projeto conta com um repertório famoso com músicas de Bob Dylan, Simon & Garfunkel, Jimi Hendrix, Cream, The Mamas & the Papas, Jefferson Airplane, The Verve, White Stripes, Franz Ferdinand, Ramones, Sex Pistols, The Clash, New Order, Depeche Mode e Eurythmics

Suíte é o nome que se dá a uma sequência de obras tocadas sem interrupção e na mesma tonalidade na música erudita. Mashup é a mescla de duas ou mais canções existentes que geram outra composição no ramo eletrônico. Junte estas duas informações que você terá um resumo do que podemos esperar da primeira edição da Sinfonia Samsung Rock. O evento ocorrerá nos próximos domingos na praia de Ipanema, Rio de Janeiro, e no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e possui uma audaciosa proposta de unir o gênero mais rebelde de todos, o Rock, com a calma de uma orquestra. “O projeto começou a partir de uma ideia do Jeffrey Neale que foi elaborada e amadurecida junto a Samsung. Ele sempre teve o sonho de um super concerto e o que mais entusiasmou foi a forma diferenciada de compor o repertório”, explicou um dos idealizadores do projeto, Lourenço Rebetez. Concebido por Monique Gardenberg, Jeffrey Neale e Rebetez, o projeto é apenas mais uma atividade prevista na iniciativa da marca de telefones Samsung que busca oferecer experiências na música e esporte para a população.

Fileira da frente (esquerda para a direita): Ruriá Duprat, Tim Bernardes e Luiz Carlini. Fileita de trás: Edgard Scandurra, Edilson Venturelli e Lucio Maia (Foto: Divulgação)

O principal objetivo do evento é unir dois ramos completamente diferentes da arte que dificilmente se assemelham musicalmente. Jeffrey queria uma união perfeita dos gêneros culminando em um grande concerto. “Nossa dificuldade foi como chegar neste conceito, pois precisa ter um repertório que faça parte da nossa memória afetiva, no caso do rock, misturado com uma orquestra sinfônica. Era necessário criar uma liga em torno destes dois gêneros, traduzindo ambas as linguagens. Os músicos de orquestras, por exemplo, utilizam muito a partitura o que é o oposto dos guitarristas, pois estes vão aprendendo as músicas decorando. Não queríamos, ao mesmo tempo, que o rock tomasse um viés mais comportado, porque perderia a essência”, ilustrou Rebetez.

Para compor o time de gigantes no palco estarão reunidos grandes nomes de prestígio da arte da guitarra como Nelson AyresWagner TisoThiago Costa e o próprio Rebetez. “Buscamos guitarristas que topassem esta transição musical do universo das partituras. Ao mesmo tempo, queríamos pessoas representativas da nossa música, cada um representando uma década em uma forma de celebrar o rock”, contou o músico. Quem vai tocar junto com essas feras será a Orquestra Juvenil de Heliópolis. Juntos, ambos os grupos serão conduzidos pelo maestro Edilson Ventureli. “Nos encantamos pela companhia de Heliópolis porque eles são jovens e, mesmo assim, tocam muito bem. Por serem mais novos possuem uma abertura para novas propostas e uma vontade de participar muito grande”, garantiu.

Rebetez garante que o casamento entre os dois gêneros está se saindo muito bem (Foto: Divulgação)

O trabalho de unificar os dois gêneros foi do diretor musical Ruriá Duprat que, inclusive, selecionou os guitarristas que subiriam no palco. Mesmo com a diferença de experiência, idades e ramos da música, Rebetez assumiu que o encontro promovido pelo evento está sendo muito bom. “A reunião está sendo maravilhoso e fértil. Mesmo os guitarristas consagrados possuem um espírito jovem, todos juntos possuem uma excitação por produzir música. Estamos naquele palco pelo mesmo motivo. Mesmo antes da estreia já sabemos que fizemos boas escolhas”, informou. O objetivo principal era criar melodias que não influenciasse a perda de identidade da canção. Duprat precisava criar sons não muito diluídos ao ponto do público não saber o que está escutando.

A combinação dos dois gêneros pode não ser inédita, mas Rebetez garantiu que não é uma junção que encontramos todos os dias. “Algo como o que estamos produzindo não é algo que estou acostumado a ver aqui no Brasil”, informou. Por isso a produção focou em repertórios que encantassem a todos sem focar em nenhuma geração específica ou gosto musical. “Nunca pensamos em focar em um público, acho que por estarmos tratando de um tema muito abrangente, queremos atingir todo mundo. Seja as pessoas que viveram na época de cada música antiga ou os filhos que escutavam seus pais cantando. O rock foi muito importante para o nosso crescimento no século XX e marcou a cultura no geral, faz parte da nossa história”, relembrou.

Foram eleitas dez para cada um dos dezoito subgêneros no rock como o folk, o rock psicodélico, o indie, rock eletrônico e punk (Foto: Divulgação)

Para criar a relação de afetividade esperada, foi necessário um grande processo de seleção. A escolha do roteiro foi a função do curador Marcus Preto. Inicialmente, foram quinhentas canções selecionadas para participar do festival e, depois de um extenso processo, foram eleitas dez para cada um dos dezoito subgêneros no rock como o folk, o rock psicodélico, o indie, rock eletrônico e punk. “O repertório de rock é imenso e possui coisas maravilhosas, foi muito difícil de selecionar. Tivemos uma grande ajuda do Marcus Preto para selecionar cada canção. Algumas músicas são muito boas, mas não funcionam bem neste tipo de repertório que buscamos criar. Queríamos fazer de uma forma que as composições soassem bem, fossem melhor adaptáveis para que tenha a mesma potencia do som original. Ao mesmo tempo, precisavam ser melodias representativas que marcaram uma história ou um momento da banda. Para desapegar de tudo que gostamos, precisamos considerar um segundo evento no ano que vem”, explicou. Nomes como Bob Dylan, Simon & Garfunkel, Jimi Hendrix, Cream, The Mamas & the Papas, Jefferson Airplane, The Verve, White Stripes, Franz Ferdinand, Ramones, Sex Pistols, The Clash, New Order, Depeche Mode e Eurythmics estão no roteiro do show.

Além da música, o público poderá acompanhar a trilha sonora por meio de videoartes que serão exibidos no telão a cada apresentação. “Eles ajudarão a compor a cena, será um mega evento com várias linguagens juntas. Os vídeos vão acompanhar e conversar com cada um destes momentos do rock e cada subgênero, trazendo um pouco do clima e da estética. Existe uma associação com comportamentos da sociedade, inclusive, de contestação”, concluiu.

SINFONIA SAMSUNG ROCK

Com Orquestra Juvenil Heliópolis e os guitarristas Edgard Scandurra, Luiz Carlini, Lucio Maia e Tim Bernardes

Concepção: Monique Gardenberg, Jeffrey Neale e Lourenço Rebetez, com colaboração de Marina Lima

Curadoria e roteiro: Marcus Preto

Direção Musical: Ruriá Duprat

Regência: maestro Edilson Venturelli

RIO DE JANEIRO

Dia 03 de setembro, domingo, 18h

Praia de Ipanema (entre ruas Henrique Dumont e Aníbal de Mendonça)