Linn da Quebrada será uma das atrações do festival ‘Marsha! Entra na Sala’, produzido por mulheres trans

Linn da Quebrada acaba de lançar ‘Oração’ (pense y dance) em parceria com selo mexicano Naafi (foto: divulgação)

*Por Rafael Moura

A cantora e atriz Linn da Quebrada vem alçando voos estratosféricos. Depois do sucesso na primeira temporada da série ‘Segunda Chamada’ (2019), TV Globo, estrelar e roteirizar o documentário ‘Bixa Travesty’, o sucesso  do programa ‘TransMissão’, no Canal Brasil, junto com Jub do Bairro, o boom do disco ‘Pajubá Remix I’, vem aí o aguardado ‘Trava Línguas’, com lançamento previsto, ainda, para este semestre. Querem mais? Linn é uma das atrações do festival ‘Marsha! Entra na Sala’, produzido por mulheres trans, com 20 horas de programação online no YouTube e Instagram, sábado e domingo ( dias 4 e 5 de abril), a partir das 15h.

O festival “Marsha! Entra na Sala”, terá 20 horas de programação online

Com o isolamento social por conta pandemia mundial da Covid-19, o universo vem repensando novas formas de compartilhamento de conteúdos e ideias e é assim que surge o festival “Marsha! Entra na Sala”, um evento de valorização pela vida e cultura trans. Esse big encontro, virtual contará com talks, oficinas, música, arte e cultura envolvendo nomes de peso, como Linn da Quebrada, As Bahias e a Cozinha Mineira, Mel Gonçalves (ex-Banda Uó) e Liniker. A realização do evento conta com financiamento coletivo, sendo primeira parcela do valor arrecadado, com esse crowdfunding, dividida igualmente entre as mais de 50 artistas que compõem o line up.  Afinal, como muitos profissionais da cultura brasileira, elas se encontram sem meios de subsídios uma vez que suas agendas foram canceladas em decorrência da pandemia.

A outra será revertida em cestas básicas para a comunidade LGBTQIA+ carente e pessoas trans em situação de cárcere que serão contempladas por meio da Organização Casa Chama. “Nós existimos, somos seres atuantes dentro do nosso cenário político e social, contribuímos de forma efetiva e relevante com nossas produções”, frisa Linn.

O nome do evento é em alusão a Marsha P. Johnson (1954-1992) uma mulher drag queen, negra, ativista, norte-americana, conhecida por sua luta a favor da libertação gay, sendo uma personagem, importante da Rebelião de Stonewall, em 1969. Sua vida pode ser vista no documentário ‘A Morte e Vida de Marsha P. Johnson’ (2017), disponível no Netflix. #FicaDica

O nome do festival faz uma homenagem a ativista americana Marsha P. Johnson’ importante na rebelião de Stonewall

O objetivo é incentivar a campanha #FicaEmCasa com a transmissão via web, por isso, o festival quer impulsionar e dar visibilidade e subsídio para artistas e produtoras que se encontram em situação de vulnerabilidade durante a quarentena. Além de trazer à tona o debate das pautas político-sociais com visões não-hegemônicas (não-heteronormativas, não-binárias). “É justamente por isso que o meu trabalho causa tanta resistência, por me fazer e me posicionar enquanto corpo político, reivindicando o direito de decisão sobre meu próprio corpo”, defende Linn.

Rompendo Fronteiras

Enquanto o álbum ‘Trava Línguas’ não chega, a artista rompe as fronteiras do Brasil e lança a canção ‘Oração’ (Pense y dance), em parceria com o selo mexicano Naaf. A música conta com a participação do produtor uruguaio Lechuga Zafiro e aborda o amor trans, tendo como ponto principal o desejo feminino, tônica que faz parte de todo o trabalho da artista.

O lançamento é acompanhado de um videoclipe e faz parte da comemoração de 10 anos do selo, que vai produzir um EP com artistas convidados em abril em parceria com a plataforma mexicana Onda Mundial. “Eu quebrei a costela de Adão. Prazer, eu sou a nova Eva. Filha das travas, obra das trevas”, define.