No lançamento de “Bang”, Anitta revela que está “montando estratégia” de carreira internacional e fala dos elogios de Caetano Veloso


Em coletiva de imprensa para divulgar o novo álbum, ela revelou que faz viagens desde o ano passado para estudar os mercados gringos

Anitta deve iniciar uma carreira internacional antes que possamos imaginar. Pelo menos ela já carimbou o passaporte e atravessou a Linha do Equador para tratar do assunto. “Já fiz algumas viagens para realizar pesquisas de mercado de divulgação, porque são diferentes (lá fora). Gosto de fazer tudo com muita calma e comecei a fazê-las no final do ano passado. Não divulgo para não criar expectativa nas pessoas. Estou estudando e montando a estratégia para depois fazer acontecer”, entregou durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (13) em São Paulo para divulgar “Bang”, seu novo álbum, com 15 faixas.

(Fotos: Raphael Castello/AgNews)

(Fotos: Raphael Castello/AgNews)

O lançamento oficial do disco, terceiro da carreira, acontece quase que simultaneamente ao clipe homônimo registrar cinco milhões de visualizações. “É o meu trabalho que está crescendo mais rápido nos últimos tempos. Conseguimos um milhão em seis horas e duas em 24h”, contou feliz da vida: “Lancei na última sexta e no dia seguinte já tinha gente fazendo coreografia e cantando no show. Foi tempo recorde”. O álbum, que só inclui uma faixa já conhecida (“Deixa ele sofrer” em versão acústica), vai render outros clipes, segundo a própria Anitta. A pegada mais pop, apesar do batidão ser notado em “Parei”, por exemplo, foi proposital.

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“Fui descoberta cantando funk, mas sempre fui muito eclética e tive sonho de cantar vários ritmos. (…) Nesse álbum quis misturar de tudo um pouco: tem Nego do Borel, algumas faixas tem elementos de samba, rap e hip hop. Acho que a gente chegou num resultado bem legal”, avaliou, já comparando com sua própria discografia. “Depois de ‘Não para‘, por exemplo, a gente colocou ‘Zen’, que já mostrava um ritmo mais tranquilo. Aí depois eu fiz ‘Blá blá blá’ para rebolar, e veio ‘Cobertor’ que era outra proposta diferente (…). Eu tento sempre fazer esse balanço”, explicou.

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Outro ponto extremamente bem calculado foram as participações exclusivamente masculinas (o próprio Nego do Borel, Cone Crew Diretoria, Vitin, Dubeat e Jhama). O motivo? “Pelo fato de eu cantar sobre o poder da mulher, sobre a mulher ter auto estima, queria encaixar o homem de alguma maneira nesse contexto. Conforme as músicas foram sendo lançadas, pensei nessas parcerias”, contou. Processo parecido também é feito com a escolha do que, meio que num processo de adivinhação, vai virar single: “Depende de quanto a música vai impactar as pessoas. Eu espero o feedback dos fãs. Geralmente a gente faz audição e uma votação com eles”. Com os shows, a mesma linha. “Quando tudo fica mais consolidado eu coloco no show. Procuro não forçar para ser realmente uma relação de maior interação”, pontuou.

Com a responsabilidade de conduzir sua própria carreira e garantindo “não se deixar levar nem pelas críticas, nem pelos elogios”, a cantora aproveitou a ocasião, ao ser instigada por HT, para lembrar a recente declaração de Caetano Veloso: “Faz cerca de uma semana que me convenci de que, tecnicamente, a nova cantora brasileira mais dotada é Anitta“. Para ela, “ouvir isso dele foi maravilhoso” e a frase “tem toda aquela coisa de quebrar paradigma”. “O funk é um ritmo que as pessoas rotulam muito, tem muito paradigma de classe social, preconceito. Sempre ouvi Caetano, embora as pessoas pensem que quem ouve funk não deve saber de MPB”, desabafou ela, que homenageou o compositor no último Prêmio Multishow. Segundo a própria, ela foi parabenizada por Cê como “a melhor apresentação” da noite. “Fiquei em choque. Ele é um ícone, referência. Óbvio que não pode pensar ‘ah, ele falou está falado’, mas é muito significativo para mim”. Até as divas poderosas são modestas, meus caros.