“Nada impede o ecoar da minha voz. Morando no Retiro dos Artistas, eu sinto paz para continuar”, diz Leny Andrade


Vivendo há seis meses na instituição, um dos maiores nomes do jazz no Brasil celebra nova fase com agenda de shows a pleno vapor e disco com faixa em homenagem a João Donato

A cantora Leny Andrade lançará um disco em homenagem a João Donato (Foto: divulgação)

*Colaborou Fernanda Quevedo

A diva Leny Andrade que vai em um dos episódios da nova temporada do programa “O Som do Vinil”, apresentado pelo ex-Titã Charles Gavin, no Canal Brasil, está a pleno vapor. Ao site HT, a grande cantora de jazz, que está morando no Retiro do Artistas, contou com carinho e muita ternura sobre a nova fase, que para ela, é uma das melhores da vida. “Sou uma pessoa realizada, ainda tenho para viver. Sou muito feliz onde moro, e fazendo o que eu faço”, afirma, antes de entregar que já trabalha em um novo disco. O álbum será ema homenagem a João Donato e conta com a produção de Fred Falcão e arranjos de João Carlos Coutinho.

Ao falar do Retiro do Artistas, o tom forte da voz de Leny cede espaço para a suavidade: “Vim a convite do Stepan Nercessian e tudo tem sido maravilhoso aqui. O ambiente é extremamente agradável. Tudo gira em torno da cultura e da paz”, afirmou Leny. A adaptação não foi algo que a incomodou. Muito pelo contrário. “Aqui nos servem as melhores refeições e diversas vezes por dia. Tudo é feito com bom gosto e muito carinho”, ressaltou a cantora, a respeito do cardápio diário do Retiro. A diva passa os dias trabalhando, canta e recebe amigos. Apreciadora de estilos musicais variados, além da MPB e do jazz, a diva dos palcos também gosta de ouvir outras mulheres. “Eu gosto mesmo é de quem sabe cantar. Joyce, Doris Monteiro, Eliana Pittman, Áurea Martins, e tantas outras são mulheres que cantam e encantam. Eu ouço com frequência e sou apaixonada por todas elas”. Antenada, Leny afirma ser eclética e gostar também das músicas de Madonna. Sobre a convivência com outros gênios da cultura brasileira no reduto de arte carioca, ela foi discreta: “Não vou falar nomes para não preterir entre um e outro, mas todos meus amigos. Gosto de ficar sozinha, mas também de me divertir e manter a saúde em dia”. A jazz woman mora em uma casa com dois quartos, sala e varanda. No Retiro, ela é acompanhada por médicos, fisioterapeutas e participa de atividades de recreação.

Leny Andrade é um ícone do jazz e da música brasileira (Foto: divulgação)

Leny Andrade é internacionalmente conhecida. Além do novo disco, ela comemora uma discografia que reúne mais de 30 títulos e dezenas de parcerias. “Sou uma cantora de casa noturna e tenho apreço por isso. Em todos os locais onde já me apresentei, fui bem recebida e muito bem tratada. Sou uma cantora da noite que não bebe, não fuma e, aos 75 anos, faço minha voz ecoar”, orgulha-se.

Outro assunto que Leny se sente muito à vontade para falar é sobre o feminismo: “Quando comecei a carreira, eu ia a todos os lugares acompanhada pelo meu pai, pois era menor de idade. Ele sempre esteve por perto. No decorrer do percurso, eu conquistei meu espaço com respeito. Mas eu sei que os avanços conquistados pelas mulheres dentro e fora do palco foram árduos e ainda há muito por fazer”.

Quando fala sobre os fãs, ela se emociona: “Eu recebo muito carinho das pessoas. Todas a vezes nas quais estou em cena, o público se reúne para conversar comigo. Isso é de uma riqueza sem fim”. Leny também relembrou com carinho o show que fez recentemente no Blue Note, no Rio e no Teatro Rival, no início do ano. Em plena atividade e com o bom humor que lhe é característico, Leny pontuou: “Sempre amei cantar e saber que a minha voz ainda ecoa é uma honra. Recentemente lotamos por três dias o Teatro Rival, e, viver esses momentos, faz de mim uma pessoa ainda mais feliz”. 

Confira a agenda de Leny Andrade:

Agosto

Dia 25 – SESC Bom Retiro, 18 horas 

Dia 28 – Leny Andrade e Gilson Peranzzetta Imperator RJ