King estará hoje no palco do Rock in Rio com Dughettu e estreou ontem como atriz na série de IGTV produzida por Cleo


Aos 26 anos, a artista vem conquistando grandes espaços. Estreia no Espaço Favela do RIR, atua na websérie “Onde está Mariana” e ainda assina duas canções. “estar, ocupar, representar e reconhecer. Essa é a importância de estar no palco ou em cena”, pontua. Junto a isso, aproveita e fala sobre a urgência de se abordar temáticas como feminicídio, machismo e representatividade na sociedade de diversas formas, mas também através da arte

King fará sua primeira apresentação no Rock in Rio (Foto: Natália Anjos)

*Por Domênica Soares

A rapper King vai baixar em um dos maiores festivais de música do mundo e celebrar esse momento com extrema gratidão. No dia 3 de outubro a cantora sobe no Palco Favela, no Rock in Rio, com o rapper Dughettu, levando toda sua atitude em uma apresentação que promete surpreender o público. Essa é sua primeira apresentação no evento e a expectativa é grande: “Dividir o palco com alguém experiente e inspirador em um festival tão importante tem sido uma honra acompanhada de uma grande responsabilidade, que é a de ser uma representante do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense”. O show que tem o objetivo de ser leve e impactante ao mesmo tempo, vai trazer um line up incrível para mexer com a a cabeça daqueles que estarão na área. Mas o voo de King não para por aí. A artista comenta com o site Heloisa Tolipan que, além do festival, estreou recentemente seu primeiro trabalho como atriz.

King vai estar na série sobre feminicídio “Onde está Mariana?”, um projeto para o Instagram que tem produção executiva assinada por Cleo. Na websérie, a artista interpreta e ainda assina duas canções de sua própria autoria. Ela conta que o processo foi muito intenso. “Minha primeira vez atuando a convite do Diego Timbó. Contracenar com um grande nome dramaturgia, Vilma Melo, e ter produção executiva da Cleo foi simplesmente uma nova visão da minha carreira. A produção das músicas foi sem dúvida completamente diferente do habitual. Escrever, interpretar e produzir para personagens pré-existentes é quase como escrever um samba-enredo, mas tive profissionais ao meu lado que são incríveis, o que tornou tudo mais leve”, conta empolgada para curtir o resultado. King fez questão de comentar sobre sua gratidão em atuar com mais pessoas incríveis, como Valesca e MC Rebecca. E tudo isso ganhou um formato que ainda não é conhecido como convencional. A série será transmitida exclusivamente pelo IGTV do Instagram, levando o mundo do cinema e da televisão para os meios digitais que estão cada vez mais em ascensão. A série terá cinco episódios. O primeiro deles foi divulgado, ontem, dia 2 de outubro, no IGTV de Cleo. Sobre a colaboração na parte musical assinando duas músicas, ela também comemora: “Estive muito envolvida na questão da música da série. Foi um convite do Timbó. Eu tenho uma música chamada ‘Vai Ficar‘, tema do casal Paula e Mariana. Meu primeiro processo de ter uma música em uma websérie. Compus também a música interpretada pela MC Rebecca, ‘Não tenha medo de escuro“. O roteiro é assinado por Beatriz Rhaddou, Claudio Simões com colaboração de Matheus Chatack e fotografia de Jéssica Teleze.

Cantora estreia seu primeiro trabalho de atuação na websérie “Onde Está Mariana” no IGTV de Cleo (Foto: Natália Anjos)

King se lança como atriz (Foto: Natália Anjos)

A animação com a nova fase foi tanta que a cantora, que agora também é atriz, não deixou de frisar que está com vontade de fazer mais trabalhos como esse e seguir essa carreira que acabou de experimentar. Segundo ela, dar vida a uma personagem foi uma das experiências mais incríveis e desafiadoras de sua carreira artística. Sobre a série, ela diz que a produção aborda o machismo em sua maneira macro e mínima, indo além da maneira que afeta as mulheres, apesar de todo protagonismo feminino, chegando ao patamar do impacto que ocorre também nos homens. Nesse contexto de luta e vivências, King foi questionada sobre seu maior sonho: “Poder viver da minha profissão. Quem vive de arte sabe o quanto é difícil e quase que marginalizada”, afirma.

Na música e na arte, a artista está sempre engajada em projetos em prol de melhorar a sociedade (Foto: Divulgação)Sobre a King fora dos palcos, ela é livre e intensa, mas como ressalta: “Eu sou da linha Zeca Pagodinho, deixando a vida a levar e pagando tudo com “o suor do meu emprego”. Abordando a questão da importância da representatividade, de uma forma geral, ela mostra que é essencial “ocupar, representar e reconhecer. Essa é a importância de estar no palco ou em cena”, pontua. Junto a isso, aproveita e fala sobre a urgência de se abordar temáticas como feminicídio, machismo e representatividade na sociedade de diversas formas, mas também através da arte – como seu novo trabalho se propõe. “Em nosso processo de preparação todo elenco se identificou vítima ou réu de um ato machista. Acredito que muitas pessoas sofrem por isso sem saber que é um abuso. É importante circular e propagar desconstrução”, conclui.