Exclusivo! Daniel Del Sarto explica seu projeto “Live”, em que sets de música eletrônica são a base para a voz e guitarra


Músico, ator, cantor e produtor musical, Daniel Del Sarto já atuou em novelas, cinema e peças de teatro, lançou dois CDs e, atualmente, dedica-se aos shows “Live”: “Esse formato de eu ser o único no palco, soltando as faixas eletrônicas que eu produzi, cantando e tocando a guitarra, não vi ainda. Apesar de que acho que logo vira febre, porque é uma solução que une muitos aspectos positivos, tanto do ponto de vista artístico quanto técnico”

Começou cedo o interesse de Daniel Del Sarto pela música. Aos 12 anos, aprendeu a tocar violão e, cinco anos depois, já tocava em festivais, saraus, bares, restaurantes e churrascarias. Ator, cantor e produtor musical, Daniel domina todas as plataformas quando o assunto é arte. Na televisão, já participou do seriado “Sandy e Júnior” e de novelas como “Desejos de mulher”, “Kubanacan”, “Malhação”, “Insensato Coração”, “Pecado Mortal” e outras produções. O cinema e o teatro também não lhe são estranhos. Nas telonas, atuou junto de Zezé Polessa e Edwin Luisi em “As Alegres Comadres”, adaptação de um texto de Shakespeare, e foi indicado ao prêmio de melhor ator no Brazilian Film Festival. Já nos palcos, debutou em “Confissões de adolescente” dirigido por ninguém menos do que Domingos Oliveira, atuou nos musicais “Camabio”, de João Falcão, “Leo e Bia”, de Oswaldo Montenegro, e outros.

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Daniel Del Sarto em seu Live, no palco (Foto: Divulgação)

Mas é a música o capítulo especial de sua vida. “Desde muito novinho armava show com repertório e até iluminação (risos) nos Natais da família em Belo Horizonte. Tinha roteiro, falas e votos e canções pros familiares. Aos 12 anos comecei estudar violão e conheci o poder da MPB de Caetano Veloso, Luiz Gonzaga, Adoniran, Fagner e incontáveis gênios. Já era fã da música pop com pitadas de eletrônico de Madonna, Sade, George Michael e os sons pancadões dos bailes funks da minha época, na Tijuca, nos discos de Furacão 2000 e outras coletâneas”, contou.

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(Foto: Divulgação)

Em 2006, lançou o CD ”Desassossego”, pela gravadora Indie Records e, com ele, ganhou projeção nacional, chegando a participar do projeto ”Rio Sempre Música”, em que tocava e cantava nas praças públicas da cidade para grandes platéias de mais de 10 mil pessoas, reforçando ainda mais uma marca do artista: a integração com seu público e sua elogiada presença de palco. Em 2014, Daniel lançou o disco “Mãos e Palavras”, que também foi disponibilizado digitalmente em todas as plataformas. Vale destacar que grande parte deste CD foi gravada por ele em seu home studio e finalizado, posteriormente, no estúdio Órbita, onde recebeu o tratamento sonoro do produtor Carlos Trilha, reconhecido pelos discos solo de Renato Russo, entre outros.

Artista versátil, atualmente, Daniel dedica-se às carrapetas. Tudo começou quando foi convidado para fazer vezes de DJ na Gambiarra, uma badalada festa carioca. Lá, fez um set cantado ao vivo, produziu bases de hits dançantes e incluiu faixas de seu novo CD. A receptividade foi tão boa que o projeto Del Sarto Live nasceu dali. “Não virei DJ, não. O novo show tem alguma semelhança com a figura do DJ do ponto de vista que sou produtor e arranjador das faixas eletrônicas que servem de base pra minha voz e minha guitarra no show. Outra semelhança que talvez apareça é que a quantidade de equipamento que faz o Daniel Del Sarto Live acontecer é do tamanho de uma pick-up de DJ. Só que a minha bolsa tem microfone sem fio, simulador de amplificador de guitarra, com vários efeitos, uma minimesa de som e as conexões pra ligar o set na tomada, puxar um fio para o mixer do DJ, ou para mesa de som e o show está pronto. As bases eu disparo pelo iPad usando programas de mixagem que os DJs também usam. Só que na hora do show, cantar e tocar guitarra é total ao vivo e isso resulta em uma apresentação ao mesmo tempo pocket – por ser eu sozinho no palco – e gigante – pela sonoridade do set eletrônico que programei junto da guitarra e do canto”, explicou.

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(Foto: Divulgação)

O processo de criação leva tempo e começa com uma seleção musical que inclui os maiores hits do momento. Já no estúdio, Daniel cria Mashups e tenta preservar ao máximo o arranjo original para rceber, ao vivo, uma letra de hit nacional. “Passo muito tempo no estúdio: dias, horas, principalmente as madrugadas, mas porque me dá muito prazer e também porque quero atualizar sempre o set. Atualmente estou trabalhando em mais 15 músicas que vão entrando aos poucos no show”, explicou ele, que garantiu: a inspiração surge aos poucos. “A coisa começa escutando um som novo ou no desejo de tocar alguma música estourada – um hit – que está fazendo a cabeça de todo mundo nas pistas. Por exemplo “How Deep Is Your Love”, do Calvin Harris com colaboração de Disciples. Quando escutei senti: quero cantar e tocar isso! Gosto de manter as características principais, beats, loops, frases de sintetizador, para manter aquele tesão que a música desperta na pista quando começa a tocar. Nesse caso de ‘How Deep’, como acho a voz original muito sexy, não quis cantar sozinho. Então montei um dueto com a voz original. Em seguida, tocando no estúdio enquanto produzia, percebi que a harmonia abraçava perfeitamente uma canção da Marina Lima. Assim surgiu o MashUp com ‘À Francesa’. Depois tem o ensaio de tocar, cantar e também de acertar os efeitos e dobras de voz – característica marcante do show, já que uso uma pedaleira que faz oitavas, terças, quintas e efeitos junto da minha voz enquanto canto”, explicou.

Seu show chamou tanta atenção que Daniel foi a grande atração do rooftop da Tiffany’s no início de maio. “A festa OVO, do Conrad Punta Del Este, veio fazer esta edição no Rio e o Marcos Daut, promoter carioca de grandes eventos de música eletrônica, ia comemorar o aniversário lá e, como conhecia o meu Live, me colocou no LineUp. E foi uma delicia tocar lá”, contou ele, que tem 4h30 de repertório pronto para atender todo tipo de público com suas mais de 60 músicas à disposição para seleção de sets personalizados de, em média, 1h15 – ou 20 músicas.

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(Foto: Divulgação)

Com tantos tipos de experiência, é até difícil dizer o que mais gosta na profissão, mas Daniel não tem muitas dúvidas. “Com certeza é vastidão de criatividade que a gente acessa no subconsciente – nosso e do outro – e as emoções e sensações que rolam na gente e em quem compartilha a nossa criação. Seja uma composição, uma música, um personagem, poesia e por aí vai”, disse. Intenso, não?