Em noite de muito reggae no Teatro Odisséia, Da Ghama, fundador do Cidade Negra, apresenta seu novo projeto com abertura dos Yute Lions


Guitarrista faz show de pré-lançamento do “BaixafrikaBrasil”, que tem participação de diversos personagens da música brasileira e regravações de antigos sucessos

*Com Yuri Hildebrand

A reggae music no Brasil está cada vez mais forte. Além de nomes já consagrados no estilo, como O Rappa, Planta e Raiz, Ponto de Equilíbrio Natiruts, novos projetos vêm surgindo com o intuito de aumentar essa lista. É o caso do Yute Lions, que chegou à casa de muitos brasileiros através do programa Superstar”, da TV Globo. A banda, que ficou entre os 10 primeiros colocados da competição, ganha ainda mais força ao abrir a apresentação de um já cascudo guitarrista da cena: Da Ghama. Ex-Cidade Negra, o músico mostrou na noite desta quinta-feira (26/3), no Teatro Odisseia, o “BaixafrikaBrasil”, segundo disco de sua carreira solo que será lançado em maio e conta com participações que vão desde Fernando Magalhães (Barão Vermelho) a Sérgio Loroza.

Da Ghama – “Falar a verdade”

Com a casa totalmente tomada pelo clima rastafári, o DJ Tekko Rasta, um dos criadores do movimento Afroreggae, aquecia o público antes da banca, com sucessos como “Get Up Stand Up”, de Bob Marley e “Coisa Feia”, do Ponto de Equilíbrio. Portanto, quando os Yute Lions subiram ao palco, as good vibes já estavam instaladas. Com um reggae bem mais moderno, a banda tem nas duas guitarras o seu maior trunfo: riffs trabalhados, detalhes soltos acompanhando as bases e os solos duplicados, como na música “Jah tudo sabe”.

Conquistando a galera presente, o grupo apostou em alguns covers“Você”, do Tim Maia, “Pescador de Ilusões”, d’O Rappa, e “Johnny B. Goode”, de Peter Tosh –, mas sem deixar suas próprias músicas de lado, como “Um amor”, “Me faz tão bem” e encerrando com “Reggae Music”. Após o show, o vocalista Carlos Valentim falou ao HT sobre o início “acidental” da união: “Antes, eu tinha outra banda, mas não cantava. Com a saída do vocalista, tive que arriscar para manter o projeto. Acabou que quando fomos gravar ‘Ilusão’, o Yute Lions se consolidou com a entrada de outros integrantes, formando uma verdadeira família”. Carlos também comentou sobre o nome da banda, ideia de Fred Locks (percussão), que vem do inglês “youth lions”: “No boca a boca, o nome acabava ficando confuso. Mudamos para ‘yute’, remetendo também ao ‘patoá’ jamaicano, o inglês próprio do país”.

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Após a apresentação enérgica dos “jovens leões”, era a vez da atração principal, Da Ghama, mostrar ao que veio. Com uma banda reformulada para o segundo disco de sua carreira solo, o ex-guitarrista do Cidade Negra apostou em músicas inéditas, antigos sucessos de seu ex-grupo e também em músicas do primeiro álbum solo, “Violas & Canções”. No palco, teve a participação especial de Celso Moretti, criador do reggae favela, e de Gil’Soul, cantando o hit “Falar a Verdade”. Dentre os covers, outra música que estará no projeto BaixafrikaBrasil: “Vento no litoral”, do Legião Urbana, em versão muito bem trabalhada no estilo jamaicano.

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Como não poderia faltar em um show de reggae, Bob Marley se fez presente em “Waiting in vain”, com grande performance de Nanda Félix, fazendo mais que o simples backing vocal. Do novo álbum, Da Ghama tocou “A estrada” (que já vem tempos de Cidade Negra), “Um só Coração”, “Coisas belas da vida” (que conta com a participação da banda Zaktar) e um single que já faz sucesso no sul do país, “Trabalhador”, de Papa Ricky.

Com tudo pronto para ser lançado, o guitarrista faz mais um show de divulgação em Nova Iguaçu, no Teatro SESC, voltando à Baixada Fluminense, onde nasceu e cresceu, para promover seu mais novo trabalho.