Em comemoração aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, música Manifestação reúne mais de 30 artistas para falar sobre as mazelas que ainda existem no Brasil


A letra reflexiva foi escrita por Carlos Rennó e selecionado pela Anistia Internacional para celebrar a data. A canção tem a voz de Criolo, Pericles, Rael, Rico Dalasam, Paulo Miklos, As Bahias e a Cozinha Mineira, Luedji Luna, Rincon Sapiencia, Siba, Xenia França, Ellen Oleria, BNegao, Felipe Catto, Chico César, Paulinho Moska, Pretinho da Serrinha, Pedro Luis, Marcelino Freire, Ana Canãs, Marcelo Jeneci, Márcia Castro, Russo Passapusso, Larissa Luz, Ludmilla e Chico Buarque. Além dos cantores, a gravação contou a participação das atrizes Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Letícia Sabatella e Roberta Estrela D’Alva

Impactante, chocante, triste e ácido são palavras que definem com exatidão o clipe e a música Manifestação. Se prepare para pensar, refletir e questionar o momento atual do Brasil quando escutar esta canção escrita por Carlos Rennó. A composição funciona como um verdadeiro balde de água fria que nos alerta para as mazelas, preconceitos e diversos outros tipos de violações dos direitos humanos recorrentes nas páginas dos noticiários. A letra nada paliativa foi escrita em comemoração aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e também em honra ao aniversário de 57 anos do movimento Anistia Internacional. O trabalho contou com um grupo de artistas que ajudou a cantar esta história voluntariamente como Criolo, Pericles, Rael, Rico Dalasam, Paulo Miklos, As Bahias e a Cozinha Mineira, Luedji Luna, Rincon Sapiencia, Siba, Xenia França, Ellen Oleria, BNegao, Felipe Catto, Chico César, Paulinho Moska, Pretinho da Serrinha, Pedro Luis, Marcelino Freire, Ana Canãs, Marcelo Jeneci, Márcia Castro, Russo Passapusso, Larissa Luz, Ludmilla e Chico Buarque. Além dos cantores, a gravação contou a participação das atrizes Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Letícia Sabatella e Roberta Estrela D’Alva.

“Por todo jovem negro que é caçado pela polícia na periferia. Por todo o pobre criminalizado só por ser pobre. Por todo o povo índio que é expulso da sua terra por um ruralista. Pela mulher que é vítima de um impulso covarde e violento de um machista. Por todo o irmão do Senegal, da Angola e do Congo aqui refugiado. Pelo menor de idade sem escola a se formar no crime e condenado. Por todo o professor da rede pública maltratado pelo estado. Por todo o casal gay descriminado”, diz a composição. Cada frase é cantada na voz de um dos mais de 30 artistas e músicos envolvidos. Manifestação vem para lembrar que quando os direitos humanos de uma pessoa são violados, os diretos de todos acaba ficando em risco. A ideia é gerar solidariedade e empatia através da letra ácida e das imagens chocantes e reais usadas no clipe. A partir da linguagem universal da música, o objetivo é reafirmar o compromisso assinado há 70 anos.

O projeto foi idealizado pela Anistia Internacional na busca de mostrar a indignação do público frente aos mais de 61 mil homicídios cometidos por ano no país; do racismo que atinge de formas perversas a sociedade; o machismo e a LGBTfobia que faz com que pessoas sejam mortas, agredidas e humilhadas por sua individualidade; da falta de moradia; e de outros direitos violados no cotidiano de uma parcela significativa da população brasileira. “O lançamento deste clipe é um marco para lembrarmos que, mesmo após 70 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos, a mobilização para que nossos direitos sejam garantidos continua sendo crucial. A letra da música descreve graves violações de direitos humanos, como a violência que sofrem as populações negra, indígena, quilombola, LGBT, bem como refugiados, mulheres e pessoas que vivem em favelas e periferias. No país que tem o maior número de pessoas assassinadas por ano, a cancão-protesto transmite a força e ânimo que tanto precisamos para continuar lutando”, afirmou a diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck.

Chico Buarque foi uma das vozes que lutou durante a ditadura militar e, agora, é um dos artistas por trás do projeto que traz luz para lutas esquecidas e ignoradas do dia a dia (Foto: Divulgação)



Os 117 versos foram escritos por Carlos Rennó e musicados por Russo Passapusso, Rincón Sapiência e Xuxa Levy. O compositor contou que, assim que finalizou a letra, pensou que esta poderia servir para a campanha por direitos humanos da Anistia. “Na concepção da letra o meu intuito foi despertar, conscientizar, sensibilizar e mobilizar a sociedade no apoio às causas sociais. Através das 32 vozes que a gravaram, a canção busca dar voz aos silenciados, invizibilizados, excluídos, discriminados, às vítimas de preconceito, racismo e intolerância, aos violentados brasileiro citados à exaustão em Manifestação”, comentou Carlos. Além disso, a canção conta com a banda base que é formada pelos músicos Benjamin Taubkin, no piano, Os Capoeira, na percussão, Siba, na rabeca, Marcelo Jeneci, no acordeon, Emerson Villani, no violão e guitarra, Robinho, no baixo, Samuel Fraga, na bateria, DJ Nyack, no pickups, e Beto Barreto, na guitarra baiana. O clipe foi dirigido por João Wainer e Fábio Braga, gravado nos estúdio Na Cena, apoiador do projeto e está sendo exibido nas redes sociais e no site da Anistia Internacional.

Ficha Técnica:
Letra: Carlos Rennó
Musica: Xuxa Levy, Russo Passapusso e Rincón Sapiencia
Produzido por Xuxa Levy
Direção video: João Wainer
Direção de Fotografia: Fábio Braga
Produção Executiva: Beth Moura
Engenheiro de gravação e mixagem: Ricardo Camera
Gravado nos estúdios NaCena (SP)
​Realização: Anisitia Internacional no Brasil​

Cantores Participantes:
Criolo, Pericles, Rael, Rico Dalasam, Paulo Miklos, As Bahias e a Cozinha Mineira, Luedji, Roberta Estrela Dalva, Marcelino Freire, Rincón Sapiência, Siba, Xenia França, Ellen Oleria, BNegao, Felipe Catto, Chico César, Pretinho da Serrinha, Camila Pitanga, Moska, Pedro Luís, Ana Canãs, Marcelo Jeneci, Márcia Castro, Russo Passapusso, Fernanda Montenegro, Larissa Luz, Ludmilla e Chico Buarque.

Participações Especiais:
Benjamim Taubkin : piano
Os Capoeira (Mestre Dalua, Contramestre Leandrinho, Felipe Roseno e Cauê Silva) : percussões
Fernandinho Beatbox : beatboxes
Siba: rabeca
Marcelo Jeneci: acordeon

Banda base:
Emerson Villani: violões e guitarras
Robinho Tavares: Baixo