Direto de NY: mesmo com aviso do governo americano sobre o tempo, show do Chromeo, no Terminal 5, foi sucesso


Para conferir duo canadense, multidão ignora se o mundo estava acabando lá fora

* Por Junior de Paula, de Nova York

Todo mundo que estava a caminho do show do Chromeo, no Terminal 5, em Nova York, na última sexta-feira, recebeu um aviso ao mesmo tempo do governo americano por mensagem de texto no celular. Foi engraçado ver o vagão inteiro do metrô conferir o visor ao mesmo tempo. Do que se tratava? Um alerta sobre possibilidades de enchentes na cidade devido ao mau tempo.

Pela quantidade de gente que se espremeu no famoso galpão à beira do Rio Hudson, parece que ninguém levou muito a sério a iminência de uma catástrofe natural ou, pelo menos, o que foi o meu caso, preferiu correr o risco, já que não é todo dia que a gente tem a oportunidade de assistir ao show desse duo canadense.

Marcado para as nove da noite, a apresentação só rolou mesmo depois das dez, já que o DJ francês Olivier ficou responsável pelo show de abertura, com um set list um tanto quanto mediano,  para um plateia que já começou o jogo entregue às mãos do DJ. Talvez como resultado dos embalos da sexta à noite, o nível etílico nas alturas, ou só excitação mesmo.

Dava para sentir no ar a empolgação e a expectativa da turma, que não estava nem aí se o mundo estava acabando lá fora, para a grande hora de o Chromeo mostrar o seu som meio electrofunk, meio rock, meio indie. Expectativa, aliás, potencializada pelo lançamento do mais recente álbum do do duo, White Women, que chegou às lojas reais e virtuais no dia 12 de maio.

Fresquíssimo, portanto, e cheio de participações especiais como Solange, Ezra Koenig, do Vampire Weekend, Toro y Moi e Pat Mahoney do LCD Soundsystem, que deixaram a gente se perguntando se algum deles ia subir ao palco com David Macklovitch, ou Dave 1, como é mais conhecido, e Patrick Gemay, o P-Thug. O primeiro, para quem não sabe, fica responsável pela guitarra e pelos vocais, enquanto o segundo debulha o teclado, os sintetizadores e a parafernália eletrônica toda.

Não, antes que perguntem, não rolou nenhuma participação especial, a não ser das duas pernas de mulheres que serviam de base para a mesa de som e para o teclado de P-Thug. No fundo do palco, placas de metal refletiam o jogo de luz frenético que teve início com a micareteira Intro, com a repetição de Chro-me-o…o…o até o fim do show, uma hora e meia depois, com o primeiro hit da banda, You’re So Gangsta.

O que mais rolou? Don’t Turn The Lights On, Over Your Shoulder, Night by Night, Hot Mess, Fancy Footwork, Needy Girl e mais um tanto de outros hits queo fizeram todo mundo dançar como se o mundo fosse acabar. Ao fim, já na saída, uma chuvinha leve, mas nenhum resquício do apocalipse anunciado. Melhor assim.

 

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O mundo não acabou o e dou Chorme arrrasou em Nova York (Foto: Divulgação)

 

* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura.