Das rodas de samba ao Prêmio da Música Brasileira: A qualidade musical de Leo Russo


O cantor foi indicado ao lado de Roberto Carlos e Tibério Azul ao título de melhor cantor. Embora não tenha ganhado, ele já está com vários planos musicais

Ele já tocou no Rio Othon Palace e nos lugares mais badalados da Lapa, no Rio de Janeiro. Ele concorreu ao lado de Roberto Carlos e Tibério Azul na categoria Melhor Cantor Canção Popular do 29º Prêmio da Música Brasileira. Ele fez parcerias com Beth Carvalho, Diogo Nogueira e Dudu Nobre. Com uma carreira sólida de nove anos de história pela música brasileira, Leo Russo é figurinha certa nas melhores rodas de samba pela cidade. No currículo, o músico possui dois CDs inéditos e um projeto a caminho para o ano que vem. Devagarzinho, o sambista está ganhando o espaço que merece no cenário nacional. “Sempre tive a preocupação de construir aos poucos a minha carreira. Acho que é preciso dar um passo de cada vez quando se quer algo mais sólido”, comentou o artista. Em entrevista exclusiva ao site HT, Leo Russo contou toda a sua trajetória até chegar ao seu momento atual da carreira, no qual foi indicado ao maior prêmio nacional no ramo. Vem conferir!

Leo Russo é figurinha repetida nas rodas de samba da cidade (Foto: Divulgação)

Leo Russo já é conhecido nas melhores rodas de samba da cidade, mas também já tocou em São Paulo e em outros lugares do país. Ele chegou, até mesmo, a organizar o seu próprio evento em um barzinho na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O Samba do Leo Russo já contou com a presença, até mesmo, de Zeca Pagodinho. Dentre esta lista de locais requisitadíssimos, ele chegou a tocar, inclusive, no Rio Othon Palace, na praia de Copacabana. “A vista é maravilhosa, excelente, e a feijoada foi espetacular. A energia foi ótima!”, relembrou. Na ocasião, ele foi convidado para embalar a tradicional feijoada da casa.

Leo Russo já teve o prazer de tocar com Zeca Pagodinho várias vezes, como mostra a foto (Foto: Divulgação)

No entanto, a lista de lugares onde passou é apenas uma pequena parcela que ratifica o sucesso de Leo Russo. Um das grandes provas de sua qualidade musical, por exemplo, foi a indicação ao Prêmio da Música Brasileira deste ano. Embora não tenha levado para casa o troféu, concorrer na categoria Melhor Cantor ao lado de Tibério Azul e Roberto Carlos, um dos maiores baluartes do país, não é para qualquer um. “A gente é sempre é pego de surpresa por estas coisas. Eu já tinha gravado outro CD antes, no qual consegui o reconhecimento de grandes artistas e ótimas críticas musicais. No entanto esta foi a primeira vez que fui indicado a um prêmio. E ainda o mais importante da música brasileira. Tomei um susto quando vi que Roberto Carlos estava concorrendo também”, contou. Leo ainda garantiu que ficaria honrado de competir com qualquer outro artista, mas estar ao lado do Rei acaba dando um gostinho a mais, afinal, confessou ser fã do cantor.

Leo Russo não levou para casa o troféu, mas já considerou a indicação uma vitória (Foto: Divulgação)

De qualquer forma, não foi fácil chegar até o momento atual de sua carreira. A paixão pela música começou desde muito novo, mas foi em 2009 que o músico fez a sua primeira apresentação com cachê. Em 2011, a sua trajetória ganhou o primeiro reconhecimento ao vencer o Concurso de Novos Talentos do Carioca da Gema. Dois anos mais tarde, chegou o seu primeiro CD no qual contou com a participação de Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Dudu Nobre e muito mais. Apesar de já ser conhecido do meio, este disco funcionou como um trampolim para a sua presença na mídia. “Participei de programas de TV e ainda apareci nas rádios e nos jornais. Consegui criar o meu espaço e fazer o meu show em diferentes estados”, relembrou. Depois deste sucesso, Leo Russo passou um tempo afastado dos estúdios de gravação, até sentir a vontade de criar algo novo em 2016. O cantor ficou um ano trabalhando no disco Canto do Leo, até lançá-lo em 2017. “O primeiro me deu um retorno, talvez, mais midiático, porém o Canto me deu esta indicação super legal. De qualquer forma, tenho um grande carinho pelos dois CDs, ambos têm a sua importância para mim”, informou.

O disco Canto do Leo foi o álbum que gerou a indicação de Leo Russo para o Prêmio (Foto: Divulgação)

O CD Canto do Leo é uma mistura de samba-canção com bolero. “A minha paixão é o samba e dentro deste meio tem este subgênero que é muito especial e esquecido atualmente. A gente não escuta mais este tipo de música e não ouve em lugar nenhum. Dessa forma, quis trazer este trabalho em homenagem a este segmento. É uma sonoridade muito linda que toca no coração das pessoas”, explicou. O disco possui todos os elementos que Leo considera essenciais em um repertório. Afinal, o seu samba é inspirado em Zeca Pagodinho e João Nogueira com algumas pitadas de Nelson Gonçalves, Cartola e Tom Jobim.

Mart’nália segurando o disco Canto do Leo ao lado do sambista Leo Russo (Foto: Divulgação)

No total, Canto do Leo é formado por 12 canções, incluindo quatro músicas inéditas escritas pelo próprio sambista e quatro compostas por Evaldo Gouveia. “A célula deste disco, na verdade, veio de Evaldo, que é um cearense da melhor qualidade, um dos maiores compositores da música brasileiras e ainda autor de grandes sucessos nas vozes de Ângela Maria e Nelson Gonçalves. Eu estive na casa dele, em Fortaleza, e ele começou a cantarolar várias composições lindas, fruto também do trabalho dele com o Paulo César Pinheiro”, comentou. É um repertório recheado em canções melodiosas perfeitas para quem quer chegar em casa e relaxar ouvindo uma boa música. “Escolhi a dedo cada letra”, confessou.

Leo Russo já participou do Encontro com Fátima Bernardes duas vezes (Foto: Divulgação)

O principal objetivo de Leo Russo é focar em um samba de qualidade, mesmo que esteja investido em um gênero que não é o mais requisitado no país, atualmente. Em tempos onde viver de música no Brasil é complicado, o cantor garantiu estar fortalecendo e buscando as nossas origens, afinal, estamos falando de um dos estilos musicais que é o berço da nossa musicalidade. “Acredito que o samba agoniza mas não morre, como diria Nelson Sargento. É um estilo que nunca sai da roda. É uma melodia que estará sempre presente, apesar de não ser a música do momento. É eterno”, informou. O cantor ainda garantiu não ser o único a investir neste selo de qualidade. Para o músico, o Brasil está enfrentando um momento complicado nesta indústria musical. “Tem muita música brasileira boa que não aparece o tempo todo da mídia, temos muitos nomes desconhecidos. Acredito que, antigamente, a boa canção aparecia com mais frequência. É claro que o bom é relativo, mas antes tínhamos mais letras e melodias”, criticou.

Leo Russo ao lado de Rildo Hira, artista que o está ajudando em alguns arranjos  (Foto: Divulgação)

O Canto do Leo já está em todas as plataformas digitais para quem quiser conhecer ainda mais do talento deste sambista e, para acompanhar a carreira dele, é só seguir o perfil do Instagram do cantor. “Quero continuar fazendo a minha roda de samba, trazendo sempre grandes nomes. Quero também viajar e cantar em outros lugares, inclusive, tenho propostas de outros shows pelo Rio de Janeiro. Além disso, pretendo criar algum material no ano que vem, seja CD ou no audiovisual”, comentou. Leo Russo ainda não pôde adiantar muita coisa sobre seu próximo disco, mas já sabemos que contará com arranjos do maestro Rildo Hora.