Banda Sinara contou em exclusiva para o site HT que já possui algumas músicas gravadas e projetos em andamento para 2018


O grupo é composto por Luthuli Ayodele, Magno Brito, José, Francisco e João Gil, sendo estes três últimos, filho e netos de Gilberto Gil. Na restrospectiva de 2017, o grupo comemora o ano do lançamento de seu primeiro disco e a escolha do single para a trilha sonora de Malhação

Depois de quatro anos de banda, o primeiro disco do grupo Sinara, Menos É Mais, irá completar um ano no início de 2018. O CD privilegiou o som e fugiu de grandes produções. A recepção do Sinara no mundo da discografia brasileira foi muito satisfatório. O canal do conjunto no YouTube, por exemplo, possui 26 mil inscritos e este número se multiplica nos vídeos chegando a quase 700 mil visualizações. “Tivemos um retorno muito bacana na internet. Nós nos surpreendemos com a quantidade de visualizações que conseguimos atingir. No spotify temos faixas com mais de um milhão de acessos. A interação com as pessoas através da internet é excelente, conseguimos contato com cada vez mais gente. A galera consegue nos descobrir e chega até a banda”, lembrou José Gil. O baterista informou em exclusiva para o site HT que já existem canções gravadas para o ano que vem, além de projetos que estão trabalhando em cima. Ou seja, podemos esperar muitas novidades pela frente. Mas enquanto 2018 não chega, a banda se apresenta hoje na Festa Realmente Som 11, no Ganjah Lapa.

O sucesso do quinteto não para por ai. O single Sem Ar é o mais visualizado nas redes sociais do grupo e, por coincidência ou não, foi uma das músicas que fez parte da trilha sonora de Malhação. “Nós nos sentimos premiados. É um privilégio, principalmente, por se tratar de uma temporada bem bacana artisticamente. Cheguei a acompanhar alguns episódios para ver a música. Ficamos muito felizes que isto aconteceu, nunca imaginei que iria tocar em uma novela. A força da televisão no nosso país é muito grande. Muita gente assiste. Ter a oportunidade de poder mostrar para um grande número de pessoas é um privilégio. É uma sensação de dever cumprido”, comemorou José.

Quem vê de fora pensa que a banda Sinara nasceu de um natal em família, afinal, a maioria dos integrantes possui algum grau de parentesco (tendo Gilberto Gil como grande patriarca), mas não foi bem assim. Na verdade, a união surgiu a partir de uma amizade de anos entre dois rapazes que se conheceram na escola. O compositor e vocalista Luthuli Ayodele e o guitarrista Francisco Gil, filho de Preta e neto de Gil, começaram a trajetória do grupo compondo algumas canções e cantando juntos. “Eu já conhecia, inclusive, o Luthuli por causa da proximidade dos dois. A partir disso, o meu sobrinho Francisco teve a ideia de me chamar para tocar com eles, assim como aconteceu com o guitarrista e meu outro sobrinho, o João. Foi assim que o Sinara foi tomando forma”, explicou o baterista José Gil. O pernambucano e baixista Magno Brito foi a última peça deste quebra-cabeça que traz a música no sangue.

Banda Sinara é composta por 3 membros da família de Gilberto Gil e Preta Gil (Foto: Divulgação)

 

O processo não foi tão fácil quanto pode parecer, mas foi bastante natural. Sinara passou por obstáculos assim como outros artistas do meio, mesmo que os componentes do grupo sejam filhos de grandes nomes da música brasileira. José, por exemplo, é o caçula de Gilberto Gil e afilhado de Caetano Veloso, enquanto isto Francisco e João são filhos de Preta Gil e Naral Gil, respectivamente. Apesar do sobrenome de peso, José garantiu que isto não teve relevância no destaque do grupo no meio artístico de descartou qualquer possibilidade de privilégios. “Acho natural que pessoas que não acompanhem tanto o grupo pensem nisso, mas nós acreditamos que o nosso caminho foi muito genuíno. Conquistamos as coisas aos poucos sem se aproveitar de alguma situação para se promover. Acredito que as pessoas podem ter este tipo de opinião, mas nós tentamos mostrar para o público que somos diferentes e tentar tirar esta veiculação direta com o Gil e a Sinara. É outro caminho que não dá para comparar”, defendeu.

Assim como o grupo não se aproveitou de privilégios, Sinara fugiu de qualquer veiculação direta que pudesse ocorrer com a música de Gilberto e Preta Gil. O som da banda não é uma extensão da carreira de seus familiares, ao contrário disso, os rapazes fizeram questão de seguir o seu próprio caminho. “Obviamente nós queremos tocar para o máximo de pessoas possíveis e atingir o grande público, mas a música que nós fazermos é algo genuíno que vem de dentro. Está na gente e apenas colocamos para fora. Não existe uma ideia de querer fazer uma melodia para alguém. As pessoas que gostam da gente se identificam com o nosso som depois de escutar, porque ele não é uma continuação do trabalho do meu pai. Não existe uma necessidade de ser comparado a alguém e não temos a pretensão de ser melhor. As nossas canções vão além desta herança que temos”, informou José. Apesar do grupo buscar o seu próprio eu, José contou que Gilberto Gil não deixa de ser uma referência e um grande ídolo da banda. Mas deixa claro que o mais velho não interfere nos trabalhos e não dá muitos pitacos. “É um processo de descoberta nosso, mas ele é o cara que mais admiro na música, certamente”, garantiu.

O grupo possui influências de diversos estilos musicais (Foto: Divulgação)

Portanto, quem for atrás do quinteto esperando melodias a la Gilberto Gil, pode descartar a ideia. A garantia é de originalidade. “O estilo da nossa banda é completamente voltado para a música popular brasileira. As nossas grandes influências são cantores nordestinos de raiz e do sudeste, como o Samba. Nós nos baseamos muito também no candomblé da Bahia. Tudo isto está muito misturado no nosso som. É difícil definir em um ritmo só, é uma união de fatores. Não tocamos só rock, só reggae ou só axé”, comentou. O grupo bebe da fonte de cantores como Novos Baianos, Caetano Veloso, Edson Gomes e Charlie Brown Jr. Internacionalmente, o quinteto curte Red Hot Chili Peppers e Bod Marley. A junção de toda esta galera forma a sonoridade de Sinara.

Enquanto a música de Sinara é bastante extensa e não possui uma definição instantânea, o baterista destacou que a maior carência que os brasileiros possuem atualmente é a diversidade de gêneros. “Sofremos uma concentração musical e só escutamos um padrão trilha sonora da massa. Isto não é legal, porque é muito importante ter um leque maior de opções, saindo um pouco deste estilo popular. Não acho ruins as canções de massa, eu adoro, mas faixas com mais conteúdo são bem-vindas também”, acrescentou. E a gente concorda!

 

 

 

FESTA REALMENTE SOM 11

Local – Ganjah Lapa (Rua do Rezende, 76 – Centro, Rio de Janeiro – RJ – Tel: 2224-4585)

Data – 12 de dezembro, terça

Horário – das 21h às 3h da manhã – show previsto para 22h30

Lotação –  120 pessoas

Ingressos –  Com nome na lista, via mural do evento: R$ 20,00 (nome colocado até às 21h30 do dia da festa)
Sem o nome na lista:  R$ 25,00