Aerosmith e Whitesnake arrebentam em show de rock na Apoteose, no Rio


Veteranos do rock reúnem cerca de 18 mil pessoas no sambódromo, com peripécias de Steve Tyler no palco

Depois de seis anos de ausência no Rio de Janeiro, o Aerosmith retorna à Cidade Maravilha em grande forma, em uma noite chuvosa, mas regada ao bom e eterno rock’n’roll. A banda americana fez da noite dessa sexta-feira (18)  uma celebração memorável para os cariocas, que puderam conferir o show da turnê ‘The global warming world tour’, iniciada em 2012 com o lançamento do disco ‘Music from another dimension’ – álbum que brindou o retorno do grupo após um hiato de quase 10 anos. A abertura ficou por conta de outra patota de veteranos dos metais: o Whitesnake. Pontualmente às 21h, David Coverdale subiu ao palco de camisa branca meio aberta, peito à mostra, e comandou o sexteto arrebatador com sucessos como ‘Is this love’, ‘Love ain’t no stranger’ e ‘still of the night’.

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Steve Tyler e Joe Perry comandaram show histórico na Apoteose do Rio. (Foto: Vinícius Pereira)

Duas horas depois, o chuvisco incômodo ainda não havia dado trégua, mas nada impediu que a rapaziada do Aerosmith irrompesse no comprido palco em formato ‘L’ com a mesma energia contagiante que tornou o grupo conhecido nos anos 70. Steven Tyler – aquela figuraça espalhafatosa de sempre, de calça estampada com flores, sobretudo em tecido brilhoso, óculos escuros e bocão capaz de fazer o sorriso do gato de Alice parecer um beicinho -, deu início ao espetáculo com o clássicão ‘Back in the saddle’, do álbum ‘Rocks’, de 1970, acompanhado do fiel escudeiro de todas as horas, Joe Perry – outra peça, em sugestivo modelito de marujo de filme de pirata, com direito à bandana vermelha na cabeça.

Sem dar a menor bola para a chuva, a dupla se dirigiu para passarela do palco em total frenesi e prosseguiu com mais faixas simbólicas do seu repertório, como ‘Love in a elevator’ e ‘Toys in the attic’, incentivando o público, com o figurino uniformizado por capas, a também relaxar. Enquanto isso, os músicos instrumentistas (Brad Whitford na guitarra, David Hull no baixo, substituindo o titular Tom Hamilton (nocauteado por uma virose), Joey Kramer na bateria e ainda o tecladista-cantor Russ Irwin) protegiam suas cabeleiras frondosas debaixo da parte coberta. Tyler, com a mesma personalidade gaiata de sempre, não perdeu a oportunidade de brincar com a platéia; para refrescar a noite abafada, embora chuvosa, abençoou, com a água de uma garrafa plástica, a cabeça dos fãs que se concentravam na fila do gargarejo.

E não parou por aí: na metade do show, o vocalista puxou uma fã apaixonada da multidão e tascou um caloroso beijo na menina que, extasiada pela emoção, não queria descer do palco, recebendo mais uma sequência de selinhos do cantor e um recadinho particular no ouvido. Tipo “Ah, se te pego!”. Se para a jovem este foi possivelmente o momento mais marcante da noite, para o aglomerado de calorosos admiradores foi a chegada de ‘I don’t want to miss a thing’, o hit que em 40 anos de carreira mais causou comoção em seus shows. E mais: convidando o público a celebrar a amizade, os ‘Gêmeos Tóxicos’ (como eram chamados Tyler e Perry na década de 70) cantaram ‘Come together’, grande sucesso do álbum ‘Something’, dos Beatles.

Perto de finalizar a grandiosa noite, o frontman do grupo exibiu muito talento no piano e levou a massa ao delírio total com ‘Dream on’. Na sequência, ‘Sweet Emotion’ e a conhecida ‘Crazy’, que conta a história de um homem enlouquecido de amor, apontavam o final do espetáculo, que a pedidos do público, ainda se estendeu um pouco mais com ‘Train kept a-rollin’, fechando um repertório de 22 músicas e duas horas de show. Já aguardamos o próximo!

Fotos: Vinícius Pereira