A top dermatologista Mônica Azulay aborda em sua coluna desta semana no site HT um problema que tem solução: estrias


Em entrevista a Marcia Disitzer, nossa colunista elucida as causas das estrias e aponta as melhores técnicas para se livrar delas

*Por Marcia Disitzer

As estrias incomodam muita gente. Mas, diferentemente da celulite, elas têm solução. Em sua coluna no site HT, a top dermatologista Mônica Azulay elucida as causas das estrias e aponta as melhores técnicas para se livrar delas.

MD: Mônica, quais são as causas do aparecimento das estrias?
Mônica Azulay: Elas podem surgir por uma predisposição genética; na fase de crescimento, durante o estirão na puberdade; em pessoas que têm variação de peso e sofrem do chamado ‘efeito sanfona’, e durante a gestação, devido ao aumento excessivo de peso. A estria é uma cicatriz na derme, que é a camada intermediária da pele, onde você tem a ruptura de fibras de colágeno e de fibras elásticas.

MD: É possível se livrar das estrias?
Mônica Azulay: Sim, a estria costuma responder melhor ao tratamento do que a lipodistrofia ginoide, que as pessoas costumam chamar popularmente de celulite, podendo até haver 100% de resposta efetiva. E, quando isso acontece, não há o retorno da estria naquela área.

MD: E quais são os tratamentos mais indicados?
Mônica Azulay: O especialista precisa conhecer bem os vários tipos de estria para indicar o tratamento correto. As estrias avermelhadas são as iniciais. Se o paciente estiver nessa fase, ele deve o quanto antes procurar um dermatologista pois terá uma resposta excelente. A chance de melhora é muito grande. As estrias brancas também têm resposta ao tratamento, mas geralmente este é mais complexo. E, dependendo da região e da disposição que se apresentam na pele, as estrias terão indicações de tratamentos diferentes. Por vezes, elas são paralelas; em outras, elas apresentam aspecto em rede.

MD: Quais são as técnicas mais eficazes?
Mônica Azulay: Na fase avermelhada, você pode associar determinados tipos de peelings com luz pulsada ou laser de CO2. No tratamento das estrias brancas, preconizam-se tratamentos como o IPCA (indução percutânea de colágeno), o IPCA associado a peelings e também o laser de CO2, muitas vezes recomendando-se o sistema ‘drug delivery’ (em que, através de colunas com laser, são depositadas medicações específicas). Outro tratamento que tem ótima resposta para a estria branca é a divulsão transdérmica. É um método minimamente invasivo, feito com anestesia local. Consiste em usar uma agulha específica e com esta agulha é possível entrar no ‘trajeto’ da estria e fazer um movimento de vai e vem e em leque. Este movimento vai gerar um trauma e um leve sangramento. Percebeu-se que no mecanismo de reparação de uma equimose e até de um hematoma é gerado uma nova formação de colágeno. Neste tratamento, em geral, são necessárias de três a no máximo seis sessões, com intervalos de três meses.

MD: Onde surgem mais frequentemente as estrias?
Mônica Azulay: Nas mulheres, nas mamas, no culote e abdômen. Nos homens, costuma aparecer na região lombo-sacra, nos braços, perto das axilas, e, em ambos os sexos, mais recentemente, na região posterior do joelho. O aumento intenso da musculatura também pode elevar o aparecimento de estria, principalmente nos homens. E, de uma forma muito rara, o surgimento abrupto e rápido de estrias pode sinalizar, eventualmente, alguma doença sistêmica. Neste caso, é fundamental procurar um dermatologista.

MD: E os cremes, funcionam?
Mônica Azulay: Formulações para serem usadas na pele vão potencializar o tratamento realizado no consultório.

MD: É comum a gestante usar cremes e óleos para evitar estrias. Tem resultado?
Mônica Azulay: É importante frisar que formulações com ureia são proibidas em gestantes, já que concentrações acima de 3% apresentam risco para o feto. Cremes específicos serão bem-vindos durante a gravidez por trazer um conforto, à medida que ocorre a distensão da pele abdominal. É muito importante a gestante procurar o dermatologista para saber o que utilizar nesta fase, mesmo que sejam apenas cremes.

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Mônica Azulay é considerada uma profissional completa. Ela se formou na UFRJ, seu mestrado foi sobre sarcoma de Kaposi em pacientes com Aids, doença que estuda desde a década de 80, e na tese de doutorado, em 2003, ela se debruçou sobre um assunto pouco abordado naquela época: a atuação da vitamina C tópica no fotoenvelhecimento. Com anos dedicados à dermatologia, Mônica é uma referência na área e atende em sua clínica na Barra da Tijuca e em seu consultório do Leblon.