A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe, além da preocupação com a saúde, o estresse dos efeitos negativos da Covid-19 sobre a economia mundial. Mas, enquanto cientistas trabalham incansavelmente em busca de uma vacina e de medicamentos específicos para combater a doença, especialistas do setor têxtil e de confecção em sinergia com empresários das indústrias se reúnem com o objetivo de traçar estratégias para minimizar o impacto e buscar inovação com ênfase na sustentabilidade para o mercado. A grande novidade hoje pontuada aqui é que Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras, organização integrante do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT, foi selecionado e credenciado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), que atua na cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, tendo como foco as demandas empresariais, apoiando projetos em sua fase pré-competitiva.
A assinatura do Termo de Cooperação entre o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI CETIQT), localizado no Rio de Janeiro, como unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) poderá oferecer, como ressaltamos, cada vez mais à indústria o desenvolvimento de produtos e processos inovadores em consonância com as práticas sustentáveis de produção, gerando benefícios econômicos e sociais para fazer a roda da economia girar sempre.
Em uma transmissão ao vivo e online para todo o Brasil, no qual as instituições firmaram termo de cooperação que vai permitir investimento ágil e sem burocracia em projetos inovadores para a área têxtil e química, por exemplo, Paulo Coutinho, gerente do ISI, e o empresário Aguinaldo Diniz Filho, presidente do Conselho Técnico Consultivo do SENAI CETIQT e que pontuou durante a live o orgulho de ter sido ex-aluno da instituição, defenderam o investimento das empresas em inovação como saída para a crise reduzindo o risco. “Inovação é a ação primordial. A parceria entre SENAI CETIQT e EMBRAPII permite que haja redução do risco para as empresas e efetivamente traremos a inovação para os processos”, garante Coutinho. “Na pós-pandemia, a indústria brasileira terá que se reposicionar no mundo. Isso se faz com tecnologia e inovação e gerando empregos também. E o SENAI CETIQT terá papel da mais alta relevância”, acrescenta Diniz Filho.
O Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) atua de forma transversal em temas identificados como portas para o futuro para as cadeias dos segmentos químico e têxtil e apoia empresas no desenho de estratégias utilizando o conceito de alta integração com a indústria e a academia. Possui equipe formada por especialistas reconhecidos nas áreas de biotecnologia, síntese química, engenharia de processos e fibras.
Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) explica que, a partir da assinatura do Termo de Cooperação entre o ISI e a EMBRAPII, a rede nacional de 27 Institutos SENAI de Inovação passa a contar com 15 unidades credenciadas na Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, um modelo ágil e desburocratizado de financiamento de projetos inovadores. “O credenciamento comprova o nível de excelência dos centros do SENAI, que são hoje os principais parceiros da indústria brasileira no apoio à inovação tecnológica. A EMBRAPII reúne o que tem de síntese das melhores experiências mundiais ajustadas à realidade brasileira criando uma agenda pró-desenvolvimento tecnológico para a indústria nacional. Portanto, veremos a ciência gerando PIB e a construção de um novo futuro. E, segundo pesquisa recente da Forbes sobre as empresas mais solidárias durante a pandemia, o SENAI conquistou o oitavo lugar e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que lidera a atuação do SENAI, tem orgulho da construção dessa parceria em torno da EMBRAPII”, frisa.
Ao se tornar unidade EMBRAPII, as empresas que realizarem projetos de inovação com o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras terão acesso a recursos não reembolsáveis, reduzindo assim o risco dos investimentos e potencializando o desenvolvimento de novos produtos e processos mais eficientes. A EMBRAPII financia até um terço de projetos de inovação de empresas brasileiras com recursos dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações, da Educação e da Saúde. Aos valores da organização se somam recursos das próprias unidades e as contrapartidas das empresas.
Para Sérgio Motta, diretor-executivo do SENAI CETIQT, as modernas instalações do ISI, localizado no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão, criam oportunidades para indústrias não apenas do Rio de Janeiro, mas do mundo todo. “Atuamos com o que há de mais moderno em tecnologia, fazendo a inserção da inovação, aumentando a produtividade e criando oportunidades de atuação em novos nichos de mercado. Estamos aqui absolutamente disponíveis para atender a todos”, diz ele. “O credenciamento do Instituto como unidade EMBRAPII é o reconhecimento do trabalho realizado pela equipe de inovação do SENAI CETIQT nestes quatro anos, com cerca de 127 projetos contratados com diversas empresas. Acreditamos que a inovação é o investimento certo para garantir a competitividade industrial, e nossa missão é apoiar as empresas na expansão de mercado com novos produtos diferenciados e desenvolvendo e otimizando seus processos químicos, bioquímicos ou têxteis”, completa.
Gerente do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, Paulo Coutinho após o anúncio que o ISI foi selecionado e credenciado pela EMBRAPII, permitindo cada vez mais a produção de soluções para a indústria, nas áreas de biotecnologia, fibras e intensificação de processos químicos e bioquímicos, ressaltou que “faz parte da nossa missão apoiar a indústria no aumento de competitividade, na diferenciação de seus produtos e também em seu reposicionamento. Nosso foco está na entrega da possibilidade de expansão de mercados e redução de custos, que derivam de seus processos”.
O credenciamento do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras permitirá a produção de soluções para a indústria, nas áreas da biotecnologia, fibras e intensificação de processos químicos e bioquímicos. A demanda por inovação irá contribuir, através do desenvolvimento de novas tecnologias, com o aumento da disponibilidade de novos produtos sustentáveis de padrão internacional no país, além da melhoria de processos. Paulo Coutinho lembra que “a atual equipe do ISI é formada grandes pesquisadores, envolvendo as empresas que vão ficar um tempo conosco para fazer seus desenvolvimentos, além de oportunidades que a gente deve dar às startups, universidades, mestrandos e doutorandos, para virem trabalhar aqui, com nossos equipamentos de ponta”, afirma o gerente do ISI, Paulo Coutinho, acrescentando que a sinergia já está sendo feita a caminho da Quinta Revolução Industrial com a junção da biotecnologia com a tecnologia da informação.
Entre outros projetos em desenvolvimento pelo Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, destacam-se: modificação genética de microorganismos para aplicação industrial na produção de novas moléculas; intensificação de processos de hidrogenação e esterificação para minimização de custos e aumento dos rendimentos da reação e uso de nano celulose em curativos para queimaduras; sequenciamento genético do coral sol; otimização de processo e purificação de um novo solvente; intensificação de processos de hidrogenação e esterificação.
Jorge Almeida Guimarães, diretor-presidente da EMBRAPII, enfatiza que o credenciamento do ISI é um passo fundamental na direção de criar uma agenda pró-desenvolvimento tecnológico para a indústria nacional. “Oferecemos o que há de melhor em grupo de pesquisa aplicada e capacidade de inovação em projetos industriais”, observa.
Guimarães ressalta, ainda, a importância do trabalho conjunto envolvendo a empresa, o SENAI CETIQT e o SENAI Nacional, que vai muito além da indústria têxtil e de confecção. Como exemplo, cita o apoio a um projeto da COPPE/UFRJ cujo objetivo é fabricar testes sorológicos para diagnóstico da Covid-19, desenvolvidos a partir da produção de proteína S (spike), presente na superfície do novo coronavírus. “Nosso modelo operacional é feito de agilidade, flexibilidade e burocracia zero. Esse projeto da proteína S vai possibilitar grandes avanços, permitindo uma parceria interessante da universidade com o SENAI CETIQT e a própria Fiocruz”, afirma.
Acompanharam a transmissão online da assinatura do Termo de Cooperação, o secretário de Empreendedorismo e Inovação, Paulo César Rezende de Carvalho Alvim, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e o secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, Gustavo Leipnitz Ene, do Ministério da Economia. E ainda Markus Will, chefe do escritório de projetos do Instituto Fraunhofer, e Gilfranque Leite, diretor global de inovação e tecnologia da Brasken.
Aos valores da organização se somam recursos das próprias unidades e as contrapartidas das empresas. A expectativa é que o credenciamento de novas unidades gere R$ 56 milhões em novos projetos de PD&I, com uma meta de 69 projetos para os próximos anos.
Segundo Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a indústria têxtil combina como poucas empregabilidade, inovação, design e tecnologia. “Esse momento de pandemia mostra que o caminho da inovação e da sustentabilidade ganha uma dimensão ainda mais forte, porque os aspectos de saúde transbordam para questões vinculadas à proteção humana através do vestuário. O Brasil, além de indústria, tem um ecossistema científico e de inovação importante, como poucos países possuem”, assegura.
Carlos Eduardo Benatto, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de NãoTecidos e Tecidos Técnicos (Abint), considera a assinatura do Termo de Cooperação algo muito importante para o setor industrial. “A pandemia serviu como um gatilho para que as indústrias entendessem o quão complexa é a inovação e o quanto ela é necessária para continuarem vivas no futuro”, teoriza. “Não podemos depender da China ou de qualquer outro país. Que isso seja um passo para continuarmos evoluindo”, torce.
Darcio Berni, diretor executivo da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), conta que o Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras é um grande parceiro do setor, como no projeto de novos usos da lignina, material extraído da madeira que é transformado em combustível para caldeiras das indústrias. “O maior patrimônio da nossa indústria está em sua base florestal, que hoje é destinada à produção de celulose e papel. Porém, por meio de investimentos em pesquisa e inovação, outros usos estão sendo desenvolvidos, como nanocelulose e biorrefinarias”, descreve.
De acordo com Ciro Marino, presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a indústria química acabou tendo hoje um portfólio relativamente menor do que tinha tempos atrás e houve uma migração para China, Camboja. “No entanto, após o day after pandemia, esperamos conseguir criar condições para atrair e recuperar este portfólio perdido há cerca de 20 anos. O Brasil é rico em água, gás, e podemos refazer as cadeias químicas. Iniciativas como esta do SENAI CETIQT de inovação são plataformas fundamentais. Sou um homem otimista e tenho certeza de que verei a indústria química cada vez em um crescente”, afirma.
A inovação também é a chave da Bioeconomia. Thiago Falda, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), fala que se trata de uma agenda global e altamente desafiadora. “O Brasil apresenta diferenciais relevantes que nos permitem colocar o país na vanguarda dessa transformação. O incontestável sucesso do ISI cria potencial para que essas duas entidades proporcionem as ferramentas necessárias a um ambiente estimulante para o novo”, pontua.
Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ, frisa que a interação entre universidade e empresas é fundamental para o desenvolvimento da nação. “Por isso, celebramos esse Termo de Cooperação, que compõe o elo de uma corrente muito importante para o nosso país. Nesse momento de pandemia, por exemplo, a UFRJ já produziu mais de 70 mil litros de álcool 70%, além de testes sorológicos a um custo menor e com melhor qualidade do que os importados”, enumera. “Esperamos que um percentual maior do Produto Interno Bruto possa ser investido em tecnologia, ciência e inovação em nosso país. Sem recursos, não há possibilidade de inovação”, alerta.
Criado em janeiro de 2016, o ISI integra do SENAI CETIQT e é referência nacional em inovação e se estrutura em quatro plataformas tecnológicas de pesquisa e uma área de inteligência competitiva, modernos laboratórios de Biotecnologia, Engenharia de Processos, Transformação Química e Fibras, possibilitando a identificação e construção de oportunidades para a indústria por meio de análise e desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis. Foi feito um investimento de cerca de R$ 70 milhões em equipamentos de última geração e únicos na América Latina.
O Instituto SENAI de Inovação (ISI) em Biossintéticos está instalado no novo prédio com alta tecnologia localizado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, e foi inaugurado no final do ano passado. As novas instalações contam com 3.500 m² , modernos laboratórios e o ISI já se prepara para a Quinta Revolução Industrial com a junção da biotecnologia com a tecnologia da informação e levará para todo o mundo globalizado as nossas inovações nas áreas de biologia sintética, intensificação de processos químicos e têxteis técnicos, com foco na circularidade e sustentabilidade nas cadeias química e têxtil. O prédio tem cinco andares, sendo quatro inteiramente destinados à infraestrutura laboratorial e plantas-piloto das diferentes plataformas tecnológicas em que o ISI atua: biotecnologia, transformação química, engenharia de processos químicos e bioquímicos e fibras.
Entre os projetos já desenvolvidos no Instituto estão têxteis funcionalizados com propriedades antivirais, o desenvolvimento de formulações alternativas de álcool em gel, testes sorológicos (Elisa e testes rápidos) para diagnóstico da Covid-19 e pesquisa de potencial antiviral e anti-inflamatório de heparinas para tratamento da doença.
O ISI escrevendo a História na colaboração ao combate do Covid-19 criando novo material para produção de álcool em gel
Os pesquisadores que atuam nos modernos laboratórios do Instituto de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) do SENAI CETIQT, no Rio – em plena sinergia com a Quarta Revolução Industrial, já se preparando para a Quinta e levando para todo o mundo globalizado as nossas inovações nas áreas de biologia sintética, intensificação de processos químicos e têxteis técnicos, com foco na circularidade e sustentabilidade nas cadeias química e têxtil – estão ajudando instituições, empresas e sociedade a fazerem a nossa história no combate ao Coronavírus. O gerente do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, Paulo Coutinho, nos contou sobre os trabalhos que vêm sido desenvolvidos e vamos começar ressaltando as novas descobertas de materiais para a produção do álcool em gel 70%, essencial na vida de todos os cidadãos do Brasil e do mundo para os cuidados pessoais em tempo de pandemia de Covid-19. “Entre inúmeras ações de apoio à empresas e à sociedade, identificamos que pode-se produzir o álcool em gel 70% com novas formulações derivadas da nanocelulose e/ou outros produtos naturais. Auxilia empresa para a produção em escala industrial e, assim, atendendo demandas do Brasil de Norte a Sul e com ênfase total em sustentabilidade”, pontua Paulo Coutinho. Este projeto, por exemplo, gerou uma patente, porque é sinônimo de inovação totalmente ‘made in Brasil’.
Paulo Coutinho ressalta que a procura pelo álcool em gel 70% aumentou muitíssimo com a pandemia do Covid-19, mas a oferta do produto diminuiu bastante por conta da escassez do polímero de acrílico Carbopol, que atua como espessante no processo produtivo deste tipo de álcool e precisa ser importado. Os espessantes são as substâncias responsáveis por conceder a consistência de gel ao produto, também conhecidos como agentes gelificantes, e a sua falta representa uma dificuldade técnica para obtenção das formulações de álcool em gel. Os espessantes alternativos aos carbômeros podem ser usados em formulações de álcool em gel, a fim de suprir a demanda de mercado, como os espessantes celulósicos, que são polímeros derivados de celulose – um recurso natural, abundante e renovável – e amplamente utilizados como modificadores reológicos, com excelente propriedade de retenção de água. A pesquisa de apoio a fabricantes foi realizada dentro da estratégia de escalonamento, prospecção, contato com fornecedores de matéria-prima e também na interface com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
“O nosso trabalho é múltiplo e reflete a síntese da capacidade do SENAI CETIQT em responder rapidamente às necessidades da sociedade, de toda uma população, diante de uma pandemia. Esse trabalho só é possível com infra-estrutura e muita competência de profissionais dedicados”, frisa Paulo Coutinho. Ele comentou que, a partir das diretrizes da Anvisa, que desenvolveu estratégias para estímulo da produção de álcool em gel no país e entre elas, a permissão para a fabricação do produto e disponibilização para o público consumidor por parte de farmácias de manipulação, o SENAI constituiu sua rede de apoio à produção de álcool em gel 70% no país, dedicada sobretudo à identificação de substitutos para o Carbopol. Esta rede é constituída por três Institutos SENAI de Inovação: Biomassa, no Mato Grosso do Sul, Biossintéticos e Fibras, no Rio de Janeiro e Engenharia de Polímeros, no Rio Grande do Sul, que, juntos, são responsáveis por operacionalizar atividades em parceria com outras unidades do SENAI, universidades e empresas.
O ISI desenvolveu pesquisas também para testes rápidos para o diagnóstico do Covid-19 na população. Os pesquisadores continuam nos laboratórios trabalhando no desenvolvimento de testes que podem proporcionar o resultado em cerca de 10 minutos. As pesquisas foram feitas em parceria com a Fiocruz, UFRJ, e com apoio de empresas.
O gerente do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil ainda ressaltou outras frentes de trabalhos em conjunto, como a pesquisa de novos tecidos para a fabricação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras cirúrgicas, protetores faciais (faceshield), luvas e vestimentas para os profissionais da saúde.
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