No mercado há 23 anos, o fotógrafo Jove Fagundes é especialista em registrar, em seu estúdio em Vitória, no Espírito Santo, crianças, gestantes e famílias, além de produtos para publicidade e divulgação. Durante a live “Muito amor, por favor! O universo infantil pelo olhar de Jove Fagundes”, ele conversou com a professora da Faculdade SENAI CETIQT Rosa Basin. Em pauta, as dores e delícias do seu trabalho, além de dicas preciosas para futuros profissionais de qualquer área. “Eu me obrigo a estudar, pesquisar e estar sempre antenado com as possibilidades tecnológicas do mundo”, diz Jove.
Para o segundo semestre de 2020, a Faculdade SENAI CETIQT oferece os cursos de Design de Moda, Engenharia Química e Engenharia de Produção, todos com início previsto para 3 de agosto. Caso o Governo do Estado ainda não tenha liberado a volta às aulas presenciais, a instituição está preparada para oferecer os cursos online, de forma a não atrasar a formação dos estudantes. Os alunos que ingressarem na Faculdade terão a oportunidade de vivenciar a formação superior dentro de um dos maiores centros latino-americanos de produção de conhecimento da cadeia produtiva têxtil, de confecção e da área química, o SENAI CETIQT.
A formação sólida fez toda a diferença na vida de Jove Fagundes. Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo, ele começou a fotografar aos 27 anos. “Queria uma profissão ligada à arte, mas que me desse sustento e muito prazer”, lembra. “A fotografia de estúdio é o que me move e traz felicidade. É um trabalho que exige estudo, amor e dedicação. Dá retorno em afeto, mas também existe sangue, suor e lágrimas”, garante.
A ligação com o universo infantil vinha de longe. Sendo o mais velho de cinco irmãos, ajudava a cuidar dos mais novos, no tempo em que morava com os pais. Durante a adolescência, foram anos fazendo teatro para crianças. E, na época da faculdade, deu aulas de arte em uma creche. “Minha história de vida é ligada à criança. No meu trabalho como fotógrafo, quero criar imagens que fiquem no acervo dessas famílias”, explica. “Tenho mais de 20 mil pessoas catalogadas que passaram pelo meu estúdio. Já estou no momento de voltar a fotografar gente que retratei quando criança, que cresceu e voltou com seu bebê para um ensaio newborn“, acrescenta.
Jove Fagundes destaca a importância dos estudos para se tornar um profissional competente. “A faculdade me deu referências bibliográficas e muito campo de pesquisa. Quando abri o estúdio, tinha esse arcabouço de conhecimento, que facilitou muito minha vida”, afirma. “O fotógrafo, também, é aquele que tem um senso de estética ligado não só à fotografia, mas também ao design. É preciso se especializar cada vez mais. A fotografia, hoje, não está mais na câmera fotográfica nem só na cabeça, mas sim em outras formas de conhecimento. Como acontece com o design de moda, por exemplo, a paleta de cores também é importante na hora de fotografar”, acredita.
Ouvir o cliente é um diferencial oferecido por Jove. “Converso bastante e faço um marcador cultural, uma leitura do perfil dessa pessoa, para ver até onde eu posso avançar. Não é só fotografar, é fundamental que você leia, compreenda e goste da alma humana”, ensina. “Tenho um acervo gigante de figurinos, peças, móveis e acessórios. Na cabeça, há vários esquetes de tomada de luz, paleta de cor. Proponho coisas, mostro para o cliente depois de fotografado e ele se encanta por aquilo ou não”, descreve.
Estabelecer vários planos de ação é outra dica para minimizar a possibilidade de erro. “Vou filtrando como o cliente reage e me aproprio desses sinais, seguindo em uma direção ou mudando. Preciso entender o que é para essa pessoa ser fotografada, o que é bonito para ela, o que é bom gosto. Tecnicamente, o leigo não vai saber o formato de arquivo que usei para fotografar, se minha luz do primeiro plano é equivalente a do segundo. Ele quer saber de um registro bonito”, conta Jove.
Em relação à fotografia, Jove garante que a tecnologia agrega valor e tempo, além de diminuir um pouco o custo e democratizar o registro de fotos. “Vivemos o século da imagem. A tecnologia transpõe esse momento, acelera esse processo e é mais fácil para o fotógrafo. Reuniões online e briefings são mandados via internet, a escolha das crianças que irão estrelar uma campanha publicitária também é feita pela internet. Antes, era tudo feito pessoalmente, gerava tempo e custo”, comenta.
Embora seja um profissional de sucesso em sua área, Jove reconhece que já teve alguns problemas, especialmente no começo da fotografia digital. “Confesso que não gostava, até porque era um momento muito incipiente da tecnologia e as imagens feitas por máquinas fotográficas digitais eram muito ruins. Acho que fui um dos últimos de Vitória a entrar no mundo digital. Naturalmente, não tem mais volta. O mundo está cada vez mais digitalizado, é para lá que nós estamos indo e cabe a todo profissional se reinventar. Houve transtorno, houve uma adaptação, mas atualmente sou muito adepto do digital”, assume.
Mesmo com todo o avanço da tecnologia, Jove enfatiza que algumas coisas jamais mudarão. “Meu trabalho como fotógrafo é fazer intervenção imagética na vida daquelas famílias. Essas pessoas têm o desejo de se ver em um belo registro. Isso é um fenômeno que não mudou com a tecnologia. A pessoa quer se ver, se ver bonita. As pessoas me contratam para se verem lindas. Cabe a mim ter uma formação técnica vasta, para que eu consiga oferecer isso”, conclui.
Artigos relacionados