Foi dado o start ao período letivo da Faculdade SENAI CETIQT e, para quem sonha com uma carreira no universo da moda, o maior centro latino-americano na produção de conhecimento da cadeia produtiva têxtil e de confecção e da área Química Têxtil, como abordei recentemente em uma matéria, é sinônimo de contribuição para as máquinas das indústrias girarem em alta potência. Apontei também que a instituição é totalmente voltada para a mais alta capacitação do aluno para o mercado profissional colaborando para os programas de empregabilidade no país. E hoje proponho um review sobre uma ação importantíssima realizada no Fashion Design Hub do SENAI CETIQT, na Barra da Tijuca, que fez a sinergia entre a indústria, players do segmento moda com exposição de matérias-primas nacionais e talks com especialistas: o Encontro Nacional de Tecelagem (ENAT). No mesmo dia, os consultores do Inova Moda Digital apresentaram o Relatório de Macrotendência Primavera-Verão 24/25, fruto de uma profunda pesquisa. O projeto é uma parceria entre o SENAI CETIQT e o Sebrae Nacional para democratizar o acesso a conteúdo e informações de qualidade para empresas de moda de Norte a Sul do Brasil. Foi uma imersão no universo da inovação, criatividade e chancela da potência da produção nacional.
Diretor-Executivo do SENAI CETIQT, Sergio Motta pontuou que a Instituição (CETIQT) é o braço direito das empresas na identificação dessas tendências de comportamento, consumo e moda. “Estou bastante emocionado com essa iniciativa de resgatar um evento de extrema importância, como o ENAT, junto ao Inova Moda Digital. Com essa configuração, nós conseguimos lançar todas as tendências com relação à moda. Do consumo e comportamento, a parte de materiais e cartela de cores. Tudo isso unindo técnicos do SENAI CETIQT, empresas, alunos, professores, ou seja, todos que participam dessa iniciativa do setor têxtil”.
Diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel também reforçou a importância da configuração dessa edição, pois esse foi um encontro que deu muito certo no passado e que reuniu importantes players do setor, como tecelagens, confecções e fornecedores de matérias primas. “Temos muito orgulho de poder participar e apoiar essa ação, porque com conhecimento e informação adequada nós teremos elementos para concorrer da forma mais competente possível, dentro do nosso mercado e dos mercados mundiais, além de competir adequadamente com aqueles portadores de produtos que vêm de fora para nos atender. Esse evento veio para trazer conhecimento para que sejamos melhores e mais competitivos”, apontou.
Conselheiro Titular do SENAI CETIQT, Antonio Berenguer comentou que a indústria da moda é muito dinâmica, e, a cada cenário, vão se formando novos estilos e a análise precisa ser feita em um contexto cada vez mais amplo e desmistificado. Segundo ele, esses projetos são importantes para prever as coleções do próximo Verão, formatar a ideia na cabeça de todos e, ao mesmo tempo, tornar possível a adaptação dos produtos, a capacidade de fabricar e e os materiais a serem escolhidos. “Tudo faz parte de um conjunto que, para ser trabalhado e apresentado à sociedade, precisa de um estudo e o SENAI CETIQT proporciona isso. Se as pessoas souberem aproveitar, elas ganham muita competitividade e investimento em pouco tempo de trabalho”, afirmou.
Foram apresentadas também as cartelas de cores Primavera/Verão 24/25, aposta de materiais IMD/ENAT e uma palestra de Suiana Sasse Hasselmann, CEO da Urubatan Piatã, que falou sobre um compósito ecológico, que é um bioplástico feito com o resíduo da castanha do Brasil.
Tatiana Laschuk, da linha dos biocorantes da Fratelli Ricci, apresentou o case de tingimento natural. Ela explicou que a Biodye é uma linha de corantes naturais para o segmento têxtil feito 100% à base de origem vegetal e de biodegradáveis, onde é aproveitado o resíduo desse processamento dos corantes, dos caules e das folhas que não são usados, para a formação de biocombustíveis e biofertilizantes. “Essa linha também é vegana. Temos uma série de vantagens relacionadas ao processo em si e não utilizamos sal no processo de tingimento, isso facilita muito a recuperação dos efluentes, além de termos a possibilidade de fazer o tingimento de fibras celulósicas à frio, tanto de origem natural quanto de origem artificial, reduzindo a quantidade de energia usada, custos e gases de efeito estufa”, comentou.
Micheline Maia Teixeira, co-fundadora da R-Inove Soluções Têxteis, apresentou o projeto de rastreabilidade, que consiste em uma codificação têxtil em um fio ainda cru, antes dele virar tecido. Quando feito, a tecnologia consegue trazer toda a história do produto e do processo, ao longo de toda a produção e pós-produção. Então, o consumidor sabe qual o fio utilizado, a tecelagem que fez a malha, tinturaria, confecções e até o pós-venda. Como o produto é codificado e toda a informação dele fica em nuvem, dá para saber se é autêntico e a garantia de que tem mão de obra justa, pois em cada etapa produtiva existe a geolocalização de produção, que oferece 100% de transparência de produto e de processo.
Ela mostrou ainda o primeiro EPI produzido com código rastreável, em parceria com a empresa Santista. Micheline explicou que o grande desafio, nesse segmento de produtos anti-chamas, por exemplo, é combater a falsificação, pois como é um tecido com alto valor agregado, acaba sendo alvo de falsificadores, colocando a vida e proteção do usuário em risco. “Hoje trazemos essa novidade, é um desenvolvimento que estamos fazendo junto com a Santista e agora temos um EPI com código de rastreio que pode ser autenticado por qualquer pessoa com um celular. É importante que o consumidor saiba como se defender, ele vai poder escolher consumir de marcas que realmente são transparentes e estão trabalhando em prol de um futuro melhor para a humanidade”, frisou.
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