SENAI CETIQT: alunos do curso de Design e Moda produziram desfile disruptivo alinhavado por práticas sustentáveis


No Museu do Amanhã, o exemplo da geração zennial na passarela lançando mão da economia circular, zero waste, sustentabilidade + consumo consciente, responsabilidade socioambiental, upcycling, customização, ressignificando uma nova produção no âmbito da moda. Os futuros designers e/ou empreendedores do setor Moda, preocuparam-se com o repensar o ciclo de vida produtivo do jeans como protagonista, a partir de peças do acervo o designer Almir França

O pensamento coletivo, a união, o compartilhar ações que corroboram cada vez mais e, em alta potência, com práticas como economia circular, zero waste, sustentabilidade + consumo consciente, responsabilidade socioambiental, upcycling, customização, ressignificando uma nova produção no âmbito da moda. Acrescente aí o jeans como matéria-prima, oferecendo múltiplas possibilidades por ser um tecido versátil e democrático. Atemporal e perfeito para esse vestir plural e híbrido que tem se desenhado na contemporaneidade. A alquimia de tudo o que foi pontuado nas frases acima pôde ser vista in loco pelas mentes pensantes e engajamento genuíno de 25 alunos da Faculdade SENAI CETIQT, que cursam Design de Moda no “Desfile intergeracional, o jeans: ícone atemporal”, realizado no Museu do Amanhã, como parte da programação do “Festival Desculpe Incomodar”, promovida pela Prefeitura do Rio, através da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade (SEMESQV).

Sob a coordenação da professora Cristiane Santos e utilizando as roupas do acervo do estilista Almir França, eles foram capazes de nos encantar com o upcycling que pode ser definido como ‘(re)design inteligente’ (upcycling = design + sustentabilidade). Além de valorizar uma chancela, criando vínculos sólidos com o público, eles também tiveram a chance de devolver para a sociedade o que recebem dela, fortalecendo posicionamento e identidade plural, unindo pessoas com diferentes corpos, gêneros e idades, homenageando o jeans. O estilista e pedagogo Almir França, que trabalha com a lógica do reuso em seu ateliê e na criação de roupas e acessórios, destaca a importância de a indústria da moda criar meios para melhor destinação dos seus resíduos.

O Brasil ainda não tem uma política concreta para a questão do resíduo têxtil. A roupa usada pode ganhar um descarte funcional, que possibilite novas possibilidades estéticas e sustentáveis. Foi essa proposta que buscamos imprimir nas peças que desfilamos” – Almir França

A professora Cristiane Santos, que ministra a disciplina Responsabilidade Social, explica a importância dessa vivência para a formação profissional dos alunos da faculdade SENAI CETIQT. “Essa disciplina tem uma matéria que se chama ‘Praticar a responsabilidade social’, que é um tema que está muito em alta nas empresas, em função de diversas atividades e das ODS 30. A gente acredita que, para os alunos, sob a ótica educacional e pedagógica, não basta dar o peixe. Temos que ensinar como pescar. Eles estão há um mês envolvidos com essa produção – seja em atividades no Museu do Amanhã, seja no ateliê do estilista Almir França, experienciando um laboratório na prática. Aqui eles tiveram responsabilidades, cada aluno ficou responsável por dois modelos para montar o look. Dessa forma, foi possível trabalhar com eles também o comprometimento, dentro de uma dinâmica muito parecida com a que o mercado de trabalho exige. Nós estamos forjando esses alunos para o mercado, de fato”.

SENAI CETIQT: alunos do curso de Design e Moda produziram desfile disruptivo alinhavado por práticas sustentáveis

“Muitas vezes a gente olha para a moda de forma moderada, principalmente na academia, onde ensinamos métodos tradicionais. No momento que a gente abraça um evento como esse, ou várias ações que fazemos dentro do SENAI CETIQT, começamos a ampliar o horizonte do nosso aluno para enxergar as oportunidades e a pessoa “real” que existe. Assim, deixamos de trabalhar com o imaginário da moda e da fantasia que a moda as vezes é associada. O universo da moda traz sempre essa ideia de exclusividade, de marca de luxo… e quando temos um evento em que colocamos na passarela pessoas de corpos reais, idades diversas, a gente entende que a moda deve abraçar o todo”, comenta Victoria Fernandez, analista na Coordenação dos Cursos de Design do SENAI CETIQT.

Allan Aquino, aluno do 4º período do curso de Design de Moda, conta que assim que soube da possibilidade de produzir o desfile, amou a ideia. “Essa é a primeira grande produção nossa, antes não tivemos essa chance por causa da pandemia de covid-19. É uma experiência muito rica, estamos aprendendo como funciona um backstage. Eu sempre tive uma paixão muito grande pela moda e quando vi a oportunidade de estudar numa faculdade como o SENAI CETIQT e fazer o que eu gosto, não pensei duas vezes. É isso o que eu quero”, vibra o aluno.