Enquanto o Rio de Janeiro ferveu com o Elle Fashion Preview na noite de quarta-feira, a capital paulistana não ficou atrás no quesito fashion. O segundo dia da Casa de Criadores trouxe um line-up eclético que foi desde Cotton Project a Rober Dognani, passando por Igor Dadona em sua marca homônima e a Hangar 33, que trouxe uma coleção-cápsula assinada por ele. Os desfiles tiveram inspirações exóticas e teve estilista retratando a crise ecônomica na passarela. Saiba tudo o que rolou abaixo.
Cotton Project
A marca que tem direção criativa do estilista Rafael Varandas fez sua fama através do boca a boca dos mais antenados de São Paulo e, a partir daí, ganhou visibilidade e passou a cruzar as passarelas sem perder a essência. A roupa masculina continua básica e charmosa, com o design minimalista e matéria-prima de qualidade que fizeram a Cotton Project se firmar no mercado. A coleção “Do Nothing Club” do inverno 2016 tem como conceito o dilema da geração jovem: ganhar dinheiro o mais cedo possível. As peças surgiram em cartela de cores neutras e leves, com quase nada em preto. O que bombou mesmo foi o caramelo e os tons de jeans. Jaquetas bomber de cetim, calças ajustadas e curtas, blusas de gola alta, couro e ecobag com dizeres divertidos também prometem fazer a cabeça dos meninos ligados em moda.
Igor Dadona
A inspiração do estilista em sua marca homônima veio do conflito mental causado pela claustrofobia da rotina das grandes metrópoles. Com base nisso, a fuga para a natureza surgiu como alternativa e o mix de kilt com floral folk foi destaque da passarela. Outras misturas exóticas, como roqueiro com lenhador, também fizeram sucesso. As peças vieram em afaiataria com fios de malha, flanela, lã e veludo, que criaram o equilíbrio de cores e estampas e provaram a habilidade de Igor em trabalhar com a variedade de materiais. A cartela de cores teve tons neutros como preto, cinza e off-white em contraste com o calor do vermelho, rosa e laranja e algumas pinturas de dourado, verde e marinho. O ponto alto foram os acessórios em formato de serpente, que simbolizam a mistura do belo com o mau, fruto da parceria bem-sucedida da marca com o artista Marcio Krakhecke.
Rober Dognani
Uma coleção inspirada nos tempos de crise econômica. Esse foi o ponto de partida de Rober, que contou, na passarela, a história de duas mulheres: a rica que precisou vender tudo e a moderninha que comprou as roupas da falida. Enquanto a que ficou pobre começa a usar a criatividade para transformar robes em casacos e personalizar roupas, a nova rica abusa de acessórios criados por Giuliano Menegazzo. Quem achou que Rober apresentaria uma coleção de pegada futurista e látex como material se enganou. Dessa vez, ele ousou com misturas surpreendentes, como pele fake, tafetá de seda e muito mais.
Hangar 33
Um dos highlights da temporada, a Hangar 33 trouxe o novo olhar de Dadona para o camuflado que a marca masculina do Grupo Lunelli, patrocinadora do evento, já oferece. Para o outono-inverno 2016, o ponto de partida da coleção-cápsula CAMU por Igor Dadona foram os uniformes – não só os usados no universo da aviação, como já é tradicional na Hangar 33, mas todos que marcam tribos urbanas. As peças na passarela misturaram estilo e funcionalidade, aliando perfeitamente o streetwear e o workwear. Blusas e jaquetas com patches estampados com cara de tatuagem old school e a bombshell doris, exclusiva da marca, fizeram sucesso no desfile. Tecidos como sarja, tricoline, moletom e linho, além dos clássicos couro e jacquard, também cruzaram a passarela composta de tons de preto, branaco, grafite, verde escuro e dourado.
Além do desfile, a marca ainda contou com uma instalação inédita no evento, onde o público pode conferir peças da coleção e uma exposição de uniformes da Força Aérea Brasileira, da Esquadrilha da Fumaça e um exclusivo desenhado por Igor Dadona. Ao todo, mais de 10 itens – réplicas e originais, estão disponíveis no espaço da marca.
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