Um deserto de dunas lilás sobre piso marrom, dentro de um galpão fechado, foi o cenário que a Prada escolheu para apresentar sua primavera-verão 2015 durante a Semana de Moda de Milão. Mais uma vez, a grife trouxe para a passarela uma junção perfeita entre arte, cenografia e design, reinventando o minimalismo da década de 1990.
Fotos: Divulgação
Com o frescor dos novos tempos, Miuccia Prada imprimiu sua dose de estranheza habitual à nova coleção, em colorido luminoso – amarelo, laranja, verde, na mesma saturação do lilás cenográfico que emoldura as modelos, ótimo para as fotos de divulgação! – que dividiu a apresentação com muito preto e off white. Os shapes permanecem midi e chamam atenção as bainhas desfiadas. Mas, antes que alguém pense que a brand não teve de tempo de finalizar as peças, vale lembrar que estamos em pleno revival dos nineties, e duas fortes referências dessa época são o estilo grunge e o look destroy dos belgas – Martin Margiela, Ann Demeulemeester e sua turma despontaram nesse período. Obviamente, a estilista saca de sua cartola esse momento histórico para trazer à tona a década do minimalismo, sob o devido verniz das dunas em cor pastel do cenário. Para se observar se essa gama da cenografia vai comparecer no make da temporada.
É o verão da Prada, então, nada da mulher sexy de Cavalli ou de outras grifes que primam (ou pecam, segundo o corolário do clã Prada) por fendas ou decotes reveladores. As golas são fechadinhas, os vestidos e sobretudos cinturados evocam a antiga Rússia Imperial ou, o mais provável, formas dos anos 1970 – outra referência forte quando os noventa chegaram com força, derrubando os exageros da década anterior.
E as estampas gráficas, dessa vez, trazem linhas retas ou enviezadas quebrando (pero no mucho) a rigidez proposta pela marca para o próximo verão. Para se ficar de olho.
Fotos: Divulgação
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