*Por Heloisa Tolipan
Foi no carro, a caminho de São Paulo, depois de participar do FFW Fashion Tour, evento em comemoração aos 20 anos da SPFW, realizado em Bauru, que Paulo Borges conversou com o site HT sobre o desfile que será realizado dia 14 de outubro no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Para quem está curioso sobre que babado seria esse, a gente entrega: Paulo vai assinar como diretor criativo a quarta edição do Elle Preview, evento supercool organizado pela revista “Elle”, que ja usou cenários bem originais para apresentar as novidades da temporada de moda, como a ponte Estaiada, em São Paulo, em 2012.
Paulo comentou que a decisão da escolha do Rio de janeiro partiu da presidência da Abril e da revista, que querem fazer desse evento algo que percorra o país e não fique apenas centralizado na capital paulistana. “Não é o Paulo Borges da Luminosidade quem vai cuidar esse projeto. É o Paulo Borges que tem assinado diversos eventos, inclusive shows e espetáculos teatrais. Fui chamado pela Elle para ser o diretor criativo e aceitei. A intenção é viajar pelo Brasil inteiro. Vou contar com a produção assinada pela Dream Factory, styling de Flavia Pommianosky e Davi Ramos, e beleza by Daniel Hernandez. Esse é o quarto ano do projeto e a nossa intenção é colocar a boca no trombone e mostrar que a moda pode, sim, ser plural e ter o Brasil como um todo como sede de eventos importantes como esse, que serve como preview do inverno 2016. No line up, vamos contar com 10 estilistas e marcas, cada um apresentando sete looks, e entre eles posso adiantar alguns, como Alexandre Herchcovitch, Ellus, Oskar Metsavaht e sua Osklen, Lenny Niemeyer e Patrícia Viera, entre outros”.
Aproveitamos o link entre moda e Rio para conversar com Paulo Borges sobre a não-realização do Fashion Rio edição de inverno 2016. Você, amigo leitor fiel do site HT, soube por aqui que um novo formato da semana de moda carioca – que incluiria outras plataformas artísticas – seria realizada na primeira semana de setembro, a partir de informações vindas de Oskar Metsavaht, Coordenador do Fórum Empresarial de Moda da Firjan. Bom, já estamos no dia 11 de setembro e nada… Voltamos ao assunto durante a nossa participação nas gravações de “Verdades Secretas”, em meados de agosto, onde estivemos com Lenny Niemeyer e Alessa Migani, duas outras integrantes do núcleo responsável por pensar este novo formato do Fashion Rio e elas ressaltaram que as decisões ainda não estavam tomadas sobre o tema por ausência de reuniões. “A história de não haver Fashion Rio não podemos creditar apenas à Firajn. Acho que é preciso haver um comprometimento como um todo, das grifes inclusive. A Firjan é apenas um fomentador. Falta conversa, falta sentar e pensar de verdade em um novo projeto, já que não é fácil pensar esta mudança de estilo, visibilidade e estrutura de uma nova semana de moda do Rio de uma hora pra outra. Isso precisa ser pensado com muita calma e com muitas reuniões”, sentenciou Paulo.
Já que muitas dúvidas pairam em torno do tema, mudamos a prosa para algo que já está repleto de certezas. A próxima edição da São Paulo Fashion Week, a 40ª, que comemora os 20 anos do calendário oficial da moda brasileira, que vai rolar entre os dias 18 a 23 de outubro e celebrará os processos e as singularidades do fazer. A boa nova? Estaremos – e aqui a gente inclui o site HT, claro – todos de volta ao prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera. “Estamos comemorando os 20 anos de um investimento enorme na mudança da plataforma de se mostrar moda nesse país. Voltamos para a Bienal, temos uma historia com aquele prédio. Todas as pessoas envolvidas nessa semana de moda sentem como se estivessem dentro de uma casa na Bienal”, lembrou, antes de ser questionado sobre um assunto que ronda a cabeça de todo mundo atualmente. Paulo e a questão da crise? Como você vê a estrutura de se fazer moda no formato de semanas de desfiles em um ano tão dificil para a indústria.
“Temos passado por períodos confusos, na minha opinião, tivemos eleições, Copa do Mundo, estamos atravessando mudanças e implementacões de mercado, mas, no meu ponto de vista, a indústria da moda nesse pais é orgânica, é organizada, e ela continua gerando riqueza, gerando emprego, mesmo que a política brasileira esteja estagnada. A indústria da moda consegue se reinventar, mesmo com o país politicamente parado. O Brasil tem um tamanho gigantesco, a industria é plural e ela consegue fazer a roda da economia girar, mesmo nas circunstâncias mais complicadas. O brasileiro tem a capacidade de se reinventar, mesmo em momentos difíceis”, finalizou, em tom otimista. Vamos em frente.
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