Ecos de Paris: a semana de moda acabou, mas o radar de HT continua ligado. Marcas como Hermès, Chanel, Louis Vuitton e outras desfilaram suas criações nos últimos dias da fashion week francesa e, por aqui, nós ficamos ligados em tudo que promete sair das passarelas direto para as ruas e virar tendência. Entre a elegância habitual da Hermès, o que chamou atenção foram peças que traziam os clássicos lenços da marca presos nas malhas. Por outro lado, Hedi Slimane, da Saint Laurent, não quis saber de discrição e propôs uma volta aos anos 80 e 90 com direito a ombros exagerados, muitos babados e peças metalizadas. A Chanel, por sua vez, inovou ao colocar todos os convidados do desfile na fila A de uma passarela de 750 metros. Miuccia Prada apostou nos diversos tipos de jeans em sua Miu Miu, enquanto a Valentino levou verdadeiras balarinas modernas à passarela e a Louis Vuitton propôs o shape ampulheta – aposta também da Balenciaga, como já contamos aqui. Vem saber tudo que rolou nos últimos dias da temporada outono-inverno 2016/17 em Paris!
Hermès
Discrição continua sendo a palavra-chave da marca nesse outono-inverno 2016/17. A estilista Nadege Vanhee-Cybulski apresentou uma coleção de peças em materiais nobres como cashmere, couro, seda, camurça, lã e outros que unem luxo e maciez. Silhuetas estruturadas, mangas rígidas e amplas, comprimentos até os tornozelos, calças cropped e tops de zíper surgiram ao lado de conjuntos quadrados de cetim acolchoado e casacos com “espírito de equitação”. O que mais chamou atenção na passarela foram as peças que traziam os famosos lenços Hermès presos nas malhas e prometem sair das passarelas direto para os armários das fashionistas. O “slip-dress” apareceu estampado com padrões de diamantes e, nos pés, as modelos ostentaram botas com saltos grossos. A paleta de cores ficou entre o famoso laranja da marca, amarelo ocre, azul marinho, vinho e verde.
Saint Laurent
A marca propôs uma volta aos anos 80 e 90, bem ao estilo glam-rock, com direito a muitos babados, ombros exagerados e cintos metalizados. Foi de dentro de uma mansão do século XVII que abriga os novos salões de costura da Maison, no bairro de Saint Germain, que a coleção assinada por Hedi Slimane foi apresentada. O outono-inverno 2016/17 da marca contou com elementos super “eighties”, como vestidos curtíssimos e justos, saias rodadas e até as controversas balonê – para qual muitos fashionistas torcem o nariz. Camisas assimétricas, nós, lantejoulas, laminados e muito couro também marcaram o desfile de estética rock. Um dos casacos desfilados lembrou a lendária coleção de 1971, quando Yves Saint Laurent causou rebuliço ao se inspirar na moda dos anos da ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial e o desfile foi encerrado com uma modelo vestida de capa de pele vermelha em forma de um coração gigante.
Chanel
Um dos mais esperados da temporada de moda, o desfile da Chanel colocou todos os convidados na fila A de um salão à moda antiga inspirado no universo equestre, com espelhos nas paredes, tapete creme e cadeiras estilosas. “Quis que, pela primeira vez, todo mundo estivesse na primeira fila. Isso permite ver as coisas mais próximas. Normalmente alguns estão na sexta fila e não conseguem ver quase nada. Hoje ninguém pode se queixar”, explicou Karl Lagerfeld, em entrevista à AFP. De fato, os 2500 convidados viram de perto o show que contou com Kendall Jenner e Gigi Hadid – as queridinhas do Kaiser – e um casting rico em diversidade – de latinas e afro-descendentes às europeias e asiáticas – desfilarem por uma passarela de 750 metros. A escolha das modelos mostra o espírito da mulher proposta por Karl: internacional e multicultural. A coleção teve elementos como matelassado, pérolas, flores e tweed que, aliados a estampa de emojis, de mãos fazendo o sinal de paz e amor, trevos de quatro folhas e monograma da marca, deixaram a coleção divertida – apesar das poucas cores – e ousada. O chapéu achatado que Coco Chanel usava nos anos 50 também foi lembrado na passarela, junto com capuz, tailleurs e botas de couro pretas usadas com vestido. O que chamou atenção foram os saltos baixos, diferentes do usual na Maison. O desfile contou com o anúncio de que Willow Smith, a filha de 15 anos de Will Smith e Jada Pinkett Smith, é a nova embaixadora da Chanel – cargo de prestígio no mundo da moda e que já é ocupado também por Lily Depp (filha de Johnny Depp) e a brasileira Laura Neiva.
Miu Miu
Muito denim deu o tom da coleção de outono-inverno 2016/17 da marca de Miuccia Prada. Em jaquetas, saias compridas, camisas embaixo de casacos e blusas pesadas, a estilista criou diferentes combinações e muitos tons para os jeans. As pérolas também chamaram atenção e apareceram em aplicações em casacos, blusas e jaquetas e cravejadas em bolsas, óculos escuros e até nos chinelos. Aliás, os chinelos de pelos, junto com os sapatos inspirados por sapatilhas de balé e com laços são a grande aposta da temporada. Florais escuros e tecidos brocados quebraram a hegemonia jeans. Na passarela, tops como Kendall Jenner, Adriana Lima e as irmãs Gigi e Bella Hadid mostraram que a coleção Miu Miu valoriza as curvas de uma mulher naturalmente sofisticada.
Valentino
De dentro do Espace Éphémere, no Jardin des Tuilieries, Maria Grazia Churi e Pierpaolo Picciolini levaram o balé clássico ao catwalk. Se o próprio espaço, com direito a uma pianista no centro do passarela, fazia referência à dança, a coleção não foi diferente com direito à saias de tule, tutus revisitados, meias de seda e sapatilhas, que, é claro, tinham a cara da Valentino: cheias de spikes. Vestidos de seda fluidos e veludo em camadas e elementos como plissados, babados e bordados em tons de nude, amarelo, verde militar e metalizados chamaram atenção. A transparência das peças ganhou bordados estilosos que pareciam costurados na pele. Em contraponto à delicadeza, looks total black, jaquetas, paletós, golas altas, parkas, casacos pesados e coturnos tiveram seu momento de brilhar, afinal: é inverno. Da fila A, as it-girls Olivia Palermo e Bianca Brandolini, a atriz Dakota Fanning e a fashionista Miroslava Duma aplaudiram a coleção que promete encher as ruas de bailarinas contemporâneas.
Louis Vuitton
Nicolas Ghesquière propôs um outono-inverno esportivo na coleção da Louis Vuitton. O vestido camiseta chamou atenção ao ganhar uma saia assimétrica ampla e o vestido-lenço, que já é clássico de Ghesquière, apareceu cheio de estampas de correntes e tiras de couro com fivela. Mas foi o destaque nos quadris que atraiu todos os olhares. Bem ao estilo Balmain, arredondado e estruturado, os quadris transformaram a silhueta em ampulhetas, assim como a Balenciaga também havia proposto alguns dias antes. As peças que não tinham enchimentos eram justas com o objetivo de deixar a cintura fina e marcada em foco. Peças leves e fluidas foram combinadas com elementos pesados, como botas de montarias – que ganharam muitas versões. Boleros de mangas longas, calças curtas e um toque de alfaiataria também cruzaram a passarela, decorada com espelhos e objetos em preto e branco. No quesito acessório, a bolsa baú quase sem monogramas e com muitas estampas diferentes promete ser o must da temporada.
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