*Por Marcia Disitzer
A acne continua sendo uma doença muito comum na adolescência. Mas, diferentemente do passado, quando deixava marcas e cicatrizes, atualmente, a acne é combatida com um arsenal de tratamentos que garante ótimos resultados. Em sua coluna no site HT, a dermatologista Mônica Azulay fala sobre como esse avanço vem beneficiando jovens e adultos.
MD: A acne hoje é plenamente tratável?
Mônica Azulay: Costumo “brincar” que atualmente só tem acne “quem quer”. Existem excelentes tratamentos para combatê-la, tanto nos consultórios particulares como nos ambulatórios de alguns serviços públicos. A acne é uma doença prevalente na adolescência, mas vale lembrar que a acne da mulher adulta vem aumentando sobremaneira nos últimos anos.
MD: Quando é recomendado que se comece o tratamento contra a acne?
Mônica Azulay: O tratamento precoce evita as sequelas que são as cicatrizes inestéticas. Então, quanto mais cedo o paciente procurar o dermatologista, melhor. Antigamente, dizia-se que a acne passaria com o tempo, com o fim da puberdade. Entretanto, são vários os anos desse período de desenvolvimento e que irão impactar de forma expressiva na autoestima do jovem em formação.
MD: Quais são os tratamentos indicados para a acne?
Mônica Azulay: Medicamentos de uso tópico e medicação oral, além de peelings e lasers. O paciente tem que ser acompanhado por um determinado período, a médio prazo. Durante o período de acompanhamento e de acordo com a evolução da afecção e resposta ao tratamento, modificações, como a introdução de medicamentos orais e associações com procedimentos, poderão ser introduzidas.
MD: E quais tratamentos são indicados para a correção de cicatrizes causadas pela acne?
Mônica Azulay: As cicatrizes de acne são variadas. Podem ser pequenas e profundas, largas, mas superficiais. Para a correção de cicatrizes, associam-se, geralmente, técnicas cirúrgicas, minimamente invasivas, como correções pontuais das diferentes cicatrizes, técnica de IPCA (indução percutânea de colágeno com agulhas), peelings como o Cross (reconstrução química das cicatrizes de acne), técnicas de preenchimentos e lasers, de acordo com a necessidade de cada paciente.
MD: Que conselho você daria para quem tem a pele oleosa?
Mônica Azulay: Lavar a pele duas a três vezes, no máximo, por dia, usando sabonetes específicos para diminuir a oleosidade. Ao contrário do que se imagina, não se deve lavar a pele várias vezes ao dia. A limpeza excessiva acabará gerando mais oleosidade, devido a um mecanismo de compensação.
Mônica Azulay é considerada uma profissional completa. Ela se formou na UFRJ, seu mestrado foi sobre sarcoma de Kaposi em pacientes com Aids, doença que estuda desde a década de 80, e na tese de doutorado, em 2003, ela se debruçou sobre um assunto pouco abordado naquela época: a atuação da vitamina C tópica no fotoenvelhecimento. Com anos dedicados à dermatologia, Mônica é uma referência na área e atende em sua clínica na Barra da Tijuca e em seu consultório do Leblon.
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