A reflexão de todas as cores da paleta e a absorção delas pela ausência de luz são as características das coleções da marca M.H.O. – Minha Humilde Opinião. O branco e o preto, segundo a criadora da loja carioca Rafaela Prado, imprimem um caráter atemporal, mas, ao mesmo tempo, contemporâneo às peças. “O preto e branco estão sempre me seguindo. Desde a minha primeira coleção, eles são predominantes. Eu faço roupas em p/b com pops de cor, que variam de acordo com a estação. Para a outono-inverno, eu escolhi o vinho, terra e bege para acompanharem o preto e branco. Eu gosto muito de brincar com o aspecto clássico dessa combinação de cores, mas sempre atualizando para o que há de moderno”, disse Rafaela ao HT. As peças da coleção, que variam entre macacões, calças, blusas, vestidos e saias, seguem a mesma proposta da versatilidade e conforto. De acordo com Rafaela, as roupas da marca buscam atender à mulher contemporânea. “Eu costumo dizer que, se você colocar as peças da M.H.O. em uma mala de viagens, você pode passar 20 dias sem repetir nenhuma roupa. É como uma análise combinatória, tudo se encaixa. Fora que eu procuro fazer modelos que não precisem passar. O nosso objetivo é, realmente, a versatilidade”, afirmou a empresária. Que beleza, hein!
Outra característica da marca é a geometria no corte e elaboração das peças. Embora afirme que não seja de forma proposital, a idealizadora na marca considera esse aspecto como uma consequência das vertentes usadas na coleção. “Eu procuro focar na missão de trazer as modelagens mais modernas para fazer um contraponto com o clássico que é o preto e branco. Em função disso, eu acabo fazendo algumas peças geométricas, porque é algo que eu adoro pessoalmente, e acho que dá um toque de contemporaneidade”, explicou Rafaela Prado. As estampas também são um ponto de destaque na linha criativa da M.H.O. Segundo a empresária, as padronagens usadas nas peças são exclusivas e feitas em parceria com a designer Alice Gelli. “Eu gosto de usar quando elas são especiais. Os quadriculados e as linhas eu utilizo com mais frequência, mas não acho que sejam exatamente estampas”, contou ao HT.
Hoje, a Minha Humilde Opinião está disponível apenas em loja online e em eventos promovidos pela própria empresária. Mas, como nos contou, a internet ocupa a maior parte das vendas da marca. Após reconhecer que a mulher brasileira ainda tem dificuldades em comprar roupas pela internet por não conhecer o tamanho e a modelagem de uma nova loja, Rafaela elaborou um guia de medidas para ajudar a cliente no momento da compra. “No site tem um quadro com cinco diferentes corpos e as respectivas medidas para as clientes se guiarem. Embora o número de trocas seja super baixo, quando ocorre, nós tentamos facilitar ao máximo: caso a menina more na área de entrega expressa, é só deixar na portaria que efetuamos a troca. Afinal, entendemos que quando a gente compra uma roupa nova, queremos usá-la logo, né?” As redes sociais também têm função muito importante para a divulgação da marca carioca. Segundo Rafaela Prado, são por essas plataformas que o público-alvo da marca é avisado de eventos, lançamentos e promoções.
Embora hoje ainda seja uma marca pequena, no mercado há dois anos, Rafaela almeja levar a M.H.O. para semanas de moda como a Rio Moda Rio e, futuramente, o SPFW. E, para ela, é uma maravilha que essas semanas estejam se reerguendo. “Eu acho que o fast-fashion e o mundo online engoliram o universo da moda. Para mim, os desfiles são plataformas muito interessantes para usar a roupa como protagonista de um espetáculo. Ali, você coloca a sua criação como arte e não como algo que você vai usar no dia-a-dia. O estilista tira ela do ready-to-wear e a leva para um lugar de show. E hoje, é ainda mais interessante pela possibilidade de comprar logo após o desfile, já que está tudo tão urgente. Eu acho que essa junção que está vindo tem muito potencial para trazer os desfiles de volta”, comentou a jovem que é formada em artes.
Desde o início inserida em um panorama de crise econômica, a M.H.O. aposta na combinação custo e benefício para atrair as clientes. De acordo com Rafaela, o pensamento do consumidor que ela busca atender é o seguinte: “já que não estou podendo esbanjar, vou gastar dinheiro em algo que valha a pena”. Por isso ela propõe vender peças de qualidade a um preço justo. “Nós tentamos entrar nesse between para conseguir vender. E eu acho que essa combinação na crise ajuda”, disse a empresária. E como, né leitoras?
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