É sabido, que a análise de tendências na moda é uma poderosa ferramenta para quem empreende no setor. O consumidor é o centro de tudo, e ao redor dele orbitam demandas e necessidades a serem traduzidas. Entender o comportamento do cliente e o que ele deseja é parte fundamental do ciclo produtivo, já que oferece meios de vislumbrar o que vai atrair o seu consumo adiante, possibilitando também que as marcas se mantenham alinhadas ao posicionamento de quem as consome. Essa visão abre caminhos para a criatividade e os negócios na indústria. Desta forma, fazemos valer então, a máxima de que ‘conhecimento é poder’, e de que isso pode levar sua marca para as direções pretendidas.
Com este propósito, além de apresentar com maestria seus modelos que vão dos clássicos aos mais contemporâneos, no segmento de bags em exotic leather, em mais uma bem-sucedida edição do Minas Trend, a designer de bolsas com a marca homônima Carmem Dalessandro, falou em live no maior Salão de Negócios da América Latina, sobre as tendências previstas para o Outono/ Inverno 2023 no segmento. “Vejo uma moda muito democrática, com tendências para vários grupos, com estampas clássicas como pied poule, príncipe de Gales, animal print migrando para os acessórios. Os metalizados e brilhos das pedrarias continuam em alta. Na cartela de cores, o pink, tons de verde como oliva, militar, e releituras do camuflados; e tons de laranja mais fechados prometem permanecer. O que virá com mais força serão os tecidos metalizados, especialmente prata e materiais exóticos, como couro de pirarucu. Os modelos de bolsas estão em sua maioria médias e mini, mas já aparece uma tendência das oversized”.
A designer completa sobre o crescimento do segmento: “O mercado de bolsas tem grande potencial. No entanto, precisamos entender o novo consumidor. É preciso aderir ao uso de materiais e formas de produção mais sustentáveis. E investir na criação de bolsas elaboradas, criativas, com mistura de materiais que agregam valor e têm cada vez mais espaço no mercado, sobretudo no segmento prime. Bolsas são peças caras, então precisamos criar o desejo em nossa consumidora. A originalidade do modelo, lançar mão de cores especiais, a riqueza de detalhes, bem como o bom acabamento, são os atrativos que impulsionam o consumidor para a compra”.
E Carmem sabe fazer isso de forma impecável, unindo os 35 anos de experiência no ramo, ao que sai direto do coração, dando vida às suas criações. A paulista une a função da bolsa ao estilo expressivo com beleza e afeto. “Neste inverno nos inspiramos na beleza ímpar de Highlands (Terras Altas), na Escócia, uma das regiões mais encantadoras. Este lugar é mágico! Possui paisagens fantásticas e as montanhas parecem que foram rasgadas até o mar. Quando fui para lá, fiquei encantada com os tons de ocres, verdes e cinzas presentes nas belas pedras das fachadas das casas. Nossa cartela de cores vai passear por este mood”, diz, sobre a coleção apresentada no Minas Trend. “Em relação aos materiais utilizados, sempre gostamos de misturar texturas diferentes como píton, couros bovinos e pirarucu com padronagens diferenciadas e acabamentos artesanais. Focamos em uma moda atemporal, com ar contemporâneo”.
Carmem sinaliza ainda, que o modelo que tem brilhado despertando o desejo de consumo das clientes é justamente a de couro de pirarucu. “A mulher brasileira é muito antenada em relação à moda e acompanha as tendências internacionais de perto. O desejo do momento são essas bolsas de pirarucu com design contemporâneo e autoral”, diz.
Além de apontar as tendências, a empresária fala sobre os modos de produção da label, antenada ao socioambiental. “Estamos cada vez mais voltados para o sustentável. Buscamos, na medida do possível, usar sempre materiais produzidos de forma orgânica. Utilizamos, junto aos nossos fornecedores e parceiros, couros livres de cromo e química pesada. Nossos materiais são pintados artesanalmente, com corantes naturais, que não prejudicam o meio ambiente. E alguns de nossos maiores clientes também são alinhados ao propósito da moda consciente”.
Para Carmem, quem pretende investir em uma bolsa deve sempre pensar em um modelo versátil. “Ainda é um produto caro, tem que se pensar no seu uso com o melhor custo-benefício possível”. E falando sobre o lado democrático do acessório, ela comenta sobre tendências também para os homens. “Assim como as mulheres, os meninos também querem conforto. Tanto no vestuário como em acessórios e estão cada vez mais usando bolsas. Além das tradicionais mochilas, agora também usam shopping bags dos mais diversos materiais, inclusive de tecido. No entanto, acho o Brasil ainda bastante conservador no que diz respeito a moda masculina”.
Nós também, Carmem. E desejamos que cada vez mais, em qualquer estação, sendo em relação a acessórios, vestuário ou calçados, a moda seja para todes. Viva a pluralidade!
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