Minas Trend: Live proporciona a reflexão sobre o impacto da lingerie na imagem pessoal + tendências do setor

Minas Trend: o Maior Salão de Negócios da América Latina realizado no Minascentro

A lingerie, com uma produção em alta potência no nosso país, vem impulsionando emprego e renda e inspirando a moda. Para vocês terem uma ideia, é de suma importância ressaltar que Juruaia, no Sudoeste de Minas Gerais, e Taiobeiras, no Norte do estado, são polos de confecções de lingerie que ganharam projeção nacional. Cerca de 96% das empresas são comandadas por mulheres, que começaram a produzir as peças informalmente para ajudar no orçamento da casa e hoje são grandes geradoras de renda. Como parte integrante da 29ª edição do Minas Trend – Maior Salão de Negócios da América Latina -, promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), sempre de portas abertas para a inovação e propulsor de novos horizontes, foi realizada a live com o tema: Imagem sob a roupa: o impacto da lingerie na imagem pessoal + tendências do setor. Reuniu a consultora de estilo, imagem e lingerie Aletta Barreto e a diretora criativa da marca Lindelucy, Lúcia Iório, na qual analisam a peça cada vez mais importante no vestuário.

Lúcia Iório (à esquerda) e Aletta Barreto (direita) falam sobre a potência da lingerie

Administradora de empresas, pós-graduada em gestão de pessoas, designer de moda, consultora de estilo, imagem e lingerie, e autora do e-book “Um sutiã para chamar de meu”, Aletta diz que realizou uma transição de carreira em uma nova jornada profissional que correspondesse com sua “afinidade com moda e beleza através da graduação em design de moda e especialização em consultoria de imagem em 2011”. Segundo ela, a atuação no setor de moda íntima iniciou-se em 2002 e é pioneira no desenvolvimento do método de atendimento da consultoria de lingerie.

E como analisa hoje o uso da lingerie como ferramenta de autoestima e observa o uso da peça como easy wear? “Vejo que o uso da peça íntima não é mais um tabu voltado só para a sensualidade/fetiche. Quando vejo um look com a lingerie aparente, à mostra, como o corset ou um top, é nítido perceber que a peça íntima está cumprindo sua principal finalidade que é transmitir a feminilidade e que o sutiã não aprisiona seu corpo. A mulher conseguiu enxergar que a lingerie faz parte da sua imagem e que pode usá-la de acordo com seu estilo para se agradar”, comenta.

Acrescenta que a lingerie como easy wear “é a libertação do corpo de um padrão irreal e insensível de que a peça íntima ideal é aquela que tem que massacrar o corpo, ferindo a pele e a alma. A lingerie é a primeira peça que toca nosso corpo e ela precisa ser suave e confortável. A escolha dos tecidos também interfere muito nesta facilidade de uso da lingerie”.

Diretora criativa da marca Lindelucy, Lúcia Iório lembra que a cidade de Juruaia, onde foi criada a label, é a Capital Mineira da Lingerie. Uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, que traz em seu DNA, a inovação e empreendedorismo com muita união. Em sua opinião, os corpos são plurais e cada vez mais as empresas precisam estar voltadas para fabricações que contemplem a diversidade. Como tem sido esta produção na prática? “Temos que estar sempre inovando na modelagem e levando em conta os tamanhos e em sintonia com o que acontece no mundo”, destaca.

“Beleza, potencial da mulher e autoestima estima são palavras que se transformam em ação com o empoderamento das mulheres ao usarem uma lingerie”, comenta. Segundo ela, as lingeries mais requisitadas pelos diversos públicos são as cropped e body e para a Primavera-Verão 24, Lúcia aposta na dobradinha perfeita será a de peças em cetim com dopamina das cores.

Lúcia Iório (à esquerda) ressalta a importância do polo de confecção de Juruaia, considerada “a capital da lingerie”

E quem é o público que procura a ajuda de uma consultora para a escolha de uma lingerie? Com a palavra, Aletta: “É a mulher que tem conflito diário com suas lingeries. É a mulher que compra lingerie por impulso, sem ter conhecimento ideal do seu corpo. O tamanho das costas, dos seios, da cintura, quadril são imprescindíveis para o guarda-roupa de lingerie adequado e coerente. E aliado a estas medidas é muito importante a mulher olhar para suas mamas, entender qual é o seu tipo de seio e saber avaliar a modelagem ideal para valorizar seu colo, seu biótipo”.

Em cada dez atendimentos da consultoria de lingerie, nove mulheres pedem sugestões e dicas de sutiã sem bojo e sem aro. E no caso da calcinha, o pedido recorde é sobre qual melhor cor ou modelagem para evitar transparência e marcas sob a roupa – Aletta Barreto.

Afirma ainda que “as pessoas já estão conscientes de que o consultor de imagem é o profissional que vai alinhar a sua imagem pessoal e profissional com o seu interior e com seu estilo de vida. A consultoria de imagem busca em primeiro lugar entender quem é o cliente ajudando-o no seu autoconhecimento para depois auxilia-lo com a sua comunicação não verbal. As roupas, cores, acessórios e lingerie são ferramentas de estilo que transmitem externamente o que cada um é”.

A moda que pulsa nas ruas é a síntese de imagem de conexão. E, segundo Aletta, “cada vez mais as pessoas buscam inspiração para se posicionar com sua imagem pessoal por afinidade. Afinidade construída pela história de uma marca/estilista ou afinidade por um ídolo construído pela sua trajetória pessoal e/ou profissional. A roupa (e seus elementos de design como forma, cor, volume) assim como o sapato, a bolsa, o acessório e a cor do cabelo comunicam a representatividade de uma raça, de um ideal, de uma cultura e de uma memória afetiva”.

E consultora de imagem fala como as cores podem ser agentes da nossa comunicação pessoal: “Usando cores com as características ideais para o tom de pele (temperatura: quente, frio ou neutra; intensidade: brilhante/intenso ou opaco/suave e a luminosidade: claro ou escuro).  Pode parecer fútil, mas não é. Um tom de laranja mais intenso pode iluminar o rosto de alguém assim como pode transmitir uma imagem de cansaço. Ninguém precisa deixar de usar certa cor ou aquela tonalidade que ama; basta adequar ao tom da pele e deixar a cor transmitir a beleza de cada pessoa”.

Aletta acredita em dois horizontes para a moda. “Um é a moda de dentro pra fora, a da valorização humana. Para mim os novos horizontes para a moda brasileira é aquela que pulsa na alma, que transmite a essência e permite cada um usar o que se sente bem e com mais consciência do que está vestindo seu corpo.  A moda brasileira é rica culturalmente, estilosa e respeitosa com as individualidades e diferenças. E o outro horizonte é a moda da troca. Cada vez mais se tem visto brechós/ grupos de pessoas por redes sociais vendendo roupas novas e até com etiquetas, ainda, por terem comprado por impulso e se arrependeram, pois aquela peça não a representa, não comunica sua imagem pessoal”.

Dicas básicas de Aletta:

*Só compre lingerie se tiver certeza das suas medidas e da sua necessidade de uso.

*Não se iluda com a lingerie bege: ela não é nude e fica bem aparente sob a roupa.

*Ao experimentar um sutiã finja que está numa festa e levante seus braços, pule, agache e levante – se ele ficou no lugar pode ter certeza que é ideal para você.

*Se o sutiã de bojo é seu amigo inseparável, cuide dele com carinho: não sobreponha um bojo sobre o outro no armário e nem na mala de viagem e, quando for lavá-lo deslize os dedos com sabão sobre o bojo para não danificá-lo.

*Sempre dependure o sutiã no varal de forma horizontal (você vai ver a durabilidade da peça).

*Um dos melhores tecidos para short, bermuda ou calcinha para modelar o corpo é o emana.