* Por Alexandre Schnabl
Cada vez mais consolidado como evento plural e importante na moda nacional, o Minas Trend apresenta nessa 16ª edição moda para todos os gostos, ainda que privilegiando o aspecto artesanal, os acabamentos primorosos e a roupa de festa bem adornada – seu DNA. Entre as marcas que desfilaram neste segundo dia de evento (7/4), a Vivaz apresentou um belo desfile como de costume, com peças elaboradíssimas, mas um pouco menos emperequetadas do que de praxe, seguindo um caminho mais clean – se é que é possível usar esse adjetivo para a roupa social mineira -, como nas duas últimas temporadas. Mas, entre os bons looks apresentados, uma curiosidade: se o tema era jabuticaba, cadê os violetas e roxinhos básicos que lembram a cor nessa coleção que privilegia verdes e amarelinhos? Mistério digno para Scooby Doo e sua patota. Ainda assim, a marca apresentou belos vestidos rejuvenescidos por esportividade das jaquetas bomber. Fernanda Tavares foi o destaque.
Grife marcada pelo belo trabalho em tricô, típico de Minas, a Faven dessa vez apresentou coleção irregular, aquém do talento de Natália Pesssoa, coordenadora de estilo da marca e criadora de mão cheia. Mas a boa cartela de cores compensou o resultado, com destaque para calças cropped, pantalonas e vestidos midi, tudo com muita transparência, fluidez, layers de tecidos e mix de texturas. Rico, mas não a ponto de surpreender, como de outras vezes.
Em seguida, a Madrepérola ofereceu um fino cardápio ao público, com preto e brancos que ganham a caliente adesão de avermelhados. Destaque para a modelagem limpa, como manda o figurino minimalista da moda atual, enriquecida pelo belo trabalho dos xadrezes feitos com fitas e galões. O contraste entre alfaiataria e feminilidade também é destaque, muito bem solucionado. E, embalando o estilo, a bela versão orquestral ao vivo de “Madalena”, de Ivan Lins, com direito até a violino. Show!
Herchcovitch:Alexandre é a grife mais comercial do estilista que lhe dá o nome, mas que, se alguns ainda acreditassem que esta ficaria em segundo plano, ela prova a cada temporada sua genialidade como criador desssa linha mais diffusion, só para usar um tempo de antigamente que significava as segundas marcas de power brands. Formas descomplicadas, mas nem por isso menos resolvidas, imprimem uma leitura de resort sofisticado, mas descolado, e os looks têm tudo para agradar aos fashionistas de ambos os sexos. HT amou o vestido-chemise, uma peça presente em muitas coleções nestas últimas temporadas, assim como as bermudas masculinas, sonho de qualquer um que ame alfaiataria bem cortada e queira ficar moderninho.
Com música ao vivo a cargo de Lu Alone (é esse mesmo o nome, meu bem?!?), Patrícia Motta celebra a nefelibática alegria neste verão 15/16, com peças soltas em cores adocicadas, tudo ao som de “Happy days”. Num clima meio “O Senhor dos anéis”, modelos com jeitinho de fada faceira desfilaram descalças e pulando, saltitando, dando rodopiadas diáfanas, como num comercial da Molico ambientado numa festa de interior da Terra Média. O resultado? Bom, lembra um pouco as performances divertidas de outra estilista, Alessa Migani, fora dessa temporada de desfiles e famosa por dar pivô, brincando de menina sapeca na entrada da final final. Agora, esse comportamento irreverente da estilista carioca é apropriado pela mineira dos couros na atitude corporal das modelos, nem todas á vontade, como hum quadro de Jean-Honoré Fragonard. Alessa pode e suas aparições já são folclóricas. Já as tops do desfile de Patricia, nem todas seguraram a onda dos pivôs com pique de menina-moça no campo.
Bom, e a roupa? Bem , muitos vestidos soltinhos, alguns caftãs, tudo fluido e com acabamentos nos decotes que lembram a descontração dos badalos populares pelo interior de Minas.
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