As cores são sinônimos de agentes da nossa comunicação pessoal. E fomos conversar com Dani Lachter, consultora de imagem e estilo pessoal desde 2016, quando trocou a carreira e engenheira química por ajudar ao próximo que buscam o autoconhecimento no vestir, a melhora na autoestima e a satisfação com sua imagem pessoal, afim de transmitir força e potência. Dani também é mentora de profissionais de imagem e estilo que têm o desejo de construir uma carreira de sucesso. “A cor é um forte elemento de comunicação não verbal, sendo utilizada, inclusive, por grandes marcas no seu marketing. Hoje trabalhamos trazendo a cor para a imagem pessoal, sabendo que através do seu uso você é capaz de transmitir sensações, sejam elas positivas ou negativas. Por exemplo, existem cores que aproximam, enquanto outras afastam. Existem cores que comunicam alegria e outras que comunicam seriedade. É fundamental fazer o uso das cores de forma adequada para o ambiente, ocasião e o que se deseja comunicar”, pontua a expert.
E com o tema “O poder das cores na imagem pessoal“, ela fez uma palestra enriquecedora durante a 29ª edição do Minas Trend – Maior Salão de Negócios da América Latina, promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), sempre de portas abertas para a inovação, os melhores negócios da moda e propulsor de novos horizontes. O local da palestra foi o P7 Criativo, primeiro hub de inovação e economia criativa do país, que ocupa os 25 andares de um edifício projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) em 1953, na Praça Sete de Setembro, no Centro da capital mineira.
As cores são agentes da nossa comunicação pessoal com o poder de transmitir o que estamos sentindo e de provocar estímulos em quem nos observa – Dani Lachter
E é essencial democratizar o apoio a uma parcela cada vez maior de pessoas de Norte a Sul do país “É interessante, porque o Brasil, além de muito grande, possui climas diferentes de Norte a Sul. Por esse motivo, sempre trabalho de forma individualizada com cada cliente. Não importa onde ela mora ou qual a sua profissão. O importante é saber utilizar as cores de forma assertiva e coerentes com o seu estilo pessoal e desejos de comunicação, respeitando a sua essência no vestir”, frisa.
O mercado para os consultores de imagem está em plena ascensão! Trabalho na área há sete anos e nunca vi o mercado tão aquecido como no pós-pandemia – Dani Lachter
A Associação Internacional dos Consultores de Imagem (AICI) reúne profissionais de consultoria de imagem do mundo, presente em mais de 60 países e Dani tem uma forte experiência. “A AICI promove o aprimoramento da profissão, o “networking” entre profissionais e a possibilidade de estarmos sempre conectados e investindo em conhecimento na nossa profissão. Temos muitos eventos, palestras e workshops destinados a elevar o nível intelectual dos profissionais. Eu fiz parte da Diretoria da AICI na gestão 2020/2022 e pude vivenciar de perto todo o trabalho da equipe, que trabalha arduamente para fazer da consultoria de imagem e estilo uma profissão cada vez mais valorizada e respeitada”.
E qual majoritariamente é o público que mais procura uma consultoria de imagem? “Principalmente mulheres 35+ em ascensão profissional ou que estão em busca de melhora de autoestima e enxergam na consultoria de imagem uma potente ferramenta”, analisa.
Perguntei ainda à Dani os exemplos de cores que transmitem os mais variados moods em nossas vidas e ela pontua: “Podemos começar falando do pretinho “básico” que, na minha visão de especialista em cores, não tem nada de básico?! É interessante, pois culturalmente aprendemos que preto é neutro, que combina com tudo e com todos. E esse é um dos maiores mitos que existem!” E acrescenta: “Cores muito escuras, como o preto, afastam as pessoas, causando uma imagem de distanciamento e pouca abertura. Em contrapartida, cores claras transmitem abertura e acessibilidade de comunicação. Dependendo da sua área profissional, o preto pode ser uma péssima escolha para a vestimenta, por exemplo! Ele não é para todos os dias e nem para todas as horas. Pode, inclusive, estar comunicando algo que a pessoa não deseja, sem ela saber”.
Explica ainda que “existe uma ferramenta, chamada Análise Cromática, que consiste em avaliar características da pele das pessoas para identificar quais são os tons das cores que mais harmonizam. A metodologia utilizada hoje no mercado é o método sazonal expandido. A partir desse método, chegamos na paleta de cores da pessoa”.
Segundo Dani, “a cor tem um importante impacto na imagem pessoal. Sabendo usá-la a seu favor, você pode mudar a impressão que as pessoas têm de você. Sabemos que a primeira impressão é muito importante e pode ser crucial para uma vaga em um emprego, por exemplo. Vejo que o brasileiro é bastante limitado ao uso da cor na moda, apesar de vivermos em um país tropical e solar. O objetivo do meu trabalho é abrir a mente das pessoas para o uso da cor, mostrando como ela pode mudar totalmente a percepção das pessoas”.
Cor é vida e luz! A principal dica que eu dou é: não ache que preto é básico e que combina com tudo! Procure um profissional de imagem especialista em cores para abrir o seu olhar em relação ao uso das cores – Dani Lachter
Ela também explicou sobre o círculo cromático, muito utilizado na hora de compor ilustrações coloridas, guia para identificar as cores complementares, as análogas e outras combinações harmônicas possíveis. “As cores complementares estão opostas dentro do círculo e combinam muito bem. Alguns exemplos são: amarelo e roxo, rosa e verde, laranja e azul. Geralmente, são looks mais criativos e com ousadia visual. Também é possível usar tons mais suaves, caso a pessoa não queira ousar tanto”, explicou. Já as cores análogas, que estão mais próximas entre si no círculo, são usadas para transmitir uma sensação de elegância”.
“Alguns exemplos são: vermelho com rosa, laranja com amarelo, azul com verde. Claro que também é preciso prestar atenção nas profundidades dos tons para medir o impacto visual que será causado”, afirmou. Os looks monocromáticos, ou tom sobre tom, também são muito elegantes, uma vez que não há muito contraste”.
Ressalta ainda que “eles também alongam a silhueta, pois criam uma linha reta quando olhamos. É muito usado por pessoas mais discretas e que desejam usar cores, mas sem arriscar tanto”, pontuou. Dani também explicou que as cores servem para comunicar mensagens que traduzem a personalidade da pessoa, o estilo pessoal e o humor do dia. “O branco traz acessibilidade e o preto transmite luxo e refinamento. O laranja traduz criatividade e casualidade, enquanto o rosa traz romantismo. Também é preciso estar atento ao ambiente de trabalho em que a pessoa está inserida e quais mensagens ela deseja transmitir”, explicou. A especialista também ensinou sobre tons quentes, mais amarelados, e tons frios, mais puxados para o azul. “Outro ponto importante é pensar nas cores para cabelo e maquiagem. As escolhas, de acordo com tom de pele e outros fatores, podem mudar totalmente a percepção das pessoas sobre a sua imagem”.
“As pessoas passaram a dar valor para a imagem pessoal. A pandemia e o uso expressivo das mídias digitais acelerou esse processo. Hoje, todo profissional tem um canal digital, independente da sua área profissional. Isso implica em cuidar mais da sua imagem, pois sabe-se que do alcance que a internet permite. Apesar de a maior parte do público que busca esse serviço ser de mulheres 35+ em um momento de crescimento profissional, tenho clientes de 18 a 70 anos, mulheres e homens”, nos conta a consultora.
UMA LUPA NA IMAGEM DO BRASILEIRO A PARTIR DO STREET STYLE
Na opinião de Dani Lachter, “o brasileiro ainda é bastante limitado à moda. As pessoas têm muita dificuldade de ousar e isso tem um motivo: por muito tempo o mercado da moda ultravalorizou o “biotipo perfeito, magro e com medidas x”. Hoje sabemos que isso caiu por terra, mas o efeito disso é que as pessoas achavam que moda era para poucos. Mas moda é para todos, porque moda é expressão! Ao mesmo tempo, temos designers de moda incríveis que vem cada vez mais chamando a atenção. O brasileiro é extremamente criativo e autêntico na produção da moda, então acho que o público vem aos poucos entendendo que moda é para todos. As próprias coleções das marcas têm trazido essa percepção, ao trabalhar diversidade e uma abertura maior para as cores. Há pouco tempo atrás, comprar uma blusa lilás era uma luta. Hoje vemos até sapatos e cintos! Estamos realmente mais abertos!”.
Temos um mercado amplo e diverso e cada vez mais nomes de designers brasileiros vem chamando a atenção e ganhando espaço. Na minha visão estamos em um ótimo momento da moda nacional, com marcas ganhando peso tanto dentro, quanto fora do Brasil. Temos matéria prima de primeiríssima qualidade, variedade de materiais e profissionais extremamente autênticos. O resultado disso é uma moda mais aberta e com muita personalidade – Dani Lachter
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