Carioquíssima, solar e com um olhar todo especial para o moda brasileira! Assim vos apresento Marcia Disitzer, nossa nova colunista e parceira do site HT. Envolvida com o universo fashion dos pés até o pescoço, a jornalista embarca na missão de trazer o que há de mais inovador no quesito tendências de moda e beleza para nossos leitores famintos por novidades que estão em voga. E para dar início às boas-vindas a essa grande profissional, batemos um papo pra lá de descontraído, que você confere agora! “Na coluna, que a princípio vai ao ar duas vezes por semana, vamos falar de muita moda e beleza, claro. Tudo com a minha assinatura. Vamos levar um olhar geral de tudo o que está acontecendo nesse movimento”, garantiu. “Eu admiro a Heloisa Tolipan como jornalista, como pessoa e profissional. A gente se conhece há muitos anos e acho a proposta do site incrível. A união vai fazer a força”, adiantou ela, que aproveitou para falar que a moda, além de vestir, também pode servir como base de estudos de uma sociedade.
“Acho que a moda é reflexo do tempo que a gente vive. Ela vai estar sempre ligada às mudanças de comportamentos, aspirações, vontades… enfim, a moda é também uma maneira de se expressar. Antigamente, havia uma grande dificuldade de você usar o que você queria e da forma que você tivesse vontade. A ditadura da moda imperava. Hoje é tudo mais plural. Acho que cabe a cada um mostrar o seu estilo, sua própria moda e ser feliz”, apontou, que ainda pontuou a importância das tendências. “Observando a trajetória das roupas, você acaba identificando um período da humanidade e de um povo. É um retrato total de um tempo”, sintetizou a jornalista.
Marcia é autora de três livros que costuram bem a história da vestimenta contemporânea e, principalmente, no estilo beachwear, sua grande paixão. Além das publicações, Disitzer começou sua carreira no “Jornal do Brasil’, ao lado da também jornalista e consultora de moda Regina Martelli, a quem garantiu dever toda sua carreira, e quem a levou para o jornal “O DIA”, onde permaneceu por 23 anos e entrou como produtora de moda do caderno “D Mulher”. “Eu passei uma vida no jornal O DIA. Eu costumo dizer que entrei lá uma menina e saí uma mulher. Aprendi muita coisa, fiz amizades maravilhosas e amadureci muito como profissional. Acho que conseguimos fazer uma cobertura de moda bacana em um jornal superpopular. Não tem nem como eu enumerar o aprendizado e tantas conquistas incríveis. O jornal não tinha essa cultura de trabalhar com moda e foi um desafio inacreditável e inovador para eles também. A gente sempre buscou fazer matérias e editoriais antenados com tudo aquilo o que estava acontecendo. E acho que conseguimos cumprir bem esse papel”, disse ela, que, apesar do sucesso como jornalista de moda, garantiu que demorou para direcionar seu futuro profissional na época de faculdade.
“Quando eu era bem mais jovem e tive que escolher uma profissão eu fiquei dividida entre História e Jornalismo, mas acabei optando pela Comunicação. E no segundo período da faculdade eu comecei a trabalhar com figurino de teatro, porque eu descobri que queria trabalhar com moda. Na época, tinha uma grande amiga do meu então namorado, a Biza Vianna, e acabei me tornando assistente dela. Comecei a trabalhar com o tema ali e me apaixonei por moda. A partir disso, fui convidada pela Regina para trabalhar como produtora de moda da Revista de Domingo do JB, e foi então que eu liguei as pontas e descobri que dava para trabalhar com moda e jornalismo”, recordou ela.
Assim como o mundo das passarelas, o jornalismo também vem passando por grandes transformações com a evolução da tecnologia digital. Segundo ela, o olhar imediatista do consumidor, seja ele de informação ou de tendências, vem mudando os rumos do processo de criação de ambos setores. “Apesar de todas as mudanças que a profissão vem passando, eu acho que elas são sempre positivas. É uma questão também da gente entender que sempre vai ter espaço para o bom jornalismo e o bom jornalista. O que a gente faz é contar histórias, né? A possibilidade de ouvir as pessoas, relatar e compartilhar com o mundo é incrível. Sempre haverá um público. Eu sei que é um momento delicado de transição, onde nenhum de nós sabe o que vai acontecer, mas estamos aqui firmes e fortes”, concluiu.
Já no mundo da moda, a chegada das redes sociais e toda a facilidade de alcançar novas informações, está fazendo o calendário das Fashion Weeks se modificarem. Com isso, surge o sistema intitulado como see now, buy now, no qual o consumidor aplaude as coleções nas passarelas e no dia seguinte já pode comprá-las nas lojas. Segundo Marcia, o sistema é uma realidade, mas ainda é preciso ter mais conhecimento para se bater um martelo sobre seu êxito. “O conceito vem chegando aos poucos. Por conta de tanta informação e o desejo gerado através das redes sociais, que todo mundo tem acesso a tudo muito rapidamente, o consumidor observa aquilo, mas não pode ter. Seis meses é, de fato, um período muito longo. A revolução da comunicação está transformando também este calendário da moda. A vida está muito imediatista. Se esse conceito vai funcionar, eu ainda não sei, mas acho que quando começar a encarar essa prática é que vamos saber”, avaliou ela, que negou ser uma consumidora muito exigente com essa espera de calendário. “Eu sou uma consumidora bem calma. Eu adoro roupa vintage e o meu consumo é uma outra onda. Desde nova eu sou ligada ao vintage, gosto muito da roupa com história. No meu dia a dia eu sou bem básica, eu amo vestidos. Acho que é uma é peça curinga e elegante, além de muito prática”, disse.
Ela, que também dá aula de pós-graduação em Marketing e Comunicação de Moda, no IED (Instituto Europeu di Design), entregou ao HT qual desfile considera o mais inesquecível. “O desfile da Blue Man, no Fashion Rio de 2003 foi fantástico. Na época, o David Azulay (1953-2009) fez um desfile lindo que levou o funk carioca para a passarela, sob direção da Bia Lessa, representou muito o Rio de Janeiro. Tanto pelo David, que revolucionou a moda praia, e que traz essa eferverscência carioca que a gente gosta e o mundo todo olha para cá em busca disso, quanto pela questão musical e artística do evento. Engraçado que esse ano na Rio Moda Rio, eles trouxeram o Dream Team do Passinho, dando referência à aquele desfile. Mas imagina isso em 2003 que o funk não era esse ritmo pop? Foi um burburinho só. Também não posso esquecer do desfile da Lenny Niemeyer, em 2012, na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde ela comemorou 20 anos de marca, e do desfile/coleção que a Salinas fez em homenagem a Carmen Miranda. São três representantes da moda praia que admiro”, ressaltou ela, que também declarou seu amor aos dias de sol. “Me interesso muito por esse assunto, até porque eu sou uma praieira nata. O meu dia fica muito mais bonito quando tem sol e luz. Eu amo praia. Além de ser um lugar democrático de total confraternização traz muita energia positiva”, entregou Marcia.
Sobre suas publicações, a jornalista lançou o livro “A Moda Como Ela É” (2006), que divide autoria com Silvia Vieira, no qual apresenta entrevistas com vários estilistas brasileiros. Já em 2009, escreveu um livro com Lenny, intitulado “Delícia Receber”, que ensina o leitor a ser um bom anfitrião, já que a estilista é famosa por dar as melhores festas do Rio e seu terceiro e não menos importante livro “Um Mergulho no Rio” (2012), que fala de moda praia e comportamento carioca. Por fim, segue em processo de produção no “Potência Popular Carioca” sobre moda além da Zona Sul, incluindo comunidades, Zona Norte e Zona Oeste da cidade. Para acompanhar as novidades da jornalista e da moda é só ficar antenado aqui no HT!
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