*Por Marcia Disitzer
O paraíso chegou à Gávea. Thomaz Azulay e Patrick Doering da The Paradise receberam na semana passada amigos, clientes e quem quisesse chegar para o lançamento da segunda coleção criada pela dupla, apresentada no Rio Moda Rio, em junho. Seis estampas-desejo estão distribuídas entre camisas, vestido, curtos e longos, calças e saias. E a cereja do bolo é mais do que especial: uma coleção de joias, chamada The Paradise + LSD, feita em parceria com Lydia Duarte, mãe de Thomaz.
“São peças de prata e cristal, grandes e geométricas, Anéis, brincos e um supercolar que no desfile virou um acessório da calcinha do biquíni”, conta Thomaz, que está amando trabalhar pertinho da mãe. Na década de 80, Lydia criava joias de cristal e zircônia colorido que eram vendidas na Yes, Brazil, de Simão Azulay (1953-2009), pai de Thomaz. “Eu e o Patrick somos loucos por joias. Quando eu era pequeno, grudava na minha mãe para vê-la se arrumando e escolhendo colares, anéis e brincos. Acabei a convencendo a voltar aos 60 anos”, comemora. Thomaz ressalta que Lydia é a sua fã número 1: “Ela baba, se emociona. E tudo que a gente cria e que faz a cabeça dela, ela ama usar”.
Thomaz, que tem o DNA da moda carioca correndo no sangue, acredita que o Rio está recuperando o fôlego. Recentemente, encontrou uma entrevista de 2008 de seu tio, David Azulay, fundador da marca Blue Man, em que ele declarava que o que estava faltando ao Rio era “um estilista gay arrebatador” (ao jornal O DIA, para a autora destas linhas). “Ele falava sempre isso e eu concordo. Não precisa ser gay. Mas a moda carioca ficou sem figuras excêntricas, que eram referências na época do meu tio. A cidade ficou sem as personas. Mas não sei se estou ocupando este posto”, diz Thomaz. “Existe uma safra de pessoas muito criativas, que fazem parte de uma geração abaixo da minha. Agora acho que o Rio vai dar uma injetada de ânimo na moda nacional. O Rio nunca deixou de ser o centro de criatividade do Brasil, mas perdeu o posto de business para São Paulo”, analisa.
Na The Paradise, criada há dois anos, Thomaz e Patrick trilham um caminho menos acelerado para desenvolver suas coleções. “Hoje as pessoas recebem novidades de todos os lados. Não dá para absorver tanta informação. A gente prioriza o processo criativo. Do contrário, perde-se a essência. E nós fazemos moda de corpo e alma”.
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