Marcia Disitzer bate um papo com a carioca mais francesa de Paris, a stylist e blogueira Paula Rita Saady: “A francesa é mais feminista e a brasileira é mais feminina”


Expatriada por conta do amor – ela é casada com um francês, com quem tem duas filhas -, Paula se dedica ao blog Paris Me Chama, e organiza imersões para marcas, blogueiras e profissionais de moda em Paris, tour batizado de Fashion Day. Vem ler o papo e se encantar com as fotos do editorial exclusivo produzido pela nossa personagem, com cliques de Robert Schwenck e beleza de Ozzi Alves

*Por Marcia Disitzer

Morando em Paris há oito anos, a blogueira e stylist carioca Paula Rita Saady conhece todas as trilhas da moda na Cidade Luz. Prova disso é o seu blog, ‘Paris me chama’, que nasceu em 2013 como coluna, hospedada dentro da revista ‘Glamour’. No final de 2014, o blog passou a ser independente e Paula continuou a compartilhar com seus leitores dicas imperdíveis de Paris. “Escrevo sobre turismo fashion. Mas nada de roteiros básicos, mostro Paris com o olhar de quem ama moda”, explica.

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Paula Rita veste Yanina Couture (Foto: Robert Schewnck)

Navegando no blog é possível encontrar shootings incríveis, em que Paula é a stylist e também a modelo, endereços de brechós e ateliês, os bares e restaurantes do momento e lançamentos de beleza. “Procuro sempre fotografar em regiões descoladas da cidade e contextualizar o ‘look du jour’”.

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Além do blog, ela organiza imersões para marcas, blogueiras e profissionais de moda em Paris, tour batizado de Fashion Day. “Faço uma consultoria totalmente customizada. Agendo visitas em ateliês exclusivos, levo a exposições, apresento as butiques vintages de luxo”, enumera Paula Rita, que tem entre os seus clientes a estilista Irma Alves da recém-inaugurada marca Fib.Store, no Fashion Mall.

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Paula Rita veste Yanina Couture (Foto: Robert Schewnck)

Ela ainda encontra tempo para atuar como embaixadora de projetos sociais ligados à moda. “Atualmente, estou divulgando o Projeto Akra, capitaneado pelo designer goiano radicado na Bélgica Samuray Martins. Ele desenvolve, em parceria com artesãos de comunidades do Maranhão e da Bahia, acessórios feitos com a fibra do buriti”.

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Paula começou a trabalhar com moda há 15 anos, como modelo. Em seguida, tornou-se stylist, assinando campanhas e catálogos, e graças ao seu bom humor e personalidade, encarnou a icônica personagem Entrevistadora de Maiô, no site Gema.TV, do qual foi uma das fundadoras. O amor a levou para Paris em 2007.

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Paula Rita veste Sandra Mansour (Foto: Robert Schewnck)

Lá ela se casou com Philippe Chalem, com quem teve duas filhas, Gala, 8 anos, e Ruby, 3. “Por isso, no blog sempre dou dicas para as mães em Paris”, diz Paula, que compara: “Na França, a mãe coloca a mão na massa, não existe o costume de ter alguém para ajudar. Nunca ouvi falar de babá para recém-nascido. Quando a criança cresce, a primeira opção é sempre a creche. E as babás não usam uniforme. A sociedade francesa não gosta de uniforme, nem na escola tem”. Depois de trabalhar na revista “L’Officiel”, Paula tornou-se personal shopper na Cidade Luz até lançar o blog, escrito em português e francês.

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Apaixonada por Paris e pelo Rio, ela destaca os pontos fortes da francesa e da brasileira. “A francesa não segue moda. Ela se preocupa, em primeiro lugar, com a qualidade do tecido. E faz muito esforço para parecer que não fez esforço algum. Já a brasileira se esforça para mostrar que se esforçou. E se cuida muito mais. A francesa é mais feminista enquanto a brasileira é mais feminina. E é isso que encanta o mundo inteiro”.