Chegou ao fim mais uma edição da Casa de Criadores. A temporada, que comemorou duas décadas de sucesso do evento idealizado pelo jornalista André Hidlago, terminou na última sexta-feira, 12, com grandes apresentações. Na passarela, foi a vez de Gustavo de Carvalho, Ale Brito, Heloisa Faria, MRTNS e da parceria Fila por DerMetropol desfilarem suas criações para o Verão 2018. Por lá, o que vimos foi atemporalidade, estilo e, mais uma vez, a preocupação ambiental invadindo o mundo fashion.
Para abrir o último dia de desfiles, o estilista Gustavo de Carvalho apostou em um vídeo performance como apresentação. A ação do designer foi carregada de protesto para dar luz ao movimento de aceitação das minorias. Depois de Gustavo de Carvalho, foi a vez de Ale Brito ocupar a passarela da Casa de Criadores. Com uma coleção atemporal, versátil e utilitária, o estilista apostou em modelos que não fossem datados de acordo com as tendências da estação. Com essa proposta, Ale trouxe um olhar pós-apocalítico acompanhado de uma alfaiataria desconstruída. Na prática, a coleção apresentada tem os casacos longos com shape trench coat como peças-chave da coleção.
Seguindo o line-up, foi a vez de Heloisa Faria desfilar sua experiência veterana na Casa de Criadores. Nesta temporada, a estilista propôs um encontro de caminhos, que foi traduzido por Heloisa através de linhas. Nos modelos, além das formas destacadas, a designer também apostou em cores fortes e no uso da técnica upcycling. Atenta às questões ambientais, Heloisa Faria incorporou a sua coleção a tecnologia 100% Amni Soul Eco do Rhodia, que permite a biodegradação da peça ao fim de sua vida útil. A novidade representa, em números para o meio-ambiente, uma redução de 90% do tempo de decomposição dos materiais. Enquanto antes uma peça poderia demorar até 30 anos para sumir na natureza, com essa tecnologia, a estimativa é que dure apenas três anos.
O beachwear de Marcelo Martins também ganhou espaço na passarela desta edição da Casa de Criadores. No evento, o estilista apresentou os novos modelos de sua grife, que trouxe elementos dos anos 1980, como cavas altas e ombreiras. Para o desenvolvimento da coleção número 3 da MRTNS, Marcelo se inspirou na musa Nikitta e trouxe Guy Boudirn, Klaus Mitteldorf e René Gruau como referências. O resultado foram looks que tinham as cores preto, vermelho e branco como destaque, os shapes mais oitentistas e muito glamour em forma de brilhos e metalizados.
Por fim, para fechar com chave de ouro a 41ª edição da Casa de Criadores, uma parceria estelar ocupou o catwalk do evento. Lá, Mario Francisco da DerMetropol apresentou sua coleção feita com a grife esportiva italiana Fila. A collab inédita que revelou bons frutos do streetwear fashion encantou o público em modelos que revelavam claramente a identidade de ambas as marcas. Nesta parceria, as grifes lançaram modelos para homens e mulheres que tiveram as cores da Fila, marinho, vermelho e branco, como elemento em comum nos looks.
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