E tem label celebrando história na passarela! Há duas décadas incorporando em suas peças a criatividade e identidade, com um handmade que se perpetua como marca registrada, a Dress To brilhou muito com seus bordados, crochês e estampas exclusivas no ID:Rio Festival, multiplataforma que faz a sinergia entre moda, capacitação, empreendedorismo, feira de design, jornada de conhecimento, gastronomia e música impulsionando a energia criativa do Estado do Rio de Janeiro. Representando uma moda solar, a grife que nasceu em Niterói e tem Thatiana Amorim como sócia-fundadora e diretora criativa, levou para a passarela memórias afetivas revisitadas com um olhar contemporâneo. “Fizemos um compilado dos 20 anos de Dress to. A coleção se chama ‘Tempo’, então revisitamos estampas, modelagens e trouxemos uma releitura para esse momento atual. Isso é muito latente, é o fio condutor dessa temporada: revisitar a nossa história e trazer à tona as estampas e modelagens mais icônicas. A gente carrega aí uma coleção fluida, com tecidos naturais e nosso artesanal também presente em muitas peças”, detalha.
A criatividade do Brasil vem muito dessa coisa do manual que a Dress to tem muito essa veia manual. Toda coleção a gente carrega isso nos nossos bordados, crochês, em peças que praticamente se tornam únicas e exclusivas, então acho que esse é o grande diferencial da nossa criativa do brasil, fora essa alma solar que o Brasil tem, essa coisa do nosso colorido – Thatiana Amorim
“A minha sensação nesse desfile foi a de proporcionar e devolver para a minha cidade todo o carinho que a gente vem recebendo ao longo desses 20 anos. Acho que foi importante ter esse início de passarela em Niterói, abrindo um desfile no qual a gente tinha esse mix de ser uma grande marca com uma relevância hoje Brasil, e estar desfilando ao lado de recém-formados estudantes de moda. Acho que isso também traz uma importância socialmente dizendo, de abrirmos um desfile no qual estão presentes outros novos e futuros designers e empreendedores acontecendo junto com a gente”, celebrou, em conversa ao site.
Ela aproveita para recordar o caminho até aqui. “Sempre fui muito curiosa, desde nova quis ter minha independência financeira, queria ter coisas que meus pais talvez não pudessem me dar. Então fui trabalhar em loja muito cedo e comecei a perceber o comportamento humano, o consumo e tive essa veia comercial. Acho que por isso a Dress to tem muito isso do comércio, eu tenho um olhar para o produto já pensando na ponta que é o cliente. Penso no que ele quer encontrar dentro da loja, em qual é o seu desejo. Isso me fez ter uma visão diferenciada, começar de trás para a frente, entendendo primeiro o cliente. Depois cursei faculdade de moda na Candido Mendes, fui da primeira turma da do Rio de Janeiro. E fiz as primeiras feiras, Mercado Mundo Mix e, logo depois, a Babilônia Feira Hype, aprimorando mais essa conexão com o consumidor final. Ali eu tive contato com compradores das grandes marcas e, consequentemente, comecei a ser uma fornecedora deles. Quando eu conheci o Rodrigo (Braga), meu marido, ele veio a ser meu sócio e juntos abrimos as lojas de varejo e posteriormente franquias”, diz, sobre o empreendimento que hoje conta com 33 lojas próprias, 15 franquias e mais de 600 pontos de multimarcas espalhados pelo Brasil.
A designer da label fala da conexão com o consumidor nos novos tempos: “O contato físico com a clientela, além das redes, é muito importante, mas com toda a tecnologia e pandemia, foi preciso investir em novas formas de aproximação que não fosse apenas o contato direto. Começamos a fazer lives mensalmente com temas diferente para apresentar a coleção e para interagir com a cliente. Criamos quiz com presentes especiais como recompensa e pedimos para participarem com perguntas pelo Instagram, por exemplo. Está sendo um sucesso desde a pandemia. Nas redes sociais trouxemos mais a realidade, humanizamos o nosso Instagram, e nossa equipe interna para criar conteúdos, mostramos mais o backstage, como a criação de uma campanha ou a criação de uma estampa, produto. A cliente hoje quer ver o que tem por trás, não basta apenas mostrar a campanha e produto prontos. Os interesses mudaram, elas pedem para ter acesso a quem fez, a quem faz e principalmente ao processo”, observa Thatiana.
Com a chancela de quem nestes anos todos se dedicou ao cenário da moda brasileira, ela faz um balanço: “Uma das maiores dores de empreender é a economia instável, mas de fato é a minha cachaça! Amo o que faço, já faz parte do meu DNA, ainda mais que mexemos com vários canais de venda, como atacado, varejo e site. Então, já entendemos isso. Agora outra dor que temos é captação de mão-de-obra, a gente sofre com isso, precisamos estar sempre capacitando. Acho inclusive, que precisamos estar mais atentos neste sentido, talvez trazendo uma formação. Me inspiram os desafios do dia a dia, de criar uma campanha, um novo produto e oferecer algo que o cliente se surpreenda e se emocione”.
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