Era final de 2014 quando o mercado da moda ficou mais agitado que marginal paulistana às 18h30: havia chegado a notícia de que André Lima teria encerrado as atividades da marca que levava seu nome após 15 anos. O motivo? À época, disse que queria explorar diferentes “possibilidades criativas”. Ele chegou a despachar seu acervo de 700 vestidos para a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), o Museu de Arte do Rio (MAR), a Faculdade Anhembi Morumbi e a Universidade Federal do Pará. Quase dois anos depois, HT, que acompanha os passos de André há anos-luz, o encontrou para um bate-papo. Sua labuta atual? A NU, nova marca do grupo Hope, que vem com linhas de moda praia e fitness, lançada no começo de dezembro de 2015. “Eu estou muito feliz porque acho que, hoje, é realmente o momento do beachwear”, nos disse.
E, já que ainda é verão – os termômetros só aumentaram nessa reta final de estação -, quais as dicas ideais para saracotear pelos balneários com estilo e glamour? “Para mim, basicamente, a tendência é descombinar. O importante é você não combinar a parte de cima com a de baixo, não se editar, não se levar a sério. Misturar partes que se contrastam, e claro, colocar uma peça por cima – que tenha uma outra linguagem – para sair da praia”. E ele explica os motivos da análise. “Hoje em dia, a roupa de praia se mistura a roupa de academia, que por sua vez, se mistura a roupa do dia a dia. Essa coisa de achar que ter uma separação entre modas está errada. Use body de praia com calça para reuniões de trabalho, sutiãs de praia com blazer e calça de alfaiataria. Vale isso”.
Palavras de quem não acha que a moda enfrenta uma fase de crise com a recessão econômica que atinge o Brasil. “É o momento da valorização das marcas brasileiras. Essa história do dólar estar altíssimo é maravilhosa para a gente, porque, realmente, agora as pessoas vão começar a consumir novamente as grifes do nosso país”, opinou. Quando questionado sobre a falta de um plano nacional da moda como analgésico para todo problema, André Lima se mostra em concordância. “Além disso, o momento é mostrar as coleções perto de elas serem consumidas. Acho que essa coisa seis meses antes, em tempos de internet, não dá mais. Tem que ser na hora: mostrar e vender”. Assim como vem fazendo desde que assinou com a Hope.
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