A Fashion Week chegou ao coração da Itália. Milão, considerada pelos fashionistas a cidade mais fervida da Itália, teve uma semana de grandes desfiles com clássicos italianos como Bottega Veneta, Dolce & Gabbana, Gucci e outras grifes famosas como Prada, Moschino, Versace, Emilio Pucci, Ralph Lauren, Roberto Cavalli, Armani e muito mais. Teve homenagem à Itália, estampas geográficas, mistura de estilos e até desenho animado. Confira abaixo tudo que bombou nos melhores desfiles e peças que prometem ser tendência nos guarda-roupas das mais antenadas nas próximas estações.
Prada
A marca mesclou estilos na passarela. Peças tipicamente femininas e masculinas se misturavam perfeitamente. Entre conjuntos de saias e casacos folgados com listras e xadrez, abotoamentos duplos, calças retas e gravatas sobre vestidos e casacos, vinham os tons pastel, luvas, broches e, nos pés, sapatos Mary Jane com tornozeleiras metalizadas. Aliás, Miuccia Prada abusou da tendência, com direito até a batom dourado na boca das modelos, com make assinada pela renomada Pat McGrath. Brincos enormes, tailleurs vintage, camisas com tecidos fluidos e vestidos cheios de transparências também cruzaram a passarela. Os casacos eram soltos e a grande variedade de cores chamou a atenção. Blusas com estampas chamativas, saias que cobriam os joelhos e jaquetas também são parte da coleção primavera-verão. A grife ousou ao misturar couro, vinil e camurça em uma pegada futurista com ar retrô. Coletes de tricô supercoloridos combinavam com óculos espaciais. Listras, casacões peludos, bordados, tiras metalizadas, botas brancas até o joelho e faixas assimétricas também desenharam a coleção.
Um dos grandes nomes da moda, com prestígio internacional, a grife terminou seu desfile com muito floral e lantejoulas brancas com pontos de cor. Uma mistura de tudo e com sucesso, de um jeito que só Miuccia poderia fazer.
Versace
A locação futurista com luzes azuis e douradas, música “Transition”, feita especialmente para o Dia Internacional da Mulher, e detalhes minimalistas já deu uma ideia do que estava por vir na passarela de Donatella Versace. A mulher forte da marca veste peças com modelagens estruturadas, usa militarismo com comprimentos curtos, pernas de fora e recortes poderosos e transita entre estampas ao abusar do animal print – principalmente onça. Modelos como Behati Prisloo, Gigi Hadid, Carol Trentini e Raquel Zimmermann mostraram o corpo em transparências e fendas e vestiram peças poderosas de couro recortado a laser. O contraste ficou por corta da alfaiataria ampla, mas a fenda continuou presente. Além disso, vestidos curtos e justos, alcinhas finas e tiras de tecido cortadas a fio marcaram a coleção.
Gucci
Se pudéssemos resumir a coleção da grife italiana em uma palavra essa seria: estampa. O desfile, na antiga estação de trem Scalo Farini, trouxe peças decoradas com cobras, pássaros e flores, mas o destaque ficou por conta dos “mapas psicogeográficos”. Inspirado pela obra “Carte de Tendre”, da escritora francesa Madeleine de Scudéry, em 1654, o estilista Alessandro Michelle estampou o mapa de uma terra imaginária chamada Tendre, que representa um caminho em direção ao amor, na maioria das peças da temporada. Além disso, imagens do Egito antigo e padronagem oriental também viraram elementos da primavera-verão da Gucci. Até mesmo a passarela foi decorada com desenhos de flores, cobras, pássaros e peixes. As modelos desfilaram tops, seda estampada, laços, vestidos de chiffon esvoaçantes e grandes decotes.
Crochês, couro de cobra, faixas coloridas e bordados em relevo nas gravatas também marcaram a coleção. Os terninhos femininos tinham desenhos ousados, como bocas sorridentes, joaninhas e abacaxis. Além disso, óculos grandes, boinas brilhantes, luvas douradas com braceletes, bolsas de mão e a clássica faixa diagonal da Gucci marcaram o desfile. Nos pés, a tendêcia de saltos bloco altos com cara de anos 70 continua firme e forte.
Na fila A, quem assistia eram as poderosas Charlotte Casiraghi, Bianca Brandolini e a atriz Salma Hayek com o marido François-Henri Pinault, CEO do grupo que controla a Gucci.
Moschino
A divertida Moschino desfilou, novamente, a coleção mais temática da temporada. Depois de homenagear a Barbie, o Bob Esponja, os personagens do Looney Toones e até o McDonald’s, o estilista Jeremy Scott dividiu as estampas entre as personagens do desenho animado Meninas Super Poderosas e a sinalização de trânsito. E parou a passarela com looks cheios de penas, volumes e peças com frases divertidas como: “Perigo: costura perigosa à frente” e a placa “Pare” com a palavra substituída por “Compre”. Além disso, modelos caricatas vestiam tailleurs fluorescentes, looks metalizados de mecânica, bijuterias-ferramentas penduradas nas cinturas e vestidos com franjas plásticas que remetiam aos rolos gigantes de lavar carros em postos de gasolina. Aliás, os lava-rápidos foram praticamente remontados na passarela, com direito a luzes de trânsito e bolhas de sabão. As clutchs também entraram no clima, remetendo a cones e capacetes.
Fendi
A primavera-verão da Fendi teve peças cheias de texturas, como rugas, pespontos e relevos. As modelos cruzaram a passarela vestidas em roupas de modelagens largas, como mangas infladas, calças jeans de cintura alta com cavalo baixo e amarração na barra, shorts com elásticos na perna e elementos volumosos. Drapeados, couro e estampas de cobra também estiveram presentes na nova coleção. O contraste ficou por conta da mistura entre as golas altas e o colo à mostra. Na paleta de cores, tons de vinho e rosé. Os sapatos eram cheios de detalhes e amarrações.
Ralph Lauren
A linha mais luxuosa da marca apresentou a nova coleção no Palazzo Ralph Lauren, na via San Barnaba. Com novas combinações de cores e técnicas de fabricação resultando em peças elegantes e formais, a grife abusou de couro, recortes estratégicos e estilo navy. As jaquetas com ares de borracha combinavam perfeitamente com camisas e conjuntos todos em seda fizeram sucesso. Muito branco, bege, vermelho e navy marcam a “Collection Spring 2016” da Ralph Lauren.
Bottega Veneta
A coleção da marca que, desde a sua fundação, criou um novo padrão de luxo, com trabalho manual inspirado em artesãos, trouxe um estilo eclético e livre na primavera-verão 2016. “Para mim, estar ao ar livre é uma prioridade. Quanto mais oportunidades de sair de um ambiente urbano, melhor. Esta coleção começou ao ar livre, em trilhas, velejando, na natureza”, explicou Tomas Maier, diretor criativo. Os tecidos formam composições excêntricas que misturam o romântico e o técnico e trazem detalhes como cordas, ganchos, cadarços frouxos e ilhoses. Velas de barco são inspiração de vestidos volumosos e assimétricos. As bolsas desestruturadas contam com acabamentos de cordas de couro e peles exóticas. De acessórios, joias de prata com aparência envelhecida e peadras como turmalina e quartzo fumê e óculos em formato de gatinho. Nos pés, modelos desfilaram flats de couro, espadrilles e tamancos de plataforma de amarrações.
Dolce & Gabbana
Com peças que remetiam à Itália turística, com estampas de gôndolas venezianas, flores e até um look com os dizeres “Italia is love” bordado, os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabbana investiram forte na referência “souvenir”. Para isso, usaram referências de cartazes de viagem vintage divulgando Capri, Roma e outros destinos paradisíacos, lojinhas de rua e fotos das eternas estrelas italianas Sophia Loren, a quem dedicaram um batom, Anna Magnani e Claudia Cardinale. A ideia é que as roupas da coleção tenham cara de lembrancinhas compradas em viagens pelo país. As peças tinham rendas, listras navy, estampas de lenços, limão siciliano, estátua de David de Michelangelo, torre de Pisa, claras referências ao turismo. A bolsa em forma de câmera fotográfica não deixava o clima de viagem se perder nem um minuto durante o desfile.
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