Famosos na Fenim Fashion, Gramado: com celebridades, a 18ª edição do evento se consolida como sucesso!


Com moda de qualidade, a feira recebe o estilo slim de Carlos Casagrande, o sportswear de Felipe Tito e a visão empresarial de Naldo, mas é brejeirice da Mulher Moranguinho que causa rebuliço!

A 18ª edição da Fenim Fashion, realizada em Gramado (RS) pela Expovest, fechou com o pé direito. Mesmo com o calor avassalador que tomou conta do Brasil, inclusive da serra gaúcha, com convidados e expositores suando em bicas nos pavilhões do Serra Park, cerca de 24 mil compradores de todo o país (e vários do exterior) compareceram para conferir as novidades do inverno 2014 que estarão nas lojas após o carnaval, comprovando que, apesar da forte crise, existe mercado para coleções focadas na realidade comercial. Durante quatro dias, centenas de expositores de mais de duas mil marcas importantes no atacado ofereceram produtos antenados com aquilo que foi visto nas coleções de ponta (nas semanas de moda de outubro e novembro) e quem pensa que as vitrines e araras só tinham produtos básicos, se engana. Cada vez mais se observa a preocupação do setor atacadista de desenvolver moda de boa qualidade, seguindo a cartilha de tendências. Por isso mesmo, o número de participantes cresceu, com maior ênfase no segmento masculino.

Entre os destaques, Alpelo, Aishty, Malharia Nacional, Ton Age, Naraka e Wool Line (no feminino), APA, Camelo, Breda, Enzo Milano, Fasolo, Fishermen, Pierre Cardin, Spring e Raffer (no masculino), Gangster, Pacific Blue, Nicoboco, Occy, Red, Sawary e Rock & Soda, Skinjeans e Zune Jeans (no sportswear) marcas que, se nem sempre são conhecidas do grande público, fazem sucesso entre os lojistas, ávidos pelas novidades que fazem diferença na receita de suas lojas.

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Fotos: Divulgação

De uma maneira geral, os expositores saíram satisfeitos, comemorando melhores vendas que nos outros eventos paralelos de janeiro, acentuando que é providencial a combinação de boas coleções apresentadas com a estratégia dos organizadores da feira de viabilizar a viagem dos compradores. “O evento investe em cerca de 1,4 milhão de reais em custos de hospedagem para os lojistas convidados e a rede hoteleira local fica em polvorosa. Investir nos visitantes e em serviço é essencial, já que o dono de loja é o foco”, afirma Julio Viana, diretor da Expovest. Isso se reflete no resultado. Por exemplo: Milton Petry, diretor da Enzo Milano, de Ivoti (RS), afirma que houve um crescimento acima do esperado na feira, reiterando que o fato de não trabalhar com tecidos pesados em sua moda masculina colabora com o sucesso atingido. Ele investe em novidades, como os tricôs muito leves com optical prints e em conjuntos de paletó e bermuda slim, desestruturados em linho amassado. “Costumamos pesquisar em feiras no exterior como a Pitty Uomo, em Florença, e em metrópoles como Barcelona, e detalhes como as golas-xale estão na ordem do dia. Nossa moda contemporânea é caminho para o sucesso”, alega Petry.

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Aliás, as modelagens mais slim foram praticamente unanimidade entre os expositores masculinos. A tradicional Camisaria Breda, com mais de 50 anos de estrada, lançou uma linha de camisas sociais, pólos e jeans assinada pelo ator Carlos Casagrande, que acompanha diretamente o processo de criação. “Como morei muito tempo fora quando era modelo, sou ligado em moda e sempre ofereço muitas ideias. Por exemplo, adoro os detalhes na gola das camisas e essa manga mais sequinha. E a modelagem do jeans dá até para fazer ioga”, brincava o bonitão durante a entrevista.

Adriana Breda, diretora comercial da empresa, faz coro com o artista: “É a primeira vez que licenciamos alguém, mas a verdade é que o público se identifica com Carlos. Ele representa uma produção de 200 mil peças/ano dentro do nosso total de 2,2 milhões”. O diretor de negócios Keler Breda completa: temos 8500 pontos de venda no Brasil, e, embora ainda continuemos a oferecer aquelas modelagens mais amplas, para aqueles clientes clássicos, cada vez aumenta mais a demanda por esse shape mais seco que é representado pela imagem do Casagrande. Essa tendência é mundial e podemos constatar isso em grifes como a italiana Armani e a britânica Thomas Pink.”  Naturalmente, o recente boom da Dudalina, que ganhou visibilidade com a inclusão de linha feminina e com a maciça abertura de lojas de varejo, tem contribuído para a renovação do setor. Coleções femininas em tecidos sobres, modelagens premium e cores modernas predominaram na Fenim, disputando espaço nas araras junto com as peças masculinas, também sob novo lay out.

Carlos Casagrande: aposta em modelagem slim para os homens (Foto: Divulgação)

Carlos Casagrande: aposta em modelagem slim para os homens (Foto: Divulgação)

Já as vendedoras da Mochine, empresa de modinha situada no Brás paulistano, estavam felizes. Comentaram que as vendas estavam a pleno vapor, enfatizando que os moletons em cinza mescla arrebentaram nas vendas. Bem verdade que cada um chamava a atenção como podia. O estande da Naraka Jeans ficou apinhado de gente por conta da meteórica passagem de Ellen Cardoso, a Mulher Moranguinho. Claro que morango é eufemismo para um fabuloso par de melões no peito e um traseiro digno de uma jaca dura. Atrasada para a coletiva de imprensa, mas embalada a vácuo em um denim, foi direto para o estande da marca e, na frente da multidão de curiosos, posou para fotos, distribuiu beijinhos e ofereceu sua avantajada salada de frutas para o desfrute da rapaziada. E, quando um expectador mais assanhadinho perguntou se ela era mesmo moranguinho, prontamente respondeu: “Morangão, meu amor!”, ressaltando ainda que precisava lubrificar a fruta para poder caber dentro daquele jeans selvagem.

Ellen Cardoso, a Mulher Moranguinho, levou a salada de frutas inteira para a Fenim Fashion (Foto: Divulgação)

Ellen Cardoso, a Mulher Moranguinho, levou a salada de frutas inteira para a Fenim Fashion (Foto: Divulgação)

Aliás, celebridades não faltaram na Fenim. Caio Castro e Sabrina Sato compareceram como garotos-propaganda em fotos de campanha. E, ao vivo, além de Casagrande e Moranguinho, deram expediente o ator Felipe Tito, de “Amor à Vida” (cuja entrevista exclusiva você confere na seção Gente & Badalo), e o cantor Naldo Benny, que posou para a campanha da marca de jeans Gangster. Bem articulado, soube marcar presença na entrevista coletiva e afirmou que, em breve, vai lançar no mercado sua própria linha assinada, a Benny, junto com a grife na Fenim São Paulo, em junho.

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Mas, quem esperava uma profusão de produtos nas cores do Brasil, desenvolvidos para pegar carona na Copa do Mundo, pode ter se decepcionado um pouco. Não que não houvesse estandes com coleções específicas no tema. Ao contrário. Mas essa não foi a principal tônica do evento, onde predominaram mesmo as principais influências das passarelas. Looks em prata, por exemplo, abundavam. Mesmo assim, havia um aroma de Copa pelos corredores e entre alguns expositores pontuais. Rosane Melo da Silva, da Ana Rosa, já tinha fechado 50% do planejamento de vendas no segundo dia de Fenim com sua coleção de abrigos e coletes voltada para o campeonato esportivo, nas cores da bandeira do Brasil. Na mesma levada, A Lupo lançou uma coleção de cuecas da sorte, tendo Neymar Junior como garoto-propaganda. E, para fugir do lugar comum, Isabel Cesare, proprietária da Feito Flor, investiu em uma linha de camisetas femininas com fotografias dos principais sightseeings do país, assinadas pelos fotógrafos Denis Ferreira Neto, de São Paulo e Luiz Robson Achutti, de Porto Alegre. “As marcas estão lançando aqui linhas da Copa do Mundo dentro de uma visão madura, tendo em vista oportunidades de negócios, mas nada oportunistas”, observa Solange Motta, assessora da feira.

Julio Viana completa que o caminho para o sucesso da Fenim é também trabalhar com uma equipe enxuta, mas que conhece toda a dinâmica de negócios: “Tenho um contingente fixo de 15 pessoas, enquanto a Couromoda opera com 280”, afirma. E, enquanto começa a contabilizar os números para as próximas edições da Fenim Nordeste (de 27 a 29 de maio no Centro de eventos do Ceará, em Fortaleza) e Fenim São Paulo (de 14 a 16 de junho no Expo Center Norte) – ambas indo para a sua segunda rodada –, já prevê um aumento de 20% nas vendas. “Já temos 18 expositores da região confirmados nesta edição Nordeste, a quatro meses do evento, e em São Paulo estamos trabalhando com lista de espera. Os dois pavilhões nestes eventos são da melhor qualidade, e a climatização – ao contrário de Gramado – costuma ser perfeita”. Bom, mesmo assim, se nesses 18 anos de trajetória, a Fenim Fashion se consolidou como uma das principais feiras do Brasil, o que não dizer daquilo que está por vir em São Paulo e Fortaleza, cidades muito bem equipadas para este tipo de feira. Resta agora esperar.